A loucura ideológica, dita de esquerda, está na origem do total descalabro das contas públicas.
Esta loucura, começou com a invasão ideológica socialista pós 25 de Abril, em que ao Estado competiria a manutenção e orientação de toda a sociedade.
O mais grave, não foi as enormes despesas e desperdícios no erário público, mas sim, a nova mentalidade que rapidamente se generalizou entre os portugueses. Ao Estado passou a competir a garantia dos direitos e dos rendimentos, mas pouco exigente nas obrigações, permissivo nos aproveitamentos individuais, de grupos, de partidos políticos e de seitas.
Os portugueses aproveitaram esta mensagem política, obtiveram vantagens, mas acomodaram-se de tal forma que acreditaram poder viver sem esforço. A garantia de rendimentos passou a ser a preocupação dominante de cada família, independentemente do seu contributo para crescimento da economia e da riqueza nacional. Ter emprego, subsídio, o serviço gratuito, manteve ao longo de todos estes anos a ilusão de poderíamos viver eternamente às custas de um Estado, que até tinha conseguido, que uma maioria vivesse substancialmente melhor.
A permissividade originou uma enorme promiscuidade e a corrupção generalizada. Pertencer a esta máquina do Estado, passou a ser o passaporte do rápido enriquecimento e da ambicionada influência perante os demais agentes da sociedade civil, nomeadamente as empresas, comunicação social, até sobre a Justiça.
Os partidos políticos da área governativa, passaram a ser os veículos que transportavam para os privilégios todas as mais diversas ambições.
O PS, passou a ser a principal central de transporte, dos “Zé Ninguém” ao estrelato da influência política. O PSD, o mais escolhido, para premiar a promiscuidade política empresarial, financeira e jurídica.
Passaram estes partidos a ser o suporte de um sistema político, que preservando a influência dominante do Estado, era cada vez mais um Estado tentacular e despesista, neutralizante da sociedade civil, mas servidor de interesses financeiros e estrangeiros.
O sistema político associado aos interesses financeiros e de alguns sectores empresariais, criou a ilusão do crédito ao consumo, que foi a mais grave alienação política, que veio a originar o endividamento generalizado e a consequente dependência partidária da classe média.
Garantiam assim, estes dois partidos dominantes, com o apoio possível e sempre ansioso do CDS, que o sistema político se fosse perpetuando.
Desde os finais do século passado que os indicadores deram sinais aos políticos da exigência de mudança de rumo.
Guterres fugiu, Barroso declarou que estávamos de “tanga” e soube aproveitar a oportunidade de se livrar deste buraco, Santana Lopes apesar de tudo, não era suficientemente louco, para dirigir o descalabro…até que foi encontrado o perfil ideal da irresponsabilidade e do aventureirismo … Sócrates conseguiu esta brilhante proeza, de ao longo de seis anos, enganar a maioria dos portugueses, alimentar a sua ilusão de continuarmos a viver e a acreditar que poderíamos continuar eternamente, a pedir emprestado para pagar uma despesa muito superior ao nosso rendimento colectivo.
Ou seja, conseguiu manter o caminho inevitável da falência colectiva, preservando a loucura ideológica de base e distribuindo de tal forma habilidosa, os privilégios, que conseguiu dominar a oposição, o descontentamento e alicerçar um sistema de propaganda pessoal e partidário, ao nível da mais repressiva ditadura.
A bancarrota era uma premeditação dos sensatos há mais de uma década e os mercados tornaram-na uma realidade.
Sócrates foi derrotado pela realidade…as suas acusações são ridículas.
A Troika (FMI; EU e BE) veio trazer-nos a revolução imposta.
A partir de agora o PCP e Bloco de Esquerda se assumirão cada vez mais, como partidos reaccionários a esta mudança radical, que há muito se impunha.
O PS encarnou a reacção promíscua e interesseira…preservar a mentira ideológica, beneficiando dela.
O PS, vai ter muita dificuldade de voltar a recuperar desta derrota de Sócrates, pois a revolução só agora se vai iniciar e a sua dinâmica não pode nunca ser a do passado, que manifestamente os portugueses irão rejeitar quando libertados desta propaganda dominadora.
A revolução iniciada, que não fomos capazes de fazer e nos foi imposta, não será apenas de natureza financeira, pois a crise que originou a dramática situação das contas públicas é acima de tudo de valores e política.
A revolução prosseguirá o seu ritmo, após o plebiscito de 5 de Junho…onde a nossa única escolha possível é a de penalizar ou sucumbir perante o actual 1º Ministro.
Competirá à sociedade civil, exigir o novo rumo e determinar o futuro político e estratégico de Portugal…este sistema está caduco, viciado, auto-neutralizado e não será capaz de ultrapassar esta mísera condição, de originar meros governos de gestão das imposições externas.
Viver como dependentes e submissos, não é uma condição dos portugueses.
Outras referências terão de surgir…é difícil porque este sistema é autocrático … mas é uma exigência nacional e um desígnio que teremos de cumprir para mantermos a nossa independência, soberania e identidade.
José J. Lima Monteiro Andrade
segunda-feira, 9 de maio de 2011
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