terça-feira, 29 de novembro de 2011

Estão a apagar a luz ao fundo do tunel

E de repente todos se voltaram para o Mar.
O mar voltou a ser o nosso futuro.
O semanário Expresso na sua Conferencia do Mar convida Durão Barroso, que disserta sobre as potencialidades marítimas por explorar…
Na Conferencia do Atlântico Cavaco disserta sobre a suas próprias vulgaridades repetidas sobre a matéria de que se julga com direitos de autor...
Passos Coelho vem salientar que a nova Plataforma Continental vai aumentar a área de soberania nacional para mais de 15 vezes a actualm o que vai ser uma grande oportunidade (perdida?)…
pois logo a EU se apressa a apresentar na mesma conferência(coincidência?) uma estratégia para o Atlantico, que defende ser de todos os europeus …
milhões de euros para fiscalização e apoios ao investimento ...
e que os licenciamentos deverão ser comunitários…
Estão a apagar a nossa luz ao fundo do túnel…
e somos nós (eles) que nos pomos a jeito.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

A luz ao fundo do túnel

E de repente ficamos a saber que temos a maior reserva de ferro da Europa, que há interessados credíveis em a explorar, que isso implica obras na modernização do transporte ferroviário abandonado, que os portos de Leixões e Aveiro terão de ter obras de reformulação.
Surge o ouro no Alentejo, o gás natural no Algarve, o petróleo em Peniche, que sabemos agora, não teve apetência empresarial de exploração por duvidosas questões ambientais, levantadas por grupos de pressão favorecidos na sua capacidade de intervenção pela comunicação social.
Ficou claro também, que de repente que a União Europeia aceita a alteração do TGV, para uma via rápida de mista (mercadorias e passageiros) o que transforma o porto de Sines como a principal porta europeia para entrada e escoamento comercial, depois da próxima abertura do canal do Panamá…ficamos a saber também que afinal o porto de Algeciras estava já ligado à Europa através da via ferroviária com bitola europeia e assim percebemos melhor a razão do acordo Ibérico feito pelo governo de Sócrates e as vantagens económicas evidentes que adviriam para Espanha.
Tomamos também agora consciência pública que 1/3 do território nacional está em desertificação acelerada, através do alerta divulgado pelo Observatório Espacial Europeu…se bem que tal facto não tenha tido impacto na nossa comunicação social, porquanto levantaria problemas graves de consciência a políticos no activo. em particular ao senhor Presidente da Republica, responsável primeiro pelo estado lamentável de abandono da nossa actividade agrícola.
O sector primário… minas, energia, agricultura e pescas, é finalmente avaliado ainda apenas por alguns portugueses, como essência para o nosso arranque no caminho do desenvolvimento económico e da eliminação da dependência externa, que nos causou todo este empobrecimento brusco e violento.
A luz ao fundo do túnel é assim este pensamento estratégico, que a crise fez ressurgir.
O erro é hoje evidente…Portugal mesmo integrando uma União Europeia fulgurante no seu desenvolvimento, não poderia subsistir como Nação, preterindo o seu sector produtivo à visão de país eminente prestador de serviços.
A luz ao fundo do túnel é esta visão, triste é certo, de ouvir os “carrascos” da nossa produção agrícola e industrial, a falarem hoje na necessidade de consumir produtos nacionais.
Ainda haverá um largo caminho a percorrer para que esta pequena luz, ilumine os espíritos de políticos, sindicalistas e dirigentes patronais, que teimam a esquecer o pensamento económico estratégico, pois persistem em se manter bloqueados na exclusiva premissa do aumento da produtividade empresarial.
Os interesses particulares e de grupos corporativos, dominam ainda a mentalidade geral da economia portuguesa…os ganhos de produtividade estão bloqueados pela mentalidade sindical dominante, pela burocracia estatal, pelo enquadramento jurídico e pela ineficácia judicial. Muito tempo haveria que esperar pelas reformas essenciais que alterassem este enquadramento…mas o pensamento dominante persiste em acreditar que esta é a principal premissa do desenvolvimento.
Essa, e a injecção de dinheiro na economia…dinheiro emprestado e não criado.
É aqui, que está a verdadeira luz ao fundo do túnel…eliminar a nossa dinâmica de endividamento externo…pagar as nossas dívidas com dinheiro criado através da exploração dos nossos recursos naturais…sector primário.
Teremos ainda capacidade humana disponível para os sacrifícios inerentes à actividade mineira, à agricultura e às pescas?
Esta dúvida coloca-se no meu espírito, mas tenho esperança que o sofrimento que hoje muitos já sentem também irá ocasionar uma outra mudança na mentalidade dos portugueses…não é possível continuar a beneficiar dos direitos, sem deveres e esforço.
O Ministro da economia anunciou como provável o maior investimento de sempre realizado em Portugal através da cedência de exploração das minas de Moncorvo…há muitos outros projectos e finalmente Portugal começa a entender as suas próprias potencialidades.
O porto de Sines tem mais condições que o porto de Algeciras…o “papalvo” já fugiu para Paris.
A esperança de voltarmos a ter esperança, veio associada a esta crise e a mudança que ela determinará na nossa mentalidade será a condição determinante para que a nossa saudade do passado histórico se atenue, perante a luz que se alguns já visionam ao fundo do túnel.
José J. Lima Monteiro Andrade

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

O despudor de alguns eminentes ex-políticos

Questionados sobre a sua opinião face ao eventual corte do seu subsídio vitalício, alguns políticos tiveram o despudor de responder de uma forma despudorada.
Uma confirmação pública do seu carácter e da sua irresponsabilidade cívica.
Ângelo Correia afirma que estão em causa quebra de direitos adquiridos… ignorando o direito do subsídio de Natal e de Férias de todos os funcionários públicos.
Dias Loureiro afirma que o seu contributo na luta contra a crise é a sua contribuição na criação de emprego…certamente em Cabo Verde onde se encontra refugiado por ser arguido no processo BPN.
Jorge Coelho, afirma que entrega o seu subsídio vitalício a instituições de caridade, sem as referir…e sem esclarecer porque não faz caridade com o chorudo ordenado que ganha na Mota Engil e não com o dinheiro dos contribuintes.
Muitos outros, também questionados sobre a mesma questão recusaram-se a responder… por oportunismo, consciência pesada ou vergonha, mas o que é ainda mais revelador da absurda mentalidade dos ex-políticos, é que apenas uma das respostas foi no sentido de aceitação.
Estes homens pequenos, que subiram a patamares profissionais através da política e servem uma promiscuidade política/empresarial que nos tem custado fortunas, revelam-nos assim toda uma vergonhosa, mas muito nítida “fotografia” de uma das razões e de grande impacto, que nos levou ao actual drama social, político e económico.
José J. Lima Monteiro Andrade

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Finalmente uma estratégia de regime

Chegamos a uma situação de quase ruína…expressa em regressão económica, em eliminação de direitos e rendimentos, em limitações inaceitáveis de soberania, porque o actual regime foi incapaz de se consolidar através de uma estratégia política autónoma.
Ao longo destes 36 anos, a politica desprezou a indispensabilidade de encarar as potencialidades de Portugal no mundo moderno e globalizado. Restringimos as nossas preocupações ao nível da distribuição de rendimentos e das regalias sociais, sem cuidar de as preservar no futuro através do pensamento estratégico de desenvolvimento.
Acreditamos numa ilusão… que pertenceríamos a uma Europa, capaz de garantir o nosso sonho de bem-estar, o nosso novo-riquismo, as nossas necessidades alimentares e a nossa ansiedade consumista crescente.
Esta cegueira de visão estratégica foi fatal para Portugal.
Hoje já se reconhecem os gravíssimos erros cometidos na definição de aplicação dos fundos estruturais que beneficiamos com a nossa adesão à Comunidade Económica Europeia.
Uma boa parte do território nacional (interior) em desertificação ambiental, social e económica galopante, auto-estradas sem rentabilidade possível porque carecem de utentes, escolas abandonadas e novas escolas com despesas de funcionamento e conservação incompatíveis com a melhoria do serviço que as justificaram, hospitais e centros de saúde ingeríveis no aspecto financeiro e na prestação do serviço essencial.
Erramos, porque fomos incapazes de ter pensamento estratégico autónomo, assumindo esse drama de que pertencíamos já a uma outra Nação…como se fosse possível haver uma Nação sem um povo identificado com o novo projecto, homogéneo na sua identidade.
Erramos, porque não pensamos por nós, porque fomos na canção do bandido de uns quantos apátridas.
Assim não o fizeram outros povos, do mesmo projecto…por isso está aí claro, também hoje, a dominância Alemã de novo na Europa, com o suporte subserviente da França.
Acabamos, nesta vergonhosa intervenção externa, que nos vai obrigar a mudar radicalmente de vida e de políticas, sem que tenhamos sequer a possibilidade de pestanejar.
Que esta lição, nos conduza de novo a pensar por nós próprios e nos mobilize a encontrar os projectos e os desígnios que preservem a nossa capacidade de nos auto-governar.
Há sinais de que assim vai ser.
Curiosamente esses sinais não são valorizados na Comunicação Social, apenas ávida da promoção da luta partidária como forma de manter o sistema pelo entretenimento emocional do povo.
O novo ministro da economia, Álvaro Santos Pereira, passa por ser a maior decepção perante as expectativas face ao governo, na perspectiva banal dos analistas políticos da nossa praça…mas é a ele que se deve a primeira alteração substancial na estratégia macro económica, que pode indiciar a viabilidade do nosso futuro.
Trata-se da mudança de agulha nos projectos do TGV e da utilização ferroviária e portuária na sua função decisiva de fomento económico.
A União Europeia já aceitou e garantiu que os fundos previstos serão utilizados para construção de uma via ferroviária mista (pessoas e mercadorias) Sines-Caia, com bitola europeia. Uma importantíssima vitória nacional e uma derrota do centralismo Castelhano de Madrid.
Falta ainda ganhar a segunda batalha. Que a linha que segue de Madrid para França também tenha a mesma bitola…mas agora temos novos aliados para essa guerra…a Catalães e Bascos também convém esta solução.
O porto de Sines passará a ser um importantíssimo pólo de desenvolvimento nacional, por três razões essenciais.
1- Porque passará a ser um porto determinante de importações e exportações de mercadorias do Atlântico e não apenas de acesso de produtos petrolíferos, passando assim para a ser um espaço intermodal de referência nacional, peninsular e europeia.
2- Vinhos e Azeites do Alentejo, passarão a beneficiar de novos mercados (países lusófonos e emigração portuguesa) de uma nova capacidade de competição pelo benefício de terem este espaço de escoamento muito menos oneroso dos custos de transporte e colocação no mercado mundial…dado que muita da reestruturação do olival alentejano foi feita por espanhóis que laboram o produto nos lagares da Andaluzia, esta nova oportunidade de escoamento poderá também assumir o efeito de deslocação para território nacional uma boa parte dos lagares e para a vinha originar uma mais determinada reivindicação na possibilidade de alargamento da área vitícola nacional.
3- Também a nossa dependência e custo das importações sai fortemente atenuada, porquanto a nossa reserva alimentar estratégica será fortemente beneficiada uma vez que passamos a não depender quase exclusivamente do transporte terrestre através dos Pirenéus e nos garante uma outra capacidade negocial com muitos outros países, para além do continente europeu.
É claro que esta mudança radical não é salientada, nem sequer entendida como essencial no quadro do debate político nacional…a mediocridade e traição dos agentes políticos mais influentes assim o determina e a mediocridade da generalidade dos nossos comentadores ao seu serviço assim estabelece.
Pela minha parte fico obrigado a Álvaro Santos Pereira e ao facto de ter atravessado o Atlântico e ter meditado sobre o que este oceano pode e deve vir de novo a nos oferecer, se formos inteligentes e patriotas.
José J. Lima Monteiro Andrade

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

A História repete-se. Será? Então haja esperança, motivação e determinação.

Em 1578, D. Sebastião animado pela sua campanha de Tanger (1574) decide dar resposta aos apelos das Cortes para travar a dominância do Império Otomano no Norte de África e assim defender as nossas Praças comerciais. Ouve muitas vozes contra a campanha de D. Sebastião.
Em 1974, o Estado Novo mantinha há mais de dez anos uma campanha militar em África, para travar a influência do Império Soviético nos territórios ultramarinos portugueses. Havia também vozes de protesto contra a determinação nacional em defender os seus interesses e contra a sua opção estratégica ocidental, no quadro da guerra fria.
D. Sebastião morre em Alcácer Quibir, morrem muitos nobres que constituíam a nata do nosso exército e ficamos depauperados com os resgates que tivemos de pagar pelos sobreviventes.
Em 1975, Portugal entrega os seus territórios ultramarinos às forças de influência soviéticas e o nosso exército sofre uma derrota política humilhante, que coloca as chefias na prateleira. Também ficamos depauperados pela necessidade de receber (mesmo sem dignidade) os nossos compatriotas retornados.
Ter participado na derrota de Alcácer Quibir foi humilhante para os que voltaram, como foi humilhante para os retornados a forma como tiveram de fugir e ser recebidos no continente.
Em 1580 com um Cardeal Rei moribundo e hesitante, estávamos sem norte, sem dinheiro e sem desígnio. O nosso Império era cobiçado.
Em 1975, o General Spínola, rotulado de traidor e hesitante, estávamos sem norte, sem dinheiro e sem desígnio. O nosso Império tinha terminado.
Cristovão de Moura foi a personalidade política que ao serviço de Filipe II, conseguiu comprar e impor um novo sonho, numa elite desorientada, através da ilusão de passarmos a pertencer ao Império dos Habsburgos.
Mario Soares, ao serviço da Internacional Socialista, consegue o mesmo, através do sonho europeu e transforma-se no político eminente do Portugal pós revolucionário em 1975.
Em 1580, passamos a pertencer ao Império europeu dos Habsburgos.
Em 1985 passamos a pertencer á Comunidade Económica Europeia.
O populismo nacionalista de António Prior do Crato foi derrotado pela intriga religiosa católica, que o conotou com os inimigos anglicanos seus apoiantes. Os seus “amigos” não o acompanharam quando desembarcou em Peniche, para cercar Lisboa, onde teria apoio de uma armada britânica comandada por Drake.
O populismo de Sá Carneiro, resistiu às tentativas maçónicas de conotação e rotulagens diversas, mas não resistiu ao assassinato.
Duas formas, muito comuns na história de Portugal de travar as popularidades e as suas dinâmicas, quando não seguem os ventos dos interesses dos dominantes europeus.
As promessas de Filipe II feitas nas Cortes de Tomar, foram sendo esquecidas nos reinados seguintes e as vantagens oferecidas aos nobres portugueses, transformaram-se em obrigações de sacrifício. A ilusão europeia de passar a pertencer a um grande e rico Império familiar, que silenciou o povo apesar da sua descrença, também passou a pesadelo através das exigências de progressivos aumentos do pagamento de impostos para a preservação da luxúria e do poder.
As promessas dos Fundos Estruturais e as ilusões de pertencermos a uma sociedade rica e de bem-estar, também começaram progressivamente a desvanecer-se, quando a União Europeia nos passou a exigir comedimento perante os nossos excessos de despesismo e desbarato dos dinheiros públicos.
Portugal europeu do início do século XV, passou a ser um contribuinte líquido do Império dos Habsburgos. Portugal europeu do início do século XXI, também passou a contribuinte líquido. Há 400 anos ainda foi preservada a nossa moeda, hoje já não temos esse instrumento de soberania política.
O aumento dos impostos, estiveram na origem da revolta do Manuelinho ou Alterações de Évora de 1637, que se expandiram por todo o país e são o rastilho que levou à Restauração de 1640. Foi o grito de “Basta” do povo, que nunca sentira vontade, nem afinidade perante uma dinâmica que o empobrecia. Os Nobres agora obrigados a servir nos exércitos dos Habsburgos e perante o evidente desmoronamento do seu Império, sentiram que havia chegada a hora de restabelecer a independência.
O actual desmesurado aumento da carga fiscal está a destruir também agora, toda uma classe média, que é o suporte da nossa sociedade. Sectores empresariais foram sacrificados pela política europeia…a Agricultura, as Pescas, a Construção Naval, o pequeno Comercio, a pequena Industria, numa dinâmica profundamente errada que partia da premissa de que pertencíamos a uma União Política, que nos forneceria todas as nossas necessidades e nos poderia dispensar desse trabalho produtivo.
A crise Europeia anuncia o desmoronamento do seu projecto Federalista.
A tomada de consciência popular sobre as consequências da perda de soberania nacional está a começar a generalizar-se …. as “Alterações”, poderão surgir quando também se começar a entender que temos mais afinidades culturais e afectivas na América do Sul, em África e até na Ásia, do que na Europa a que afinal nunca pertencemos por vontade própria.
Nunca poderemos mudar a nossa situação geográfica privilegiada de porta de entrada e saída da Europa, por isso nunca poderemos abdicar de compromissos com os seus povos e as suas Nações, mas isso não pode levar a que esqueçamos as nossas afinidades naturais, históricas e afectivas e a desperdiçar as oportunidades de riqueza que no futuro isso nos poderá proporcionar.
O domínio Filipino levou a perda de muito património ultramarino nacional…ficou porém o suficiente para preservarmos uma Nação e até para usufruir de momentos de riqueza.
A descolonização não apagou a viabilidade de uma nova forma de recuperação do nosso protagonismo em associação com os países de língua e cultura lusófona.
É que hoje o domínio administrativo sobre os territórios não é determinante para a obtenção de riqueza nacional…bem mais importante será a afinidade cultural/afectiva e a nossa capacidade de a usar.
Será que a história se vai repetir?
Viva Portugal independente e soberano.
José J. Lima Monteiro Andrade

terça-feira, 11 de outubro de 2011

O novo paradigma

Aos políticos exige-se a capacidade de encontrar soluções sustentáveis e não desculpas.
A crise tem sido a desculpa, utilizada sistematicamente pelos políticos para branquear a sua incapacidade e a sua inconsciência cívica.
A crise não é passageira, é uma realidade da economia global onde nos integraram, porventura inconscientemente.
A crise perdurará, pois a economia global é por natureza instável e os paradigmas da economia de bem-estar ou dos Estados previdência estão desadaptados a essa nova circunstância.
As ideologias do passado ainda dominam os partidos políticos, que não entendem, nem assumem esta realidade de exigência. As políticas e as empresas terão de ser flexíveis de forma a conseguirem conviver com as inevitáveis crises.
Os partidos políticos são dominados por uma corte de personalidades, que próximos do poder auferem privilégios e favorecem a corrupção, constituindo a maior força de resistência à mudança de paradigma social e político.
Os actuais partidos políticos com assento parlamentar são por estas duas razões os grandes obstáculos à mudança indispensável. As verdadeiras forças da reacção.
Os que são arautos do esquerdismo, fixam-se na defesa dos direitos adquiridos (em época do desenvolvimento ilusório) e na defesa da luta contra a precariedade, que é a antítese da flexibilidade indispensável à vivencia económica do século XXI.
Os partidos da área do poder, reféns das suas cortes interesseiras e corruptas dificilmente conseguem ultrapassar o lamentável estádio de cedência a interesses internos ou externos e inviabilizam sistematicamente o surgimento do rigor, da clarividência, do bom senso, do desígnio e projecto nacional mobilizador.
O Presidente da República surge como símbolo deste regime caduco e incapaz de assumir a sua indispensável regeneração.
Não é referência credível e não tem estatuto humano, social e cultural, que origine a respeitabilidade generalizada dos portugueses.
Eleito irregularmente por uma minoria da população, que pela via eleitoral claramente denunciou que não acredita no regime, o senhor Presidente da Republica demonstra toda a sua mediocridade na sua afirmação política, na sua nova ansiedade de intervenção com que quer marcar este seu segundo mandato.
Os seus discursos e intervenções são delirantes de generalidades e imprecisões, de incapacidade mobilizadora.
“Temos de viver de acordo com as nossas capacidades”…não sr. Presidente, o Estado não pode gastar acima das suas receitas (como se, o seu silêncio durante cinco anos não tivesse sido uma conivência dramática)…”temos de exportar mais e importar menos”…como? Senhor Presidente diga-nos como, pois a sua politica de destruição do tecido industrial, comercial, agrícola e marítimo nacional, foi determinante para esta situação de dependência externa.
Estas banalidades e generalidades são o refúgio do medíocre, que na sua arrogância desculpabilizante assume na plenitude o simbolismo de um regime incapaz de se reafirmar pela mudança. Mudança, que parcialmente nos impõem agora através do vergonhoso “resgate” a que a incompetência política nos conduziu, mas que será insuficiente se a sociedade portuguesa não se assumir num novo protagonismo de exigência.
A mentalidade dos nossos políticos e os interesses particulares da oligarquia governante chocam hoje já claramente com uma nova mentalidade que começa a surgir através da juventude herdeira da crise.
A luta de classes é agora encarada como o grande erro…as empresas terão de ser equipes homogéneas e motivadas para sobreviverem. A cultura da solidariedade nos processos produtivos e da emoção pelos resultados, terá de constituir a premissa essencial do aumento da nossa produtividade empresarial.
Direitos e obrigações terão de ser reequilibrados e passar a constituir uma nova mentalidade colectiva… o trabalho é um direito (cada vez mais um privilégio), interligado à obrigação do cumprimento rigoroso do contributo individual, para a máxima capacidade produtiva.
A geração que agora procura entrar no mercado de trabalho não quer ser ingrata para com seus progenitores, mas sente que tem melhores qualificações e que está bloqueada…a sua atitude não pode ser a de uma luta inter-geracional, mas exige uma oportunidade no país onde nasceu e que felizmente ama.
Por isso é com orgulho que finalmente vejo chegar à opinião pública uma nova mensagem protagonizada por esta juventude…. Sentimo-nos preparados para contribuir para ajudar Portugal, somos a geração mais qualificada da nossa história, sabemos que temos de trabalhar mais, com mais rigor, maior empenhamento, mais horas e até mais anos, porque só assim asseguraremos o rendimento nacional e a possibilidade de nossos progenitores terem reformas dignas, saúde pública e nossos filhos educação conveniente…dêem-nos a oportunidade de contribuir para salvar Portugal.
Gostei de ouvir esta nova postura.
O país não é o Estado, ao Estado compete a mobilização do país e essa é uma mudança essencial…é preciso libertar a sociedade civil para que o caminho do desenvolvimento aconteça.
Estes jovens merecem a resposta conveniente… a profunda reforma do Estado, do regime e do sistema.
Mudança de paradigma é o que exige a nossa juventude…um projecto nacional, pois temos matéria humana e muitas potencialidades…se deixarmos de olhar apenas para o continente e voltarmos a olhar para outros horizontes e soubermos escutar o coração dos portugueses.
José J. Lima Monteiro Andrade

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Saber entender o eleitorado, uma questão essencial.

Fazer uma leitura correcta dos resultados eleitorais, é determinante para a credibilidade da uma democracia.
Nas eleições legislativas de 2009, a errada leitura do Presidente da República penalizou Portugal e os portugueses, conduziu o país a uma situação de bancarrota, que nos obrigou à humilhação do pedido de resgate da nossa dívida externa.
Cavaco Silva, conhecedor da situação difícil que já encarávamos, não teve coragem ou independência, para colocar o interesse nacional como factor prioritário da análise dos resultados então obtidos e deu posse a um Governo minoritário, que nos foi fatal.
Porventura seguiu os conselhos e influências partidárias, numa demonstração de dependência evidente, que é uma constante nos regimes republicanos.
A leitura era evidente… o eleitorado tinha retirado a maioria absoluta a Sócrates e ao seu PS e o país, precisava de reforçar a sua credibilidade externa … a exigência que o PR de hoje faz, de um governo de maioria, não foi feita em 2009 e por consequência Cavaco Silva, partilha as responsabilidades de dois anos de desgoverno com a 1º Ministro agora afastado, por vontade expressa do eleitorado português.
Passo Coelho terá também de saber entender o significado prioritário do sentido de voto dos portugueses.
Houve um seu compromisso que claramente foi rejeitado pelos eleitores e por consequência será o seu primeiro grande teste de liderança política … saber reconhecer que na sua vitória, houve uma derrota particular, que está muito bem identificada nos resultados eleitorais pelo círculo de Lisboa.
O compromisso de eleger Fernando Nobre para Presidente da Assembleia da Republica (em consequência da negociação de este ser o cabeça de lista por Lisboa), originou o pior resultado distrital do PSD, a maior subida do CDS, destoando de toda a dinâmica nacional e este fenómeno só pode ser directamente imputado ao Nobre “fenómeno”.
A inclusão de Dr. Fernando Nobre nas listas do PSD, foi clarificada pelo próprio ao confirmar a sua ligação maçónica.
O CDS logo veio salientar o erro do PSD, afirmando que uma eleição para Presidente da Assembleia da Republica é um acto político da exclusiva competência dos deputados eleitos e dando assim a entender que nunca seria fácil a sua aceitação desse compromisso de Passos Coelho.
A questão não deixará de estar em cima da mesa das negociações do acordo parlamentar e de governo entre os dois partidos.
Esta questão assume assim uma importância enorme, pois será o primeiro sinal conhecido da capacidade de liderança de Passos Coelho.
Que ele seja capaz de entender o eleitorado e a confiança que este nele depositou…a mensagem é clara.
O eleitorado do círculo de Lisboa deu uma indicação inequívoca.
Seria muito bom para Portugal, que nesta primeira situação, pois a eleição do Presidente da Assembleia, será previa hà aprovação do programa de governo, que o novo 1º Ministro demonstrasse que sabe entender os portugueses e respeitar a sua vontade.
José J. Lima Monteiro Andrade

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Síntese de reflexões pós eleitorais…há uma democracia a regenerar e uma Nação a preservar.

Os resultados eleitorais deixam-nos mensagens claras, que não poderemos deixar cair no esquecimento e que nos impõem uma reflexão profunda.
O contexto emocional e político, que esteve subjacente a estas eleições, representa uma forte condicionante à liberdade de escolha e de opinião, que caracteriza o actual sistema político e ainda mais acentuado pela circunstância anormal de ter sido realizado após uma negociação de resgate financeiro nacional.
O deficit ou asfixia democrática, foram assim uma forte condicionante e tiveram naturalmente consequências nos resultados. O sistema está totalmente manipulado pelos partidos com representação parlamentar e a igualdade de oportunidades entre as forças políticas, nem sequer é uma ilusão, mas um princípio acintosamente desprezado.
Mas para os que não se resignam perante este quadro e se enquadram na ansiedade de alterar profundamente este quadro de limitações à liberdade e á democracia há nestes resultados eleitorais algumas questões que merecem aprofundada análise:
1- Sujeitos a uma manipulação sem precedentes, através da comunicação social dominada pelo governo, os portugueses acabaram por dar uma lição de bom senso e de lucidez, penalizando fortemente os responsáveis e derrotando irremediavelmente Sócrates e a sua arrogância política pessoal. O eleitorado português está cada vez mais consciente e muito menos dependente e esse caminho de exigência de respeito pela transparência e verdade, representa um facto político determinante para o futuro.
2- Conscientes da insolvência de um Estado ao serviço dos interesses particulares, partidários, empresariais, financeiros ou pessoais, infiltrado pela promiscuidade generalizada e pela corrupção facilitada, os portugueses manifestaram uma inquestionável exigência de mudança. O sentido e o alcance dessa mudança, constituirá o factor decisivo, que proporcionará ou estabilidade e consistência governativa ou pelo contrário, a emergência de fortes convulsões sociais.
3- A forte dinâmica abstencionista representa, apesar de estar empolada ficticiamente pela desactualização dos cadernos eleitorais, uma fortíssima força de descrença pelo sistema, pela classe política dominante e por esse facto um apelo colectivo de alteração profunda do actual sistema político.
4- O anátema psicológico do confronto ideológico artificial entre “esquerda e direita” foi ultrapassado por uma parte significativa do eleitorado. A principal novidade política alcançada por estas eleições (a chamada maioria Presidencial/Governativa de direita) representa o avanço de um estádio de libertação do eleitorado. Este fenómeno poderá constituir uma forte dinâmica política de libertação e consequente apetência para novas ideias, novas ideologias e novos projectos.
5- O clubismo político, que é expresso por uma forte votação tradicional (até irracional), que está claramente expressa na generalidade dos partidos com expressão parlamentar, que resiste por atitude reaccionária a todas as evidências de indispensabilidade de mudança, representa ainda, comprovadamente por estes resultados eleitorais, uma forte dinâmica de resistência à indispensável abertura à possibilidade de alterações ao actual sistema político, sendo factor decisivo para a preservação de uma partidocracia dominante e dominadora.
6- A comprovada incapacidade, dos chamados pequenos partidos conseguirem ultrapassar a circunstância de inacessibilidade parlamentar, é uma demonstração inequívoca da total limitação democrática do actual sistema político.
7- As eleições legislativas acentuaram ao extremo, a personalização da exclusividade de opção de escolha, entre dirigentes dos partidos. Não se debatem, nem se escolhem programas, ignoram-se, omitem-se e desprezam-se candidatos a deputados…as eleições passaram assim a ser uma escolha de governos e não de representantes. O deputado é assim totalmente secundarizado, logo passa a ser impossível a sua responsabilização. Os próprios partidos políticos passam também a ser subalternizados, porque muito mais dependentes da força eleitoral dos seus lideres…acentuou-se assim a dependência do eleitorado perante os directórios dos partidos e perante as personalidades e carácter dos dirigentes. É a dinâmica da personalização da partidocracia que saiu fortemente reforçada.
8- Os três partidos filiados em internacionais e dependentes do exterior, subscritores do acordo de resgate nacional, representam eleitoralmente mais de 75% do eleitorado. Esta é a verdadeira medida da dependência externa em que nos deixamos envolver.
Porventura haverá outras questões importantes diferentes das que assinalei. Mas sobre estas não tenho quais dúvidas que deveremos reflectir profundamente…se queremos preservar a nossa liberdade, regenerar a democracia nacional e preservar um futuro colectivo dentro do nosso direito à independência e num quadro de soberania nacional que nos garanta a possibilidade de termos direito à diferenciação de ser portugueses e termos orgulho no que somos.
José J. Lima Monteiro Andrade

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Como vou agir nas eleições de 5 de Junho.

Como agirei no próximo acto eleitoral...
Seguindo concelho de Aristóteles:
"Qualquer um pode zangar-se - isto é fácil. Mas zangar-se com a pessoa certa, na medida certa, na hora certa, pelo motivo certo e da maneira certa - não é fácil."
Não é possível que nas próximas eleições os portugueses deixem de expressar objectivamente através do seu voto, a sua indignação e zanga, face ao governo que nos encaminhou irresponsavelmente para a ruína…social, política, económica e financeira.
O acto eleitoral de 5 de Junho é assim determinante para o futuro de Portugal.
Uma escolha entre a expressão clara e inequívoca da nossa vontade de mudar ou a submissão perante a dominação, de quem usurpou a nossa benevolência.
Estamos zangados pela humilhação a que fomos sujeitos, pela mentira sistemática com que a propaganda governamental nos tenta manipular, pela incapacidade e irresponsabilidade governativa.
Estamos zangados com a pessoa certa…Sócrates.
Na medida certa… a sua derrota eleitoral.
Na hora certa …as próximas eleições de 5 de Junho.
Pelo motivo certo…a sua incompetência como governante.
Da maneira certa … pela concentração dos nossos votos em quem tem uma natural posição para o derrotar.
É fácil expressar a nossa zanga…em comentários e desabafos.
Não será fácil para muitos de nós, seguir este conselho do sábio….mas o seu sábio conselho é essencial e determinante para a salvação da nossa dignidade e para a preservação de uma porta aberta de esperança no nosso futuro colectivo.
Por Portugal e pelo nosso amor a esta terra e aos nossos descendentes.
Sigamos então este sábio conselho e continuemos a lutar pela nossa liberdade e diferenciação como Nação orgulhosa de seus filhos.
Repetirei esta mensagem até à exaustão…pois amo Portugal e não abdico da minha dignidade como português orgulhoso da sua condição.
José J. Lima Monteiro Andrade

domingo, 15 de maio de 2011

Como pode Passos Coelho ainda ganhar…porque se ele ganhar, Portugal poderá ter futuro.

Convocar eleições num período de resgate nacional por insolvência financeira, foi um enorme disparate político do Presidente da Republica e Conselheiros de Estado e muito provavelmente irá ter consequências dramáticas para o nosso futuro próximo.
Esta minha afirmação foi feita logo na altura e tentei desenvolver alguns argumentos que infelizmente se estão a concretizar.
Sócrates e o PS, foram os principais beneficiários da decisão. Passo Coelho o principal prejudicado.
Uma parte significativa do eleitorado do PCP e BE, acredita que Sócrates irá ser o mais útil lutador, perante as medidas de austeridade e sacrifício, impostas pela Troika.
Sócrates que é capaz de enganar os portugueses, também será capaz de enganar o FMI e a União Europeia…é nisto que apostam muitos eleitores, que pretendem evitar a mudança radical de vida e das funções do Estado na sociedade portuguesa.
Sócrates pelo seu perfil, de ausência de princípios, transforma-se assim na derradeira tábua de salvação dos defensores e beneficiários de um Estado garantia dos rendimentos e regalias sem esforço.
Esta é a mentalidade generalizada numa parte significativa da população, para quem o actual PS, passou a ser a única garantia de preservação.
É claro que estão profundamente enganados…o acordo com a Troika é um compromisso nacional e uma vitória do PS nestas eleições, apenas ocasionará uma instabilidade adicional de natureza política e uma maior desmotivação da sociedade civil para ultrapassar a gravíssima crise económica, política e social, que assume como nunca na nossa história, também o carácter de uma crise de independência e soberania.
A vitória de Sócrates e do seu PS, será um fortíssimo contributo para a condenação de Portugal como país soberano e independente…será o aval popular à instabilidade politica provocada pela incapacidade do actual Presidente da Republica.
O erro do Presidente foi ainda mais reforçado com os apelos ao consenso nacional entre os partidos subscritores do acordo com a Trioka.
Esta lamentável distorção do sentido democrático, originou uma enorme dificuldade adicional ao novo líder do maior partido da oposição. Passo Coelho teve então a indispensável necessidade de se distanciar o mais possível de Sócrates, mas dificilmente o poderia fazer através de propostas, pois elas já estavam estabelecidas, mas sim através de atitudes.
Sócrates, que é o Secretário Geral do PS, domina totalmente o seu partido e o seu partido tem uma forte dominância na comunicação social, que representa uma máquina de propaganda como em momento algum aconteceu e como nunca seria imaginável acontecer num regime democrático.
Passos Coelho não é o Secretário Geral do seu partido.
O Secretário Geral do PSD é assim uma peça dominante para a acção difícil da liderança de um novo presidente sujeito a uma afirmação de natureza pessoal e a uma luta política desigual.
Os erros sucedem-se… o partido é sujeito a uma fortíssima infiltração de lobies e de seitas secretas…o grupo de Boston nas matérias da educação, o movimento da sociedade civil, dos gestores públicos, a invasão maçónica, de que o folhetim Fernando Nobre, assume maior evidencia e controvérsia.
Passos Coelho, fica sujeito e tem necessidade de se afastar de muitas das propostas e atitudes protagonizadas por este dinâmica de assalto ao PSD, que obriga a inúmeras intervenções contraditórias decorrentes das lutas internas.
Passos Coelho ficou fragilizado e deve esse facto ao seu Secretário Geral.
Esta situação de eminente dificuldade do único líder capaz de derrotar, quem nos condenou, veio a originar o deslumbramento de Paulo Portas.
Uma subida eleitoral à custa desta lamentável dificuldade do PSD se assumir unido e respeitador do seu actual líder, originou essa ridícula pretensão de Paulo Portas candidato a Primeiro Ministro.
Mas Portas não teve a frontalidade suficiente para rejeitar liminarmente vir a ser parceiro num Governo com o PS. Com isso deu argumentos a Sócrates e a todo o deslocamento do eleitorado que tem favorecido o PS nas sondagens.
O “Nim” de Paulo Portas e a sua coincidência de posição, de poder não participar num Governo com o PSD, caso Passos Coelho ganhe, também é um forte contributo para toda esta dinâmica de insolvência política e um pronuncio gravíssimo para o nosso futuro colectivo.
Só a vitória de Passo Coelho poderá evitar o descalabro nacional…mas para que isso aconteça, é cada vez mais indispensável e urgente, a sua demarcação do seu próprio Secretário Geral.
Passos Coelho, terá de se assumir como líder indiscutível e incontestado…que o seu partido entenda de uma vez, que não é apenas um instrumento da futura influencia dos lobies e da maçonaria, mas sim o travão dessa influência e o único instrumento politico deste sistema que pode abrir a porta da mudança que se impõe, sem graves convulsões sociais.
José J. Lima Monteiro Andrade

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Da revolução imposta á derrota de Sócrates.

A loucura ideológica, dita de esquerda, está na origem do total descalabro das contas públicas.
Esta loucura, começou com a invasão ideológica socialista pós 25 de Abril, em que ao Estado competiria a manutenção e orientação de toda a sociedade.
O mais grave, não foi as enormes despesas e desperdícios no erário público, mas sim, a nova mentalidade que rapidamente se generalizou entre os portugueses. Ao Estado passou a competir a garantia dos direitos e dos rendimentos, mas pouco exigente nas obrigações, permissivo nos aproveitamentos individuais, de grupos, de partidos políticos e de seitas.
Os portugueses aproveitaram esta mensagem política, obtiveram vantagens, mas acomodaram-se de tal forma que acreditaram poder viver sem esforço. A garantia de rendimentos passou a ser a preocupação dominante de cada família, independentemente do seu contributo para crescimento da economia e da riqueza nacional. Ter emprego, subsídio, o serviço gratuito, manteve ao longo de todos estes anos a ilusão de poderíamos viver eternamente às custas de um Estado, que até tinha conseguido, que uma maioria vivesse substancialmente melhor.
A permissividade originou uma enorme promiscuidade e a corrupção generalizada. Pertencer a esta máquina do Estado, passou a ser o passaporte do rápido enriquecimento e da ambicionada influência perante os demais agentes da sociedade civil, nomeadamente as empresas, comunicação social, até sobre a Justiça.
Os partidos políticos da área governativa, passaram a ser os veículos que transportavam para os privilégios todas as mais diversas ambições.
O PS, passou a ser a principal central de transporte, dos “Zé Ninguém” ao estrelato da influência política. O PSD, o mais escolhido, para premiar a promiscuidade política empresarial, financeira e jurídica.
Passaram estes partidos a ser o suporte de um sistema político, que preservando a influência dominante do Estado, era cada vez mais um Estado tentacular e despesista, neutralizante da sociedade civil, mas servidor de interesses financeiros e estrangeiros.
O sistema político associado aos interesses financeiros e de alguns sectores empresariais, criou a ilusão do crédito ao consumo, que foi a mais grave alienação política, que veio a originar o endividamento generalizado e a consequente dependência partidária da classe média.
Garantiam assim, estes dois partidos dominantes, com o apoio possível e sempre ansioso do CDS, que o sistema político se fosse perpetuando.
Desde os finais do século passado que os indicadores deram sinais aos políticos da exigência de mudança de rumo.
Guterres fugiu, Barroso declarou que estávamos de “tanga” e soube aproveitar a oportunidade de se livrar deste buraco, Santana Lopes apesar de tudo, não era suficientemente louco, para dirigir o descalabro…até que foi encontrado o perfil ideal da irresponsabilidade e do aventureirismo … Sócrates conseguiu esta brilhante proeza, de ao longo de seis anos, enganar a maioria dos portugueses, alimentar a sua ilusão de continuarmos a viver e a acreditar que poderíamos continuar eternamente, a pedir emprestado para pagar uma despesa muito superior ao nosso rendimento colectivo.
Ou seja, conseguiu manter o caminho inevitável da falência colectiva, preservando a loucura ideológica de base e distribuindo de tal forma habilidosa, os privilégios, que conseguiu dominar a oposição, o descontentamento e alicerçar um sistema de propaganda pessoal e partidário, ao nível da mais repressiva ditadura.
A bancarrota era uma premeditação dos sensatos há mais de uma década e os mercados tornaram-na uma realidade.
Sócrates foi derrotado pela realidade…as suas acusações são ridículas.
A Troika (FMI; EU e BE) veio trazer-nos a revolução imposta.
A partir de agora o PCP e Bloco de Esquerda se assumirão cada vez mais, como partidos reaccionários a esta mudança radical, que há muito se impunha.
O PS encarnou a reacção promíscua e interesseira…preservar a mentira ideológica, beneficiando dela.
O PS, vai ter muita dificuldade de voltar a recuperar desta derrota de Sócrates, pois a revolução só agora se vai iniciar e a sua dinâmica não pode nunca ser a do passado, que manifestamente os portugueses irão rejeitar quando libertados desta propaganda dominadora.
A revolução iniciada, que não fomos capazes de fazer e nos foi imposta, não será apenas de natureza financeira, pois a crise que originou a dramática situação das contas públicas é acima de tudo de valores e política.
A revolução prosseguirá o seu ritmo, após o plebiscito de 5 de Junho…onde a nossa única escolha possível é a de penalizar ou sucumbir perante o actual 1º Ministro.
Competirá à sociedade civil, exigir o novo rumo e determinar o futuro político e estratégico de Portugal…este sistema está caduco, viciado, auto-neutralizado e não será capaz de ultrapassar esta mísera condição, de originar meros governos de gestão das imposições externas.
Viver como dependentes e submissos, não é uma condição dos portugueses.
Outras referências terão de surgir…é difícil porque este sistema é autocrático … mas é uma exigência nacional e um desígnio que teremos de cumprir para mantermos a nossa independência, soberania e identidade.
José J. Lima Monteiro Andrade

Povo usurpado

Povo usurpado

O povo está carente
Aparentemente resignado
Apesar de descontente
Espera paciente
Não está ainda revoltado.
Este povo é crente,
Também inocente,
Facilmente enganado.
É um povo generoso,
Que acredita no falacioso,
Na mentira do mentiroso,
Porque é bem formado.
Não reage facilmente,
Menos ainda com violência,
Aparenta condescendência,
Povo sabedor e consciente.
Não teme o sofrimento,
Está habituado à pobreza,
Venceu sempre o mau momento,
Este é o seu pensamento,
Esta a sua firmeza.
Beneficia enquanto é tempo,
Esta a sua esperteza.
Povo com um longo passado,
Sofredor, tantas vezes usurpado,
A sabedoria é a sua riqueza,
Também o seu pecado.

José J. Lima Monteiro Andrade

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Sócrates , o herói negociador

O nosso 1º Ministro para além do mais é uma bizarra figura.
Há 15 dias apresentava-se como o herói da resistência da invasão satânica, do temeroso FMI.
Ontem apresentou-se como o herói negociador, que impediu todos os males que os satânicos e sinistros do tenebroso FMI, nos queriam impor.
O sentido propagandístico de Socrates, é a essência da sua consistência política.
A ausência de sentido crítico da população portuguesa, cerceado pela propaganda oficial do sistema, alimentado por uma comunicação social dependente, é o pilar de sustentação de protagonistas políticos deste calibre.
Não sei a que negociação se refere o 1º Ministro, seria interessante conhecer esses pormenores negociais. Sei, que logo apareceu Catroga a reivindicar para o PSD, muitas vitórias negociais.
Desconfio que a verdadeira negociação foi interna entre as instituições que compõem a troika.
Estou ansioso pelo esclarecimento cabal desta situação.
Os partidos dominantes, ainda nos querem fazer crer, que têm alguma influência sobre os destinos de Portugal no curto prazo, depois de nos terem colocado numa situação de banca rota, pela sua inconsciência, irresponsabilidade e ansiedade de usufruto de benesses e privilégios.
Os partidos dominantes mantêm uma atitude de sobranceria perante o povo português, usando e abusando do seu bom, interpretando maliciosamente este sentimento colectivo como uma submissão ou mais grave ainda como uma incapacidade de compreensão, acreditando que o podem continuar a manipular, como o exclusivo intuito da preservação dos seus poderes.
Eles são os donos de Portugal e os portugueses os seus submissos apoiantes…é nesta premissa, que desvirtuou o sentido da democracia, que se sustenta todo este sistema político, que criou uma sociedade de ilusão, medíocre, sem capacidade reivindicativa, dependente, injusta e insolvente.
Mas estes novos donos de Portugal, que nos asfixiam e manipulam, estão eles próprios, totalmente sujeitos a dominâncias de lobies e de interesses, precisamente porque a sua motivação para a coisa pública não é um serviço de paixão pelo país, mas simplesmente os seus próprios sonhos de protagonismo pessoal e os seus interesses mesquinhos.
Por isso desconfio que esta negociação, resultou de um equilíbrio entre interesses financeiros e políticos, em que se exigiu a nossa subordinação total e se porventura deste acordo resultar alguns benefícios para Portugal, eles não decorrem da visão politica dos nossos partidos, mas sim, da sua incapacidade.
Aquilo que se propagandeou como “ajuda externa”, terá assim este significado perverso de ajudar a manter estes partidos incapazes, irresponsáveis e dependentes, como base da sustentação de um sistema político que criou esta lamentável dependência aos interesses alheios e esta sociedade de subsistência das injustiças e cada vez mais impossibilitada de assumir o seu direito de auto-governar.
Exigir e escolher em liberdade foi um sonho …. a democracia portuguesa está apenas restringida a uma cada vez mais ténue possibilidade de sancionar periodicamente as decisões que nos são impostas do exterior.
Por incapacidade nossa (dos políticos que mantivemos), por dependência ideológica colectiva a soluções do passado que estão caducas e formas de organização política e administrativa desadequadas.
Paralisados como sociedade, pela dependência a estas forças políticas, desenraizados dos nossos valores de diferenciação, ficamos cativos e perdemos a nossa dinâmica e criatividade colectiva.
Incrédulos, porque não vislumbramos alternativas a um sistema político, do qual maioritariamente desconfiamos e nele não nos revemos.
As referências políticas actuais, são passado…a motivação colectiva deste magnífico povo, só poderá acontecer com novas referencias, credíveis e apaixonadas.
José J. Lima Monteiro Andrade

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Os apelos de união nacional do Presidente da República, são patéticos e só comprovam a sua incompetência.

Há muito tempo que o senhor Presidente da Republica deveria saber, que era inevitável o resgate da divida publica nacional e o pedido formal de intervenção do FMI.
Se não o sabia é porque afinal é um fraco economista ou uma personalidade mal informada sobre as finanças públicas, o que manifestamente não pode ser verdade.
O sr. Presidente foi agindo na sua ténue magistratura de influência, preservando um governo irresponsável, que não lhe ligou peva e por consequência essa sua influência foi nula.
As manobras dilatórias do governo, expressas em PEC’s e mais PEC’s, acabaram por originar a natural atitude conjunta das forças partidárias de oposição, pois a farsa já era demasiado evidente.
A Banca deu o mote aos partidos…”não temos condições para suportar mais a divida do Estado”.
O sr. Presidente da Republica, foi incapaz de estar à altura dos acontecimentos e de exigir dos partidos uma atitude responsável, perante a evidente situação de colapso das nossas finanças.
Num momento de pedido de intervenção, que exigiria uma negociação forte e unitária, o sr. Presidente decidiu, convocar eleições e manter em funções de gestão o governo , principal responsável pela nossa falência.
Uma decisão desastrosa, tendo em atenção que era uma evidente forma de viabilizar a desresponsabilização do governo e de promover um clima de intensificação da luta partidária.
O Sr. Presidente não teve coragem para colocar os interesses nacionais e preferiu lavar “as mãos”, tentando dar a entender que competiria aos partidos a solução da grave crise nacional…como se isso fosse possível num clima de campanha eleitoral…como se isso fosse o desejável perante a necessidade de criar uma forte e maioritária frente de negociação.
Nada impediria que a exigência que faz para o futuro, de uma maioria parlamentar governativa tivesse sido feita sem dissolver o Parlamento e se o tivesse feito então estaríamos agora bem esclarecidos de quais os partidos e quais os dirigentes partidários tinham sentido de Estado.
Se nenhum quisesse assumir essa possibilidade, também nada impediria o sr. Presidente de nomear um Governo de unidade nacional, que obviamente teria de fazer passar o seu programa na Assembleia da Republica e se não passasse, ficaríamos a conhecer as razões dos partidos políticos, o que pelo menos seria um enorme contributo para a transparência democrática.
Patético é assim agora este apelo do Sr. Presidente, pois teve como responsabilidade política criar essa exigência de unidade e abdicou dela.
É hoje humilhante verificar a nossa submissão à Troika….toda esta lamentável romaria de chapéu na mão dos nossos políticos e dos nossos dirigentes da chamada sociedade civil.
Uma vergonha colectiva, de fraqueza e de submissão, em que chegamos ao cúmulo do ridículo,de ouvir o Presidente de uma Confederação Socio-profissional afirmar após uma reunião com a Troika…” viemos «PEDIR » que se mantivessem os fundos estruturais para o desenvolvimento da agricultura”.
Como poderíamos ter alguma capacidade negocial, neste clima político criado pela atitude do senhor Presidente da Republica? Como poderíamos ter a tal unidade nacional indispensável ? Como poderíamos ter a responsabilização política?
As eleições vão ser uma farsa…uma lamentável farsa, porque nenhuma partido politico do arco governativo poderá com verdade apresentar um programa de governação, que não nos seja o imposto pela Trioka e ainda por cima sem ter sido convenientemente negociado como resultante desta decisão lamentável de convocar eleições neste momento decisivo.
A incompetência do sr. Presidente da República, que não sei se é resultante da sua incapacidade política ou do seu carácter, acabou por ser, a mais irresponsável atitude política, que conseguiu até esta notável contradição, de diluir a própria irresponsabilidade de José Socrates e aí estão as sondagens a evidencia-lo.
José J. Lima Monteiro Andrade

domingo, 24 de abril de 2011

25 de Abril. Mataram o sonho.

25 Abril
Mataram o sonho


Cantaram-se hinos à liberdade,
Firmes promessas de igualdade,
Em que o Povo acreditou.
Encheram-se as ruas de alegria,
A única coisa que se ouvia,
Era que a ditadura acabou.

Foi um Abril de esperança,
Uma época de mudança.
E os acusados de traidores,
Que desde logo apareceram,
Em voz alta, prometeram,
Mudanças ainda maiores.

Quiseram esses novos senhores,
Impor-nos outros valores
Trazidos de uma terra fria,
Aquela era a sua oportunidade,
E em nome da liberdade,
Esqueceram o que o povo queria.

Apareceram então outros senhores,
Que falavam como salvadores,
Da vontade popular.
Prometeram dar voz ao povo,
E o que aconteceu de novo,
Foi que o povo voltou a errar.

Votou o povo em vendedores,
Que foram novos traidores,
Em que muitos acreditaram.
Património vendido e desperdiçado,
Um risco na história e no passado.
País sem rumo foi o que deixaram.

Com liberdade e pouco mais.
Começa o tempo dos ideais,
Mas pobre era a imaginação,
Todos falavam igual.
O socialismo era afinal,
Para todos a única solução.



Ficou apenas a democracia.
Mas como ideais, já não havia…
Que democracia podíamos ter?
Partidos que mais não são,
Espelhos da desmedida ambição,
ambição de riqueza e de poder.

É justo referir a excepção,
De generosos com ilusão,
Que não podemos esquecer.
Determinados e apaixonados,
Homens bem preparados,
Que acabaram por morrer.

Mas o que no fim ficou,
E o que mais a todos marcou,
Não foi nunca a qualidade.
Sacrificaram-se os inteligentes
Crucificaram-se os crentes.
Favoreceu-se a mediocridade.

Sem uma única boa referência,
Este país de longa existência,
Perdeu a sua identidade.
É hoje apenas uma região
Vivendo como pedinte e em ilusão,
Do país, nem sequer à saudade.

E o povo que em Abril vibrou,
Que generosamente acreditou,
Está incrédulo e desorientado.
Tem um Estado que o despreza,
Que o empurra para a pobreza,
Triste povo que está cansado.

A História o povo já não conhece
Sem uma identidade, padece,
Triste povo, que foi risonho.
De onde saiu a inteligência,
Pior ainda, a decência,
Que matou todo um sonho.

José J. Lima Monteiro Andrade . 2008

quarta-feira, 13 de abril de 2011

A irracionalidade ganhou estatuto de objectivo nacional

Atiramos a toalha ao chão, porque não fomos capazes de atempadamente emendar o erro e o vício de viver apenas de acordo com os nossos rendimentos e possibilidades.
Esta irracionalidade manteve-se ao longo de mais de uma década e agudizou-se com a irresponsabilidade de um Governo, que negou a verdade e promoveu a inconsciência colectiva.
Uma dupla irracionalidade.
Os nossos credores, a quem pedíamos dinheiro para manter estas irracionalidades, naturalmente que perderam a confiança e exigiram progressivas garantias e mais elevados juros pois os riscos do seus negócios eram cada vez maiores.
A culpa é dos credores, do mercado, onde precisávamos de nos manter, para manter a irracionalidade.
Uma tripla irracionalidade.
A situação passou a insustentável, mesmo com as sucessivas avalanches de PECs e de austeridade avulsa, os mercados não confiavam, as suas exigências prosseguiam e chegamos a um momento de evidente constatação da insolvência da nossa divida soberana.
As irracionalidades governativas, originavam assim a única saída…a inevitável intervenção externa.
Mas nem isto, foi reconhecido atempadamente pelo governo irresponsável…adiou-se, protelou-se em nome da mentira e da sonegação ao povo da realidade. Deu o Governo preferência a uma estratégia de sucessivos pedidos de sacrifício, preservando a mentira de que seriam suficientes.
Escondeu-se a realidade da situação financeira do Estado, para preservar o povo sereno e iludido.
A quadrupla irracionalidade.
Esta estratégia de irracionalidade foi protagonizada por um partido, que não tinha suporte maioritário parlamentar, nem popular, mas que ia tentando compromissos falsos e ténues que lhe iam garantindo a gestão pública ruinosa.
Chegou um momento em que o maior partido da oposição não teria mais condições de suportar tais compromissos, sob pena de esvaziamento total da sua função. Finalmente disse não.
O 1º Ministro pediu a demissão e acusou a oposição de irresponsabilidade, pelo não definitivo à gestão ruinosa e enganosa.
A quíntupla irracionalidade.
O senhor Presidente da Republica, entende convocar eleições e manter o governo em gestão num momento de evidente desconfiança internacional sobre a nossa governação e de eminência de uma negociação de salvação nacional.
Manter nas em negociações vitais para o nosso futuro esta desconfiança, debilidade e insegurança, foi um acto de irresponsabilidade do mais alto magistrado, que abdicou num momento chave, da sua função e das suas responsabilidades, lavando as mãos, num acto lamentável, de negação de sentido de Estado.
Sêxtupla irracionalidade.
É pedida a chamada “ajuda externa” (que designação tão enganosa!!!) , que mais não é do que uma penhora, em que o direito de soberania é entregue a organizações internacionais de natureza financeira.
Hipotecamos uma Nação, como se fosse uma empresa e vamos alegremente escolher, em eleições, quem é o mandatário deste vexame.
A democracia que foi sendo asfixiada ao longo dos anos de desvario nacional, que foi dominada e anulada pelos interesses partidários, fica assim também penhorada.
O direito natural de escolha, foi substituído pelo vexame democrático, de ser “oferecido” aos portugueses a oportunidade de avalisarem, as políticas e as opções determinadas por instituições financeiras internacionais.
A irracionalidade nacional, foi assim um objectivo alcançado.
José J. Lima Monteiro Andrade

segunda-feira, 11 de abril de 2011

A lição Fernando Nobre

A lição Fernando Nobre.
Ser independente exige ser livre … “ a liberdade só existe quando todos os actos concordam com todo o nosso pensamento – Agostinho da Silva”
Não é este o perfil humano de referência nacional promovido por este sistema.
Nem sequer o da coerência. A Coerência que deveria ser a base da credibilidade, é por este sistema político, condição de ostracismo.
A coerência e a credibilidade são os grandes inimigos dos partidos dominantes do actual sistema político.
Nem o PS, nem o PSD, poderiam deixar em liberdade Fernando Nobre…infelizmente Fernando Nobre não era livre e o seu discurso eleitoral foi uma fraude.
O PSD não tem grandes ilusões quanto ao número de votos que esta sua nova “contratação” lhe irá trazer… o mais importante é o reforça do seu discurso…abertos aos independentes…que permitirá a opção eleitoral de muitos descontentes.
O mais grave não é a atitude de Fernando Nobre, é sim, o significado político, desta aparente contradição.
Os partidos dominantes, são dominadores e não admitem nenhum esboço de movimentos políticos independentes.
Nem os partidos dominadores, nem as seitas dominantes…mas como provar… que Fernando Nobre foi apenas um instrumento? Ele nunca sairá de avental à rua e como ficou demonstrado tem uma personalidade perfeitamente adaptada a este sistema em que a mentira é a rainha, que abafa sempre a verdade.
Esta lição é particularmente importante para os movimentos de independentes, determinados em construir uma alternativa credível de mudança…
Os partidos e as seitas, estão muito atentos…as suas acções de neutralização são tanto mais fortes e objectivas, quanto mais temerem a força da congregação do descontentamento.
Eles nunca admitirão alternativas, eles são os donos do sistema.
O seu discurso será sempre este…estamos abertos à mudança…mas por dentro, segundo as nossas regras.
Porém, essas regras são os pilares desta Oligarquia e a desgraça de Portugal, a negação da liberdade e da democracia.
José Andrade

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Eleições ou Fraude?

Este Governo e Sócrates, estão-se a comportar como aquele jovem a quem o pai autiroizou a fazer despesas, garantindo o pagamento das contas e sem cuidar de lhe exigir a indispensável contenção...mentalidade generalizada nestes tempos...este facilitismo, gera a inconsciencia juvenil e a irresponsabilidade...chegou o momento em que o pai já não tem dinheiro para pagar....o filho responsabiliza-o e acusa-o...que infantilidade...o grave de tudo isto é que o Pai é o povo português....mas ao pai está vedada a atitude correcta de não permitir mais desvarios dos filhos...ou seja está condenado...a menos que tome as rédeas definitivas da situação e obrigue os filhos a viver com a contenção necessária aos rendimentos da família e lhes incuta o sentido da poupança e da responsabilidade.

O pai terá de ser informado da realidade da divida ocasionada pelos filhos...da verdade, para depois saber como agir e como decidir ... é isto que o povo português tem de exigir...caso contrário nunca qualquer decisão poderá ser objectiva...ou seja as eleições serão uma fraude.

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segunda-feira, 4 de abril de 2011

Reflexão sobre Política Agrícola

Começa a generalizar-se em Portugal a preocupação sobre o estado actual do nosso sector primário.
A questão agrária ganhou adeptos, pelo reconhecimento social da sua debilidade actual.
É francamente positiva esta tomada de consciência social, apesar de tardia.
A questão pode ser abordada em dois níveis, ambos de natureza política.
1- Através dos direitos dos povos que constituem Nações, terem o direito inequívoco a uma reserva estratégica alimentar, que no caso português está a um nível que coloca totalmente em causa a soberania nacional e um direito básico e essencial da sua população.
2- Através da perspectiva correcta do aproveitamento dos recursos naturais, do equilíbrio social e ambiental harmonioso de todo o território e ainda na vertente económica e financeira de produzir para o mercado e diminuir a dependência e os custos em produtos importados.
Se podemos aspirar a um alargado consenso teórico sobre as premissas anteriores, já será bem mais difícil encontrar consensos quanto às soluções a adoptar.
Portugal perdeu a sua autonomia em termos de política agrícola e tem apenas a débil faculdade de influenciar as políticas sectoriais agrícolas da União Europeia.
Existe até uma tentativa de colocar no debate da agenda política a questão, se deveremos ou não, ter num Governo um Ministro da Agricultura.
Efectivamente, de acordo com os Tratados a nossa margem de manobra para mudar a situação da Agricultura e das Pescas, é ao nível dos princípios políticos e muito menos de natureza sectorial.
De acordo com o 1º nível de análise enunciado (a questão da soberania nacional) é evidente que se trata de uma questão de natureza política da própria União Europeia … ou estamos perante uma Federação ou estamos perante Nações, que não podem (não devem) abdicar dos seus próprios interesses e muito menos ficarem sujeitos a situações de inferioridade, marginalização e penalização, seja de natureza alimentar, seja económica, social ou ambiental. Se estamos disponíveis para o caminho Federal, então teremos de aceitar esta marginalização no aproveitamento dos nossos recursos, o elevado custo da nossa estagnação agrária, a exploração dos nossos recursos marinhos e os riscos evidentes de carências de abastecimento alimentar.
A opção é assim de política externa portuguesa, nada tem a ver com facto de ter ou não ter ministro, mas sim de querermos continuar a ser Nação ou simples Região ou Estado.
Defendi sempre, que cada Nação da União Europeia, deveria ter o direito à definição rigorosa, dentro de um princípio definido na dupla consideração sobre dois conceitos fundamentais…o direito a uma reserva estratégica alimentar de produção própria ( com políticas autónomas de fomento) e o direito à sua harmonia territorial paisagística e ecológica que nunca será possível sem uma politica agrícola diferenciada e adaptada às particulares situações de Portugal.
A abordagem de acordo com o 2º nível de análise política para o sector primário, implica uma clarificação de qual é a nossa actual e real autonomia política para tomar decisões de apoio ao desenvolvimento do sector primário.
Qual o nosso espaço de manobra político?
A actual Politica Agrícola Europeia, a que estamos vinculados, impede-nos de medidas próprias de fomento agro-pecuário. Já seria excelente, mesmo sem a abordagem da questão da soberania alimentar, mesmo que não tivéssemos capacidade para alterar a injusta actual Politica Agrícola Comum, agir de forma a viabilizar o que nos resta de Agricultura e Pescas e com isso tentar manter uma parte da população activa no sector primário.
Para tal, também não será determinante a existência ou não de Ministro da Agricultura…seria determinante o reconhecimento de que salvo as excepções (parte do sector vinícola, horto-frutícula e parte do sector Florestal), os outros subsectores não têm condições de viabilidade financeira empresarial e mesmo familiar, pelas limitações naturais da nossa estrutura agrícola e climática … mas sobretudo porque a essas limitações se adicionam os custos elevadíssimos de produção, que decorrem dos preços dos combustíveis e energia, que impõem preços incomportáveis de muitos outros factores de produção ( rações; adubos; serviços; pesticidas; etc) aos sub-sectores, que impossibilita totalmente a concorrência num mercado globalizado.
Esta margem de manobra é assim, também ela exclusivamente politica … se queremos ter Agricultura e Pescas nos níveis mínimos aceitáveis … haverá que fazer uma politica específica de preços da energia e dos combustíveis, não apenas para o sector mas também para toda a indústria que lhe está a montante e transformadora… o Estado português, como está impedido de interferir nos preços, se quer preservar o mínimo de produção alimentar, terá de fazer uma decisiva opção política de isenção fiscal para o sector ou melhor de não penalização fiscal para o sector.
A esta politica de contenção dos preços dos factores de produção, terá ainda de ser assegurada uma politica de credito adequada e de cobertura de riscos…que o Estado português nunca quis encarar a serio, o que nomeadamente levou a que os investidores estrangeiros tivessem em Portugal muito melhores condições de sucesso, em particular os espanhóis, mas não só, que compraram muitas terras em Portugal e usaram muitos fundos estruturais destinados aos portugueses.
É evidente que não estamos a falar de desenvolvimento da Agricultura, que imporia o reconhecimento de Bruxelas da especificidade da nossa agricultura e mudanças nos fortes bloqueios e cotas de produção que nos são impostas …. estamos apenas a referir, em preservar o mínimo do razoável, numa perspectiva nacional.
É fundamental ter a noção que a actividade agrícola, pode ser estimulante como forma de vida, mas implica fortes sacrifícios que quem nela não é formado, dificilmente aceita na sociedade moderna… ocupação permanente e diária, sem direito a Ferias e Fins de Semana, no campo faça chuva ou sol, sem horários, pois o animal não escolhe o dia para parir ou adoecer e precisa de comer todos os dias do ano, pois o ataque do fungo, bactéria ou insecto, não espera pela hora conveniente ao agricultor, porque exige uma dedicação e um espírito muito especial em que o risco é uma constante e a compensação é muito aleatória.
A arte de empobrecer alegremente…como se dizia sobre a agricultura, de onde quem sai já não volta mais, nem seus filhos e netos.
A actual situação da Agricultura e também das Pescas portuguesas, é muito delicada e exigiria a devida atenção política e social.
Implica com gravíssimos problemas, que sem uma urgente e diferente abordagem da questão agrícola e piscatória, apenas se agravarão…problemas sociais e de ocupação do território, problemas ecológicos e ambientais, problemas económicos e de segurança alimentar da população.
Mesmo sem termos o direito a ter um Ministro da Agricultura (que Bruxelas dispensa) e uma Politica Agrícola (que Bruxelas impede), há que salvar o património nacional, humano, social e territorial …pela preservação dos que ainda restam como agricultores.
Salvaremos assim uma parte importante de Portugal, até em valores e tradições.
José J. Lima Monteiro Andrade

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Um desastre este Chefe de Estado.

Cavaco atemorizava todo o país (apenas à dois meses) com os perigos da “Bomba atómica” que seria uma crise política que levasse a eleições … hoje ele despoletou essa “BOMBA”…seguindo a vontade dos partidos … como é fantástico para os partidos ( os grandes responsáveis por este drama) ter tal préstimo do Chefe de Estado …que assim se comporta como simples “empregado” partidário… exige rigor e verdade…mas nega uma auditoria publica às contas publicas e à situação real…coitados de nós...um PR que exije uma nova maioria, mas que deu posse a um Governo minoritário que comprometeu totalmente Portugal...um PR que apela ao consenso nacional dos partidos, mas foi incapaz de exigir esse consenso previo a umas eleições...um PR que anda a reboque e que não serve os interesses nacionais....o "rating da Republica" está proximo do lixo...o que é absolutamente normal com este Presidente ... um PR que insinua que o Governo tem poderes para pedir ajuda externa e que afirma que apoiará essa eventualidade, sabendo previamente que o actual Governo afirma que não tem poderes para o fazer...ou seja é o próprio PR que está a introduzir uma polémica política sobre uma questão fulcral e a promover a crispação política que afirma ser negativa para o país...um autentico desastre político este Chefe de Estado.

Cavaco foi incapaz de estar à altura da situação de urgencia nacional que carecíamos...TRISTEZA.

José J. Lima Monteiro Andrade

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sábado, 26 de março de 2011

Portugal é muito mais que este regime e não poderá sucumbir com ele.

Vivemos com despesas muito acima dos nossos rendimentos.
Famílias e Estado.
Mais de uma década sem desenvolvimento económico e com a despesa pública sempre a aumentar.
Empréstimos bancários induziram e suportaram esta loucura.
As famílias vão à falência de uma forma discreta, mas dramática…só desde o princípio do ano declararam a sua insolvência em tribunal mais de mil famílias.
A comunicação social dá apenas destaque ao problema nacional…o Estado português segue o mesmo rumo de insolvência de muitas famílias de portugueses.
Sonhamos demasiado alto e os nossos governantes foram incapazes de terem o bom senso de travar sonhos inconsistentes.
A nossa dívida atinge hoje valores superiores a 100% do PIB…nunca na história de Portugal tivemos uma crise financeira tão grave e as anteriores deram origem a revoluções penosas.
O Estado Previdência, o Estado que tudo a todos, garantia…esta foi a ilusão que nos condenou…um Estado que absorve 50% da riqueza produzida e que ainda tem necessidade absoluta e permanente de recorrer ao crédito externo.
Um Estado despesista, que sufoca a economia e as famílias, que matem uma postura de novo riquismo, continuando a viver sem contenção e com atitudes inconcebíveis de parcerias público privadas, que são autênticos massacres às finanças públicas e bónus de Natal para algumas empresas privadas.
Não só não há qualquer coerência nesta situação, como não há qualquer proposta concreta para sair dela.
O Chefe de Estado pede desenvolvimento, através das exportações…como se não soubesse que o ambiente político, fiscal e jurídico, português impossibilita totalmente essa possibilidade.
Os Partidos políticos dividem-se na sua utopia.
Os auto apelidados de esquerda, que insistem no reforço do Estado como entidade dominante da vida das famílias e como promotor da economia…os outros, aqueles que têm ambições de poder, são incapazes de falar a verdade, tementes das consequências eleitorais.
Prisioneiros destas limitações, discutimos a austeridade que nos impõem os nossos credores.
Não se discute a essência da questão… a divida soberana e a estagnação económica.
As medidas que são propostas e impostas…a austeridade, os sacrifícios e a quebra de direitos, também os violentos e sucessivos aumentos de impostos, têm apenas o objectivo da continuação da saga do aumento do nosso endividamento e promovem a nossa estagnação económica.
Sacrifícios sem qualquer garantia de melhoria da situação portuguesa, pelo contrário com fortes probabilidades de nos levar para a bancarrota.
Irresponsabilidade total.
Não temos nenhum estadista á altura do grave momento que enfrentamos, talvez o mais dramático de toda a nossa história.
Não temos no actual espectro partidário nenhuma organização política, capaz de assumir uma atitude de responsabilidade e de verdade. Capaz de mobilizar a nação através de um plano consistente e coerente … um projecto de salvação nacional.
Os portugueses irão para eleições sem conhecerem a realidade da situação portuguesa…uma autêntica indução política à inconsciência colectiva. Uma fraude.
Perante esta situação exigia-se do Chefe de Estado duas atitudes.
1- Uma auditoria externa às contas públicas do Estado, pré eleitoral, para esclarecimento integral da situação e das responsabilidades;
2- Uma exigência aos partidos políticos para um acordo de regime e de emergência, que caso não fosse possível ou viável, justificaria um Governo de iniciativa presidencial.
Mas o Chefe de Estado, não tem esta envergadura… um reformado, dependente, fraco e também com muitas responsabilidades no cartório.
A mesquinhez tomou conta de Portugal, só pequenos homens conseguem sobreviver neste triste e pantanoso ambiente político, em que se deixou reduzir esta República.
Portugal é muito mais do que este regime e não poderá sucumbir com dele.
Um fraco rei, torna fraco um forte povo.
Está na altura de mudar de rei.
José J. Lima Monteiro Andrade.

quinta-feira, 17 de março de 2011

Acreditar na mudança, através de quem nos afundou? Acreditar numa austeridade imposta e sem objectivos? Que sugestão política mais incongruente…

Aos portugueses é imposto um caminho de sacrifícios, que lhes são exigidos sem uma justificação fundamentada, sem uma clarificação dos resultados e dos objectivos.
Para quê? Esta a questão que se generaliza e revolta. Logo surge a resposta fácil e concreta… manter um Estado com uma obesidade extrema e insustentável, pleno de privilégios atribuídos às militâncias partidárias, sem a capacidade, sequer preocupação, de demonstrar a sua utilidade e interesse de bem servir.
Sufoca-se a sociedade com impostos, que afectam direitos e rendimentos das famílias, que trava o desenvolvimento económico e simultaneamente perante a desmotivação, descontentamento, indignação e revolta, fazem-se apelos de mobilização nacionais.
A incongruência ultrapassa o limite do razoável e demonstra à evidência o desnorte total de uma desgovernação, que teima em prosseguir um rumo de gestão corrente, sem projecto político, sem doutrina ou ideologia.
Portugal não tem motivação para ultrapassar a grave crise política, financeira, social e económica, porque os portugueses são desrespeitados e os actuais partidos dominantes são incapazes de apresentar o seu rumo de referência política, social e económica, porque não têm um projecto de futuro para o país.
Sacrifícios sem objectivos, sem metas, sem a clarificação dos seus resultados, sem um projecto de reformas exigíveis.
A questão não é apenas de não termos líderes políticos à altura, mas de termos um sistema político muito doente, incapaz de gerar lideranças e projectos, merecedores da confiança dos portugueses e capazes de gerar o entusiasmo colectivo.
Não haverá, nem nunca houve projecto de qualidade sem confiança e entusiasmo.
Se queremos salvar Portugal, se queremos ter futuro autónomo, se queremos preservar a nossa dignidade e os nossos direitos e liberdades, termos de ser capazes de fazer a ruptura com o sistema actual e exigir a indispensável mudança.
Insistem os responsáveis políticos pelo desastre nacional, em tentar convencer os portugueses que através deles será possível a regeneração do sonho de liberdade e de bem-estar. Já não acreditam nessa panaceia a maioria dos portugueses…muitos ainda se deixarão embalar nesta triste e agónica canção dos partidos dominantes, porque não visionam alternativas, outros porque acreditam na sua ingenuidade que basta mudar lideranças em partidos para gerar mudanças…mas a verdade é que nestas crenças, também já não existe a convicção mobilizadora.
A mudança do regime e sistema político é inevitável, para a regeneração de Portugal…aos mais conscientes exige-se neste momento histórico decisivo, o protagonismo empenhado, que mobilizará a vontade colectiva.
A palavra é dos inconformados, o futuro de Portugal está nas suas mãos e na sua atitude patriótica.
Exige-se uma nova ideologia mobilizadora, que ultrapasse definitivamente os complexos e as marcas divisionistas das doutrinas ideológicas do passado e origine um projecto político nacional.
Humanismo e Patriotismo.
Portugal é uma potência Universalista.
A lusofonia é um património histórico, cultural e económico.
O nosso património humano, cultural, territorial e marítimo, representa uma enorme potencialidade, que não pode continuar ser desprezado, mas sim integrado no nosso projecto de futuro.
Acreditar na nossa diferenciação, como povo, como Nação…nascemos livres e livres haveremos de continuar a ser… a liberdade é o nosso primeiro valor individual e colectivo.
Acreditar, foi o sentido inicial da nacionalidade, como será sempre o sentido do nosso futuro.
Acreditar nos portugueses, acreditar em Portugal.
José J. Lima Monteiro Andrade

terça-feira, 15 de março de 2011

Sócrates ultrapassará a actual situação política e vencerá…só o povo português o poderá derrotar.

O senhor Presidente da República, lançou há uns meses a despropositada mensagem de que eleições antecipadas, seriam uma bomba atómica política.
Sócrates, agradeceu esta mensagem e a garantia que ela representava…a tal ponto, que já não teve pudor de trazer agora à luz do dia, todos os seus tiques anti-democráticos.
Eleições uma bomba atómica? Este é o reconhecimento público de que o sistema não tem como premissa essencial ser uma democracia…um governo do povo, para o povo.
Estes dois protagonistas do actual momento político, revelam assim o seu temor pela discussão pública da verdade, em período eleitoral…eles pretendem apenas preservar a mentira em que ambos foram coniventes, retirando dos portugueses a capacidade de exigirem, decidirem e optarem.
A democracia está paralisada pelo compromisso de mentira, destes nossos protagonistas políticos.
Cavaco Silva, desconhecia em Outubro de 2009, a gravidade da situação financeira nacional? Se não sabia, estamos perante um economista de terceira e um político medíocre, se sabia, porque deu posse a um Governo minoritário?
Sócrates, que anunciava nessa campanha eleitoral o paraíso aos portugueses, sabia ou não qual era essa situação? Será que é apenas inconsciente?
Não creio, apesar de também o ser. Ele é sobretudo um manipulador da mentira.
Agora Sócrates, arroga-se ao desassombro de apresentar em Bruxelas um quarto plano de austeridade e sacrifícios, sem sequer ter o respeito mínimo de informar os portugueses, o PR, os parceiros sociais e imagine-se, os próprios outros membros do Governo.
Desassombro ditaturial, que é uma consequência natural da permissividade política, que a atitude Presidencial lhe proporciona.
A chantagem é evidente…Portugal precisa do apoio que lhe oferece a União Europeia e em particular a Chanceler Merkel… ou este apoio ou a desgraça.
Sócrates afirma com todo o despudor… eu apenas cumpro a minha responsabilidade de tomar as medidas difíceis (que muito me custam), mas que são essenciais ao país e que se forem adiadas, serão bem mais graves.
Sócrates, não só não admite quaisquer responsabilidades, como construtor do drama financeiro onde nos enfiou, como pelo contrário, sabe que tem o ambiente político favorável, para impor a sua determinação…Cavaco é um fraco, o líder da oposição um inexperiente, que terá de voltar a pedir desculpas aos portugueses.
A seu favor saltam os mais acreditados “fazedores de opinião”… Marcelo Rebelo de Sousa, veio hoje afirmar que o futuro terá de passar por um acordo PS/PSD.
Esta tese associada à da necessária estabilidade política, é o conforto de Sócrates e o descanso para Cavaco, pois dispensa a consulta eleitoral, por desnecessária e perigosa.
Acreditar que o PSD, vai resistir a todas a pressões internas e externas, é uma ingenuidade.
Cavaco já anunciou que só intervirá se houver crise institucional…ou seja não demitirá Sócrates, nem dissolverá a Assembleia…dará um jeitinho dentro do seu partido para que essa crise nunca venha a acontecer.
A solução passa assim por matar politicamente o actual líder do PSD, que obviamente já não terá condições para voltar a pedir desculpas aos portugueses.
Sócrates vencerá em toda a linha, esta aparente crise política.
Só o povo português o poderá derrotar. Terá de o fazer, pois trata-se da verdadeira exigência nacional.
José J. Lima Monteiro Andrade

sábado, 12 de março de 2011

Porque apoio o Protesto “Geração à Rasca” e a Manifestação de 12 de Março

-Porque indignado e inconformado, com a situação degradante e muito grave de natureza, política, social e económica, com que o actual sistema político, afundou Portugal.
- Porque são os jovens os mais penalizados, que não só não auferiram benesses decorrentes da euforia politica, como lhes são vedados horizontes de oportunidade e simultaneamente são condenados, por terem de vir a suportar o pagamento da incúria politica actual e do passado recente.
- Porque entendo perfeitamente natural e justo este protesto, contra a ideologia dominante, que formou e referenciou a actual juventude, para uma sociedade de pleno emprego, de garantia estatal de rendimentos, de facilitismo, que hoje se revela como a grande mentira política.
- Porque é essencial exigir, um discurso e políticas de verdade.
- Porque perante os horizontes negros de oportunidade de vida, da actual juventude se pavoneiam nos seus privilégios e mordomias toda uma classe política e seus cúmplices apoiantes do sistema, decretando sucessivamente medidas de austeridade, que retiram rendimentos, direitos e tornam ainda mais negro o futuro.
- Porque perante esta situação em que um país despreza a sua juventude, em que muitos têm apenas como alternativa a saída para o estrangeiro, estamos a promover uma inaceitável sangria humana, que constitui uma das mais graves consequências, decorrentes da actual irresponsabilidade política.
- Porque o marasmo e a apatia dos portugueses perante a sistemática mentira política e perante as políticas avulsas, tem constituído um aval inaceitável, que este protesto vem alterar, contribuindo por isso, para uma nova dinâmica crítica, essencial à recuperação do sentido democrático da sociedade portuguesa.
- Porque o simples facto, de estarmos perante uma situação generalizada de desmotivação e inicio de contestação das camadas mais jovens da população activa, é o sinal mais evidente da grave doença social e económica actual.
- Porque se trata de um apelo genuíno, por conseguinte natural, que não teve a génese nem partidária, nem sócio profissional, sendo assim um reflexo inequívoco do sentimento e da vontade de uma parte essencial dos portugueses, que representa uma profunda e muito significativa mudança de comportamento social, essencial para a consciencialização do sentido crítico dos portugueses e a luta contra a manipulação e alienação.
Sem confiança e crença no futuro, não será nunca possível ultrapassarmos as nossas graves dificuldades.
É por este facto, pela descrença e desmotivação, que se generalizou em toda a sociedade portuguesa, que estamos neste impasse de pedintes de empréstimos no exterior e dependentes das suas exigências de austeridade, cada vez mais pobres e menos capacitados para o desenvolvimento económico e social.
Portugal terá de abandonar as dinâmicas avulsas, assumir um projecto nacional, pois só assim, com verdade e entusiasmo, que leve a que a população portuguesa acredite e se empenhe, poderemos voltar a ter futuro. O regime e sistema político já demonstrou… ser incapaz de se regenerar.
Bem hajam… pela vossa iniciativa e determinação.
Á “rasca” está toda a população portuguesa.
É com orgulho que estarei convosco….Obrigado.

José J. Lima Monteiro Andrade

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Hipocrisa e racismo político, nas posições sobre a Moção de Censura.

O racismo político do PSD e CDS, é mais um disfarce da burla democrática nacional.

O Bloco de Esquerda anunciou uma Moção de Censura ao actual governo. Está no seu direito e explicitou as suas razões.
O PCP, já anunciou que votará favoravelmente, apresentando certamente outras razões.
O PSD e o CDS, anunciam que se irão abster e com tal atitude, irão preservar o governo.
As razões apresentadas por estes dois partidos, para uma tal atitude de abstenção, constituem um lamentável logro político, denunciador que os seus interesses estratégicos de tomada do poder, estão acima das suas convicções sobre a incapacidade governativa, de todo o seu discurso de oposição e de que colocam esses interesses como prioridade.
Os argumentos para tal atitude são falaciosos e lamentáveis.
Não concordam com os argumentos do Bloco…pois que apresentem os seus.
Não gostam que a iniciativa tenha sido de uma cor diferente…racismo político, que não justifica nada, a não ser uma mentalidade inaceitável, que tenta esconder o seu oportunismo.
Não é ainda oportuna a queda do governo…este é o argumento da sua fraqueza de convicções patrióticas, da sua fraqueza como alternativa e da sua falta de convicção democrática.
Não é oportuna a queda de um governo que se acusa de irresponsável e incapaz?
Não é oportuna a queda do governo, porque precisamos de ainda promover mais o seu desgaste? O que quer dizer este argumento, senão de acordo com as suas próprias opiniões, deixar arrastar ainda mais para o fundo o país?
Não é oportuna porque ainda está a ser preparado um programa de governo a alternativo… mas este é um incrível argumento, pois o mínimo que se exige a um partido político de oposição responsável, é que tenha permanentemente actualizado, um programa de governo próprio.
Outro argumento ainda, a difícil situação financeira do país e a ameaça de intervenção do FMI… então não têm sido estes mesmos partidos a responsabilizar a debilidade política de um governo minoritário, como razão determinante para a falta de confiança dos mercados? Havendo um Orçamento aprovado, em que medida poderia ser prejudicada a gestão pública, com um acto eleitoral?
Será que estes partidos têm medo da opinião dos portugueses?
Há ou não há, razões de sobra, para pedir de imediato a opinião dos portugueses?
Este sinal de absoluta hipocrisia política dado pelo PSD e CDS, vêm agravar em muito a esperança nacional, para através deste sistema podermos vislumbrar alternativas das mudanças exigíveis.
Mais um lamentável contributo, para a descrença nacional, neste regime e neste sistema político.
A sua abstenção na moção de censura só tem uma interpretação possível…apoio ao governo que dizem ser incapaz e incompetente. A sua abstenção é um voto a favor do PS e do seu governo. A estabilidade não está em causa, porque eleições são actos naturais das democracias e não dramas.
Preservar este governo, é um bom contributo para a condenação de Portugal e para o empobrecimento do seu povo.
José J. Lima Monteiro Andrade

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Esta vergonhosa classe política

Portugal é hoje o país da União Europeia com maiores desigualdades de rendimentos e de oportunidades sociais.
Há mais de uma década que estamos em estagnação económica, empobrecendo e endividando-nos… num dramático caminho, para a insolvência.
Tudo sob a capa de mensagens que foram uma mentira…”socialismo”; “ igualdade; fraternidade e liberdade”; “social-democracia”…
Mensagens corrompidas por pessoas que assaltaram os partidos, destruíram-lhes as ideologias, criaram mecanismos para a sua manipulação e a sustentação dos seus interesses.
Enganaram os portugueses, com mensagens atractivas e por incompetência ou por objectivo, adulteraram o sistema político e destruíram o sonho de liberdade português.
A democracia foi espartilhada, ao exclusivo direito de podermos votar neles próprios…a simples benesse, de contribuirmos para a nossa submissão e para a manutenção do poder e privilégios desta lamentável classe política.
Há gente decente na actual participação política? Não sei, o que sei é que se os há, são cúmplices, pois partilham de um sistema, que não tem em si, capacidade regenerativa, de que o silenciamento dos “decentes é a maior demonstração de prova.
Como base da sua sustentação está a presunção, que a população portuguesa é submissa e ainda acredita na ilusão do discurso falacioso.
Só a clara e inequívoca demonstração de repúdio, de indignação, de inconformismo, poderá travar esta dinâmica dos protagonistas políticos sem escrúpulos e que numa teia de compromissos envolvem e corrompem toda a sociedade.
É hora da demonstração desse Inconformismo e de informar os portugueses do logro a que foram sujeitos.
A única linguagem que entenderão…será a demonstração da nossa força de pressão.
Portugal vencerá, se os portugueses acreditarem em si próprios e nos seus direitos.

José J.Lima Monteiro Andrade

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Em defesa de Portugal, alertando os portugueses.

1- Portugal está bloqueado
…impossibilitado de assumir um projecto nacional, que salvaguarde o seu futuro, a identidade do seu povo, os direitos de seus filhos.
Aos portugueses é negado o elementar direito de exigir e de responsabilizar, os que deveriam estar na política, num compromisso de Servir.
Partidos que substituíram as ideologias, verdadeiros clubes de interesses, lobies ao serviço de novas formas de escravatura.
Democracia é a nobre palavra mais adulterada. O sonho português abastardado, que os portugueses terão de resgatar.
Como?
Esse será o nosso desafio e também a nossa obrigação.
2- A adulteração democrática
Os Partidos dominantes apoderaram-se da democracia…preservam a palavra, mas afrontaram o conceito.
Foi a ânsia de poder e de servir caminhos obscuros de carreiras políticas, de interesses pessoais, de grupos, de seitas e organizações secretas, de projectos internacionais de dominância.
O sistema político português é a expressão desta Oligarquia partidária, que nega aos portugueses a capacidade de expressarem a sua vontade.
Há noções, que estão na origem desta estratégia dominadora, que através da manipulação da opinião pública, sustentam a mentira.
A representatividade proporcional (método de Hondt ) é a essência da doutrina enganadora.
É um bloqueio Constitucional e não apenas Legal.
Mas a Lei foi mais longe, nesta construção Oligárquica.
A Lei eleitoral, a Lei da subvenção dos partidos .
3- Manipulação é a palavra de ordem do sistema:
O “politicamente correcto” é a redução da análise e debate político, na estrita concepção da luta dos partidos dominantes pelo poder.
Somos assim limitados e condicionados através desta concepção, que tem como exclusivo objectivo a preservação da dominância partidária actual e do seu sistema político.
Tudo isto nos entra pela casa a dentro, a qualquer hora do dia.
Cria-se o pensamento político oficial…o permitido através de muitos outros mecanismos de promiscuidade e controle.
Totalmente manipulados.
Pagam-se valores milionários aos “fazedores da opinião”…a maioria, os mesmos há décadas.
Política fica assim associada exclusivamente, ao lamentável quadro das disputas partidárias, na sua ânsia de poder.
Os profissionalismo político, pago por todos nós, enquadra toda a manipulação e todos os partidos com expressão parlamentar, estão unidos nestas premissas, pois a todos convém.
O ramalhete é completado, pela generosidade com que o actual sistema, promove e apoia as mais diversas formas de alienação popular.
Não, não é só isto, mas isto já representa, um quadro dramático da actual concepção democrática.
José J. Lima Monteiro Andrade

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Renasce Terra - Apelo a Portugal

Renasce Terra
Apelo a Portugal

(comemorando a 150ª mensagem neste blog)

Terra de tão nobres valores…
Terra de tão nobres senhores…
Terra que perdeu a memória…
Que esqueceu o passado,
As referências de sua glória,
Tudo está hoje enterrado.
Como podes tu, oh terra!
A este ponto ter chegado.
Tu que foste conquistada,
Defendida por heróis na guerra,
Estás hoje totalmente paralisada.
Tudo isto, em nome de quê?
Tudo isto, porquê?
Ergue-te terra desgraçada…
Tu tens um nobre Povo,
Honra esse povo e a tua história,
Enaltece os teus heróis de novo,
Volta à tua velha glória.
Liberta-te da mentira e da traição,
Caminha pelo teu próprio pé.
Ressuscita…
Volta a ter Alma e Coração,
Acredita…
Põem-te em paz com a tua fé.

Novenbro de 2009 – José Andrade

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

As panaceias políticas, que são disfarces.

Uma das técnicas políticas mais eficazes é o do lançamento de temas, que aparentam ir ao encontro do descontentamento, mas têm na prática o efeito contrário.
Esta semana foram lançados dois temas, que são exemplo dessa técnica de manipulação da opinião pública.
O da redução do número de deputados, que logo veio a seduzir, muitos dos críticos do actual sistema político.
Muitos viram nesta “panaceia” uma medida útil para eliminar o despesismo do sistema político e raciocinando apenas nesta perspectiva (cujos efeitos seriam mínimos na despesa das contas públicas), esqueceram a razão política de tal proposta.
Esta ideia, seria mais um importante reforço da dominância, dos partidos ( PS e PSD), pois o método de eleição proporcional ( método de Hondt), favoreceria essa maioria do chamado “centrão” e diminuiria substancialmente o número de deputados eleitos pelas outras forças partidárias. Mais grave ainda, iria tornar mais difícil ainda o surgimento de novas forças partidárias.
Esta “panaceia”, tem ainda como objectivo, desviar do debate constitucional, qualquer ideia sobre a essência da questão essencial, que poderia salvar a democracia, e eliminar a consolidação da actual Oligarquia partidária…a eleição directa por círculos uninominais e a possibilidade de candidaturas independentes.
O segundo exemplo, foi a polémica sobre a proposta do PSD, de eliminar num futuro governo o Ministério da Agricultura. Logo apareceu o CDS, a contestar esta obscenidade, utilizando apenas argumentos de natureza demagógica (não podemos abdicar da Agricultura como sector estratégico) e evitando com esta posição abordar a essência do problema agrícola nacional.
O Ministro da Agricultura é um mero Director Geral ou Gestor, de uma política da União Europeia e sendo esta a verdade indiscutível, sendo assim o Ministro, apenas um título honorífico…
O PSD reconhece isto e resigna-se a essa realidade, o CDS pretende manter uma aparência (o título de Ministro), como disfarce, sem ter a frontalidade de denunciar o facto importante, ou seja, de termos abdicado da nossa soberania, em sectores essenciais, como são a Agricultura e as Pescas.
Estes dois exemplos, são uma lamentável demonstração, de como os actuais partidos, preocupados apenas com a sua capacidade de influência e dominância, lançam no debate público nacional, temas como polémicas inúteis, que são meros disfarces, que evitam a abordagem das questões decisivas.
Será decisivo para a democracia a modificação do sistema de representação proporcional e de exclusividade partidária.
Como será decisivo para o nosso futuro, voltar a ter a capacidade de decidir por uma política agrícola e das pescas, que defenda os nossos interesses e preserve a nossa capacidade produtiva e os nossos equilíbrios ambientais e sociais.
A abordagem política destas questões através, da redução do número de deputados ou eliminação do Ministério da Agricultura e Pescas, não passa de disfarce.

José J. Lima Monteiro Andrade

domingo, 30 de janeiro de 2011

Profeta louco? ou a voz da razão.

No Ilhéu das Rolas, onde o Meridiano se cruza com o Equador, há um padrão com a Cruz de Cristo.
Foi aí que encontrei este Homem.
Estava-mos sós os dois, reparei que não era negro, nem branco, sequer mestiço, era tudo isso.
Olhou para mim e disse…tu português repara bem nesse Padrão.
Foram os portugueses que o colocaram aqui no centro do Globo…padrão que foi português, que de momento não o é, mas que ninguém ousa retirar.
Tu português, terás de entender isso…ninguém nunca terá coragem de apagar, a marca do desígnio português no mundo.
Portugal não acabou, nem acabará, porque há destinos a cumprir, nobres funções a desempenhar.
Olha o mar, repara bem nele e vê aí a reserva da humanidade. Está aí o alimento, a energia, a matéria prima, as moléculas que curarão as mais diversas doenças.
Tu português, tens tudo na mão. Ninguém como tu, sabe compreender o mar.
Tu e todos aqueles que têm a mesma raiz, uma imensidade de povos e de Nações.
Liberta-te português, dessa tentação Continental, onde poderás encontrar a amizade, algum equilíbrio, mas nunca a solidariedade e a afinidade, que te preservará a tua identidade.
Liberta-te da ilusão, da vivência sem esforço, porque não é essa a tua vocação, nem tão pouco o teu carácter.
Rompe com os espartilhos da acomodação, com a mentira dos dominadores e volta a caminhar pelos teus meios.
Portugal, não é a porta de saída da Europa, mas a porta de entrada da raiz lusitana.
Volta a aproximar todos os que te conheceram e reconheceram, ao ponto de adoptarem a tua língua, enaltece o passado comum, para de mãos dadas encontrarem de novo a esperança e a voltarem a transmitir a todos os demais povos.
A tua submissão, português, será a submissão de muitos mais, a uma nova escravidão.
Tu que foste o primeiro a acabar com ela, terás também de ser o primeiro na luta que se irá travar contra forças poderosas, que de novo a querem impor.
Só a tua sabedoria, o teu sentimento de solidariedade, a tua crença no Homem, poderá ser contraponto, a novas desgraças que os dominadores, na sua acção louca irão provocar.
Desconfia da solidariedade de outros povos, que te oferecem recursos a troco de cedências e ilusões, com os quais não tens laços de afinidade e que te dominarão, na sua presunção de superioridade.
Acredita nos teus irmãos e leva-os a acreditar em ti.
Tu português tens de voltar a afirmar-te …teus filhos te honrarão e muitos outros filhos, te agradecerão.
Desci do morro do Padrão amedrontado.
Palavras que faziam sentido, profecias loucas? … acontece que nunca mais as esqueci e cada vez mais, as reconheço como verdade.
José J. Lima Monteiro Andrade