segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Novo endividamento do Estado...mentira e inconsciência

A questão que anima as discussões jornalísticas e televisivas é afinal uma coisa simples e dramática.
Portugal não tem dinheiro para pagar aos Funcionários Públicos.
Por isso o Governo vai pedir à Assembleia da República autorização para um novo empréstimo externo de 4,9 mil milhões de euros.
A Assembleia não poderá recusar, pois os funcionários públicos terão de receber os seus salários e subsídio de Natal. Nenhum dos actuais partidos com assento parlamentar, terá coragem de se opor a mais esta grave decisão de aumento do nosso endividamento externo.
Esta ruptura financeira do Estado já era conhecida em Julho, muito antes das eleições legislativas, mas foi sonegada, pois não convinha ao partido do Governo.
A sonegação de informações aos eleitores é hoje uma prática corrente…o caso do encerramento do Jornal de sexta da TVI, foi talvez o mais mediático, mas não foi nenhuma excepção.
A asfixia democrática chegou a ser um tema da campanha eleitoral, mas como é evidente por ter sido levantada por um partido com pés de barro, ou seja, também com muitas responsabilidades nesta matéria, não chegou a ser aprofundado.
Mas não é por esse facto, que os portugueses na sua generalidade não sentem que esta democracia está doente, senão já em agonia.
O nosso progressivo endividamento vai acelerar essa agonia.
Já ninguém não comprometido, com um mínimo de consciência, acredita ser possível inverter este caminho pela via reformista.
Estamos portanto perante uma situação gravíssima do ponto de vista político.
Ou vamos para uma alteração constitucional, que permita um outro regime político, mais eficaz e mais adaptado às circunstâncias e ao país…
Ou acreditamos que a Europa nos continuará a preservar dando-nos umas esmolas, para a nossa sobrevivência…
Ou ainda, que aceitamos resignados, a nossa dissolução como Nação.
O que é verdade é que mais cedo ou mais tarde os nossos credores exigirão de nós, uma outra forma de governação.
Ninguém empresta dinheiro, nem continua a emprestar, quando começa a verificar a impossibilidade de o reaverem e verificam uma situação de progressivo acréscimo de endividamento.
Estamos assim próximos de uma imposição governativa, que certamente não será do agrado da maioria dos portugueses e por esse facto, não poderá ser democrática.
Acreditam muitos, que a Europa é a almofada, que não permitirá que isso aconteça.
É também uma perspectiva possível, mas não menos dramática.
Uma Nação que foi a primeira a chegar à Índia e à América, que tem nove séculos de História gloriosa, aceitará essa resignação de pedinte e dependente de uma Europa, sem uma identidade homogénea e cheia de contradições internas?
Aceitará este povo, apesar dos indícios de resignação, um caminho de total subserviência ou de dissolução?
Todos já concluímos, que a reforma do ensino, da justiça, são essenciais, determinantes e urgentes…que a corrupção e a promiscuidade entre a política e os negócios terá de acabar…que teremos de voltar a ter industria, agricultura e pescas…que teremos de ser atractivos para o investimento estrangeiro…que as leis do trabalho têm de ser flexíveis…
Mas como?
Os que ainda acreditam, que esta 3ª Republica tem condições para fazer todas essas reformas, a tempo de evitar o desastre, na minha opinião estão apenas a promovê-lo e a acelera-lo.
A alternativa a tudo isto, a única em que acredito como forma de evitar consequências irremediáveis ou para a democracia ou para a própria independência nacional, só pode ser encontrada pela profunda revisão do Regime, através da mudança da Constituição.
Ou pela via Presidencialista, como forma de preservar a República…
Ou pela Monarquia como forma de preservar a democracia e a Nação.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

História de um Reino quase perdido ( Cap.II)


Henrique Paiva Couceiro - Paladino

Os invasores do reino não encontraram grande resistência patriótica, naquele ano de 1910.
A defesa do Império em terras de África, mobilizara os heróis que longe estavam impedidos de defender a sua Pátria mãe.
Escolheram a data mais querida e comemorada no Reino, para implantarem o novo regime… o 5 de Outubro, o Dia do Tratado de Zamora, o dia da Independência do Reino.
Os invasores sabiam que teriam de apagar a história e as referências do povo, para a consolidação da sua mentira. A partir de então o 5 de Outubro passaria a ser comemorado como o dia da implantação do regime e não mais como da Independência nacional.
Apenas um Homem, se destacou desde logo e que vai ser pela sua enérgica postura em defesa do Reino, o mais nobre Herói entre todos os demais.
Chamavam-lhe o Paladino, mas tinha como nome de baptismo, Henrique Paiva Couceiro.
Ele comandando um punhado de homens mal armado, foi a resistência possível, mas persistente aos Invasores.
Chamaram a essa luta pela resistência patriótica, as “incursões do Norte”, pois essa resistência estava estabelecida nas terras fronteiriças da Galiza. A postura dúbia e temerosa do Rei vizinho, contribuiu muito para o falhanço desta acção do Paladino e dos seus heróicos companheiros.
Onde vaz Alfonso XXII?, onde vás triste de ti…
Quiseram então os novos detentores do Reino, encontrar o Homem, para substituir o Rei.
Mas não se entendiam. Uma eleição finalmente combinada por um restrito Colégio, fez uma escolha que naturalmente se mostrou efémera.
A Republica não podia ser democrática, não podia ser baseada em sufrágio universal, porque não tinha suficiente adesão popular. Porque também não tinha um líder consensual.
Sucedeu-se um período de enorme instabilidade, onde se sucediam as revoluções e os governos.
A República desde o seu início, nunca se conseguiu afirmar como Regie Pública, como democracia e as divisões partidárias sucediam-se, porque as ansiedades pessoais se sobrepunham aos ideais.
Eram as revoluções nas ruas de Lisboa, que ditavam as quedas dos governos e o retorno ao poder, dos substituídos na revolução anterior.
Até que, alguém pôs tudo isto na ordem.
Era Capitão, Professor Catedrático em Coimbra, e tinha um perfil carismático impar. Com os seus discursos empolgantes junto do povo, conseguiu protagonizar uma mensagem de esperança.
Tirou então o avental.
Convocou as primeiras eleições universais, pois a sua popularidade já indicava que essa possibilidade poderia então ser oferecida ao pobre povo enganado.
Ganhou essas eleições, por uma margem indiscutível.
Assinou a sua sentença de morte.
Sidónio Pais, é assassinado porque despiu o avental.
A propaganda então, tratou de lhe chamar o Ditador.
Naquele Ex-Reino, ninguém mais poderia atrever-se a ser popular.
Isso era agora sinónimo de Ditador.
De toda esta luta política pelos poderes e influências pessoais, gerava-se a miséria do povo.
De toda esta luta política, enfraquecia a capacidade de manter a defesa do Império, que a participação na primeira Guerra Mundial foi uma consequência e também um enorme flagelo adicional.
O Ex-Reino ainda conseguia manter o seu Império, à custa do redobrado esforço dos seus heróis e também à custa do empobrecimento cada vez maior.
O Ex- reino estava num impasse insuportável.
À instabilidade juntava-se agora a pobreza e a ansiedade era cada vez maior.
A mentira persistia, como o domínio dos que usavam os aventais.
José Andrade

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

História de um Reino quase perdido ( Cap.I)



Já há muitos anos que este Reino estava ameaçado.
Um Reino, que era um grande Império, que foi invadido por franceses que tinham um outro Império e que queriam alargá-lo.
Resistiu o povo desse Reino, mas esse povo logo foi subjugado, por Aristocratas amigos do invasor, mas que chamaram o Rei, mas impedindo-o de reinar.
Tiveram de matar esse Rei João e fazer guerra ao seu legítimo sucessor, que agora era o novo Rei.
Bem tentou o povo, defender este seu amado e patriota jovem Rei, mas perante tanta força aliada na traição, conseguiram a sua derrota e a sua deportação.
Miguel por amor ao povo, não quis vê-lo mais ser morto e destroçado, rendeu-se á invasão dos estrangeiros, associados aos Aristocratas portugueses seus amigos.
Fê-lo assim, para evitar o seu sofrimento, mas nunca abdicou de seus direitos e responsabilidades.
Os seus inimigos trataram através de uma propaganda vergonhosa de substituir o seu patriotismo, pelo acusação falsa de Rei Absolutista.
Aclamou-se uma Rainha, neta do Rei morto e sobrinha do Rei exilado. Ela tinha a percepção do perigo, do drama familiar e cuidou de ter filhos para garantir a continuidade do Reino.
Morreu ao dar á luz o seu décimo primeiro rebento.
Um jovem culto e determinado, o seu filho e Herdeiro, esperou ainda dois anos até ser aclamado. Foi-o no preciso dia do seu 18º aniversário, uma aclamação muito significativa da esperança que todos nele depositavam.
Este infeliz Rei, teve um brilhante mas efémero reinado.
Sucedeu-lhe como Rei, o único irmão varão que restava, pois todos os outros morreram da mesma doença e na mesma altura do Rei tão querido pelo povo.
Chamava-lhe carinhosamente Lipipi, a Rainha do Império Britânico, essa que tinha sido baptizada como Vitória, uma premeditação do seu sucesso, sua prima por afinidade. Mas no Reino em que reinou, foi sempre tratado por Luís, seu nome próprio de baptismo.
O drama do Reino era assim esta instabilidade, que os dramas de assassinatos e mortes súbitas e estranhas, provocava.
Tudo isto, toda esta instabilidade, era um caminho aberto, para a mensagem francesa da eleição real, ou seja da Republica.
Os invasores tinham deixado os seus mensageiros, que vestiam uns aventais em reuniões secretas.
Ao morrer este Rei artista e culto, sucede-lhe seu filho como Rei, um Homem ainda melhor preparado.
Chama-se Carlos, esse distinto Rei, que sendo um extraordinário diplomata, era uma amante da tradição popular, um artista plástico distinto e um cientista de grande valor.
Popular, porque o povo se revia nele.
A esse Rei se deveu, numa época conturbada a preservação do Império, que seus antepassados tinham criado, com a ajuda e empenhamento heróico de um povo orgulhoso.
Desta sua acção patriótica, resultaram novos actos heróicos e foram muitos os heróis do Reino, que defenderam o Império.
Desta sua acção patriótica, resultou também a fúria e o desespero dos estrangeirados.
O Regicídio e a morte de Rei e do Herdeiro, foi o resultado deste sentimento de traição ao povo português.
O assassínio, ao serviço da instabilidade, ao serviço da mensagem importada, ao serviço dos interesses de outros países e de outros desígnios, que não os do Reino, era assim mais uma vez o instrumento utilizado e que agora seria para ficar.
A herança do novo Rei, era agora uma herança impossível, que um jovem de 19 anos não poderia resistir.
A implantação da Republica foi assim a nova Invasão francesa.
O povo chorou, o exílio Real, mas foi subjugado pela mentira, através da propaganda, da violência e da violentação.
O Reino estava assim conquistado.
O “avental global” tinha conquistado o Reino.