quarta-feira, 4 de maio de 2011

Sócrates , o herói negociador

O nosso 1º Ministro para além do mais é uma bizarra figura.
Há 15 dias apresentava-se como o herói da resistência da invasão satânica, do temeroso FMI.
Ontem apresentou-se como o herói negociador, que impediu todos os males que os satânicos e sinistros do tenebroso FMI, nos queriam impor.
O sentido propagandístico de Socrates, é a essência da sua consistência política.
A ausência de sentido crítico da população portuguesa, cerceado pela propaganda oficial do sistema, alimentado por uma comunicação social dependente, é o pilar de sustentação de protagonistas políticos deste calibre.
Não sei a que negociação se refere o 1º Ministro, seria interessante conhecer esses pormenores negociais. Sei, que logo apareceu Catroga a reivindicar para o PSD, muitas vitórias negociais.
Desconfio que a verdadeira negociação foi interna entre as instituições que compõem a troika.
Estou ansioso pelo esclarecimento cabal desta situação.
Os partidos dominantes, ainda nos querem fazer crer, que têm alguma influência sobre os destinos de Portugal no curto prazo, depois de nos terem colocado numa situação de banca rota, pela sua inconsciência, irresponsabilidade e ansiedade de usufruto de benesses e privilégios.
Os partidos dominantes mantêm uma atitude de sobranceria perante o povo português, usando e abusando do seu bom, interpretando maliciosamente este sentimento colectivo como uma submissão ou mais grave ainda como uma incapacidade de compreensão, acreditando que o podem continuar a manipular, como o exclusivo intuito da preservação dos seus poderes.
Eles são os donos de Portugal e os portugueses os seus submissos apoiantes…é nesta premissa, que desvirtuou o sentido da democracia, que se sustenta todo este sistema político, que criou uma sociedade de ilusão, medíocre, sem capacidade reivindicativa, dependente, injusta e insolvente.
Mas estes novos donos de Portugal, que nos asfixiam e manipulam, estão eles próprios, totalmente sujeitos a dominâncias de lobies e de interesses, precisamente porque a sua motivação para a coisa pública não é um serviço de paixão pelo país, mas simplesmente os seus próprios sonhos de protagonismo pessoal e os seus interesses mesquinhos.
Por isso desconfio que esta negociação, resultou de um equilíbrio entre interesses financeiros e políticos, em que se exigiu a nossa subordinação total e se porventura deste acordo resultar alguns benefícios para Portugal, eles não decorrem da visão politica dos nossos partidos, mas sim, da sua incapacidade.
Aquilo que se propagandeou como “ajuda externa”, terá assim este significado perverso de ajudar a manter estes partidos incapazes, irresponsáveis e dependentes, como base da sustentação de um sistema político que criou esta lamentável dependência aos interesses alheios e esta sociedade de subsistência das injustiças e cada vez mais impossibilitada de assumir o seu direito de auto-governar.
Exigir e escolher em liberdade foi um sonho …. a democracia portuguesa está apenas restringida a uma cada vez mais ténue possibilidade de sancionar periodicamente as decisões que nos são impostas do exterior.
Por incapacidade nossa (dos políticos que mantivemos), por dependência ideológica colectiva a soluções do passado que estão caducas e formas de organização política e administrativa desadequadas.
Paralisados como sociedade, pela dependência a estas forças políticas, desenraizados dos nossos valores de diferenciação, ficamos cativos e perdemos a nossa dinâmica e criatividade colectiva.
Incrédulos, porque não vislumbramos alternativas a um sistema político, do qual maioritariamente desconfiamos e nele não nos revemos.
As referências políticas actuais, são passado…a motivação colectiva deste magnífico povo, só poderá acontecer com novas referencias, credíveis e apaixonadas.
José J. Lima Monteiro Andrade

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