domingo, 30 de maio de 2010

A Revolução

A Revolução Portuguesa.
Nunca fui um revolucionário, sempre aspirei a viver num Estado de Direito, onde a liberdade fosse o princípio essencial do sistema político e onde o respeito pela independência dos poderes fosse a regra de oiro.
Só com um esforço de ingénuo optimismo, poderemos hoje acreditar que o actual regime e sistema político português, é hoje um Estado de Direito Democrático, e pior ainda, acreditar que ainda possa evoluir nesse sentido.
Esse sonho, essa aspiração, está hoje totalmente bloqueado por uma Oligarquia partidária dominante, que travestiu a democracia representativa, num simulacro caricato e que nos conduziu ao retrocesso humano e material, também à decadência social.
A minha descrença é total na viabilidade de uma via reformista de mudança.
A intuição e a razão, indica-me outro caminho, infelizmente mais penalizador, porventura o único possível e o único que poderá ser eficaz.
O importante não será a preparação de uma revolução, pois a queda desta simulação política, será inevitável a curto prazo. O abismo para onde se conduziu é evidente e a cegueira dos actuais políticos também, o passo em frente para a queda final, só a eles surpreenderá.
O mais importante é assim encontrar a resposta certa para o projecto nacional que se seguirá.
O poder não poderá cair na rua, pois ainda há muitos vagabundos doutrinários de ideias do passado e doutras paragens, que estão à espera para aproveitar, de uma eventual desorientação que o momento de ruptura inevitável, irá provocar.
É nos princípios unificadores da maioria dos portugueses que poderá estar a garantia indispensável para a nossa libertação.
Portugal é dos portugueses, é território, cultura e identidade, sociedade de seres humanos com valores firmes, é passado e será futuro.
Portugal é dos portugueses, de todos, dos que vivem nas suas diferentes regiões e dos que estão espalhados por todo o Mundo. Portugal é uma Nação do Mundo.
Portugal é dos portugueses pelos portugueses terá de ser governado.
Portugal tem futuro como país e como Nação, a sua soberania sobre o seu território e os direitos da sua sociedade são inquestionáveis.
Portugal é a nossa raiz, o nosso berço, a nossa honra, o nosso orgulho, a nossa paixão.
O patriotismo é assim o sentimento unificador, o verdadeiro sentido de Portugal.
É na valorização desse sentimento patriótico, que nos voltaremos a reencontrar e unidos nessa paixão, poderemos então por mãos à obra.
Não há obra humana de qualidade sem paixão, não haverá nunca um projecto consistente sem esta premissa de sentimento forte e unificador.
Portuguesismo é a condição seguinte.
Portuguesismo é a nossa identidade, a nossa diferenciação e a nossa enorme riqueza.
O portuguesismo representa um conjunto de características únicas, que nos distingue como povo, que nos preservou como Nação por nove séculos, que promoveu o sucesso no passado, também dos emigrantes portugueses no presente, que espantou todos os povos do mundo e originou o reconhecimento unânime da história mundial.
Ter orgulho no nosso portuguesismo, é ter honra e orgulho em nós próprios, o único caminho para a motivação e entusiasmo colectivo.
Portuguesismo é a nossa identidade, os nossos valores, os nossos costumes e tradições, a nossa sociedade cristã, a nossa dignidade, o nosso respeito por todos e a nossa exigência de respeitabilidade. É arrojo, criatividade e fé.
O projecto de futuro português não pode continuar limitado à exclusividade da premissa materialista.
O projecto terá de ser envolvente e a expressão de todas as nossas potencialidades de riqueza.
A nossa riqueza humana, associada à nossa riqueza social, cultural e histórica, a nossa riqueza sentimental que nos aproxima de outros povos, a nossa riqueza patrimonial que está desprezada num imensidade de mar por explorar e num território em desertificação social, patrimonial, ambiental e económica.
A nossa riqueza enorme por estarmos presentes em todo o mundo e por ainda podermos através do sentimento afectivo, originar retornos financeiros e de qualidade humana, de que tanto carecemos.
Não há povo tão rico e todos nos invejam essa riqueza imensa.
Foi por isso que usaram a traição para destruir o Império, mas o Império existe porque ele era mais do que património e mesmo desprezando os direitos a esse património, existem elos de tal forma fortes e um tal reconhecimento pela nossa riqueza humana, que outra forma de oportunidade pode e deve vir a ser criada.
Prestar o serviço de aproximação dos povos e da integração das culturas preservando as suas expressões próprias, é um desígnio histórico dos portugueses, uma outra forma de riqueza, para a qual estamos predestinados.
Não é falta de potencialidades ou de oportunidades que carecem os portugueses e Portugal, é da tomada de consciência colectiva desta realidade.
A afirmação dos princípios essenciais abrirá a janela para que possa entrar esta noção e o projecto nacional verá então a luz do dia.
Patriotismo, portuguesismo, honra pelo passado e orgulho pelo que somos.
A libertação dos portugueses e de Portugal.
Verdade, honestidade, honra, respeito e dignidade, em liberdade.
Exigência como cultura, que determinará o mérito e a qualidade, no serviço público, que originará a responsabilização dos representantes.
Este é um projecto de regime, para o qual é essencial encontrar a referência de liderança.
Sem essa referência, a sua consistência será novamente corroída e destruída, pelos agentes da sua execução, os partidos políticos.
O Rei identificador e protagonista pela sua afirmação nestes princípios essenciais, será assim também a única forma de garantir o equilíbrio institucional, que viabiliza a via partidária como forma de garantir a representatividade popular neste projecto nacional e nas suas diversas formas de expressão possível ao nível da governação.
Esta função Real, livre e independente, afirmativa, empenhada, determinada, exigente e motivadora, será determinante para a libertação de Portugal e como garantia das liberdades dos portugueses, da existência de um Estado de Direito e do exercício da democracia.
A nossa referência para o futuro está na nossa herança.
É dela a Palavra da Salvação.
Ao povo cumpre unir-se no verdadeiro sentido de Portugal e através do renascimento da sua postura de exigência patriótica, pedir e apoiar essa Palavra, que recupere a nossa Alma e motive a nossa Esperança.

José J. Lima Monteiro Andrade

sábado, 29 de maio de 2010

As referências corrosivas da sociedade.

O Chefe de Estado desprezou a sociedade portuguesa

Um país que não tem referências unificadoras dos valores consolidados da sua sociedade é um país à deriva e sem rumo.
O Chefe de Estado deveria ser a referência unificadora do sentido e dos valores identificadores da sociedade.
A atitude do Chefe de Estado ao promulgar a Lei sobre o casamento homossexual é desde logo uma violação desse estatuto, mas a justificação que transmite aos portugueses é muito mais grave, porque representa uma outra referência negativa e contraria ao verdadeiro sentido de Estado de um Presidente da Republica português.
Essa justificação de atitude para promulgar a lei, revela a mentalidade da pessoa de Cavaco Silva e a sua incapacidade de percepção do interesse nacional e de incompreensão da sociedade portuguesa.
O Presidente da Republica, justifica a sua atitude através da sua mentalidade materialista. Diz que um problema menor não pode desviar a atenção para os verdadeiros problemas de Portugal.
A questão é assim tão grave quanto isto…para Cavaco Silva a prioridade de toda a nossa atenção terá de estar no combate à crise, ao deficit e demais questões financeiras. As questões da sociedade, são para ele, questões menores, que não devem desviar as atenções da família portuguesa.
Como encara o português comum e a família comum esta visão e esta mentalidade?
Manuel o português comum, casado com Maria, constituindo uma família portuguesa repetirá se olhar para o Presidente como uma referência, que deveria ser, seguindo o seu exemplo de raciocínio justificativo perante os seus problemas familiares concretos.
Dirá Manuel a sua Maria… deixa-me de azucrinar a cabeça com essas questões dos filhos, deixa-me livre para só pensar como poderei arranjar-me para pagar as prestações da casa, quero lá saber se o nosso filho anda ou não na droga, tenho de me concentra no importante.
É assim que a referência do Presidente da Republica iria funcionar, se o Chefe de Estado fosse uma referência.
Felizmente que não o é. Pois lamentavelmente há muito que a Sociedade portuguesa não vê nos Chefes de Estado uma referencia essencial.
Mas uma sociedade sem referências é uma sociedade condenada à decadência.
Dizem os analistas políticos que a sociedade portuguesa irá perdoar a Cavaco Silva e voltará a elegê-lo como Presidente.
Espero sinceramente que estejam enganados, pois isso seria um sinal muito grave de uma total dependência da sociedade a um regime que obriga a maioria da sua sociedade a votar contra a sua consciência colectiva, por ausência de alternativas.
Optar por um mal menor já é muito mau e já estamos há tempo demais sujeitos a essa circunstância. Mas votar contra a nossa própria consciência e a favor de quem despreza os nossos valores, é uma violação da nossa própria liberdade.
Este regime, esta Republica não merece que nos violentemos a esse ponto.
Os portugueses terão de entender que há alternativa a este regime, que nos pode voltar a dar a possibilidade de sermos livres e de nunca sermos violentados.
As próximas eleições presidenciais são a oportunidade da sociedade portuguesa dizer não a esta Republica que lhe impõe valores que não são os seus.
Bastará que sejamos coerentes connosco próprios e sigamos a nossa consciência em liberdade.
Libertados de todas as pressões e chantagens emocionais, que cairão sobre nós, caberá a cada um de nós ser capaz de se afirmar na sua coerência… há momentos históricos em que a razão tem de se sobrepor ao temor.
Preservar esta Republica é votar nas próximas eleições presidenciais, exigir a recuperação de Portugal e do seu sentido, é pela abstenção, transforma-la numa vontade minoritária da sociedade portuguesa e abrir a janela da esperança para a mudança.
José J. Lima Monteiro Andrade

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Carta Compromisso dos Libertados.

A Nova Cruzada

Carta de Compromisso

A Cruzada não é uma Revolta, mas sim uma luta consistente e determinada dos revoltados.

A Cruzada é uma luta pela reconquista dos valores e dos direitos.

A Cruzada não é a agitação social, nem sequer a sua promoção, é a mobilização das consciências e dos sentimentos, na afinidade do conceito maioritário da sociedade portuguesa.

A Cruzada visa a vitória de Portugal, do Portuguesismo, da Família e da Fé.

A Cruzada não é uma acção de grupos, de seitas, de partidos, de organizações, de instituições, mas de todos e de cada português, na defesa de Portugal, da sua Identidade, da sua Diferenciação, da sua Dignidade e dos seus Direitos como Nação.

A Cruzada tem como sede e reduto Fátima, pelo seu simbolismo milagroso e de Fé, onde o Líder espiritual veio depositar a Esperança e a Mensagem, que nos mobilizará para os desígnios que nos estão destinados.

A Cruzada é a motivação e mobilização, dos alheados, dos descontentes, dos desesperados, dos resignados, pela acção empenhada dos mais conscientes e determinados.

A Cruzada é a mobilização da Juventude Portuguesa, pela obrigação de lhes oferecer a melhor formação e pela sua consciencialização dos seus direitos e deveres, como forma de motivar a sua participação na construção do seu futuro.

A Cruzada é a recuperação do nobre sentido maternal das mulheres portuguesas e o enaltecimento dessa função maternal e do papel determinante e essencial na educação e formação.

A Cruzada é a comunhão do sentimento patriótico, com o sentido e postura de exigência, que associa todas as vontades e crenças, numa afinidade colectiva de Valores e de Direitos, que ditarão o verdadeiro movimento que fará ressuscitar a Alma do povo português e voltar a dar sentido a Portugal.

A Cruzada tem protagonistas e princípios, essa é a sua essência, a sua razão e a sua força:

- Todos os portugueses que sentem esse forte sentimento de paixão, pela sua Raiz que foi plantada num Território Sagrado e que não abdicam do considerar como seu e como seus únicos e exclusivos donos e gestores;

- Todos os portugueses que vivem e não abdicam de viver, numa sociedade cujo pilar dominante é a Família e o seu direito de prioridade na formação e educação dos portugueses, de acordo com os princípios e valores religiosos, que estão na sua origem e na sua tradição;

- Todos os portugueses que se honram e orgulham da sua História e querem viver orgulhosos da sua própria dignidade no presente e no futuro;

- Todos os portugueses que não abdicam da defesa dos Valores Eternos, que são a essência do equilíbrio social: o Respeito devido a cada um e ao próximo, a Honestidade, a Generosidade, a Solidariedade, a Lealdade, a Liberdade e a Verdade;

- Todos os portugueses que Acreditam que Portugal é eterno e que não se resignam a imposições de limitação da sua soberania como uma fatalidade, acreditando como uma Verdade, que tem sido negada, nas suas potencialidades territoriais, culturais e humanas;

- Todos os portugueses que se revejam na preferência nacional. Na defesa dos nossos produtos, da nossa cultura, do nosso ambiente e território, nos nossos direitos, nos nossos hábitos, costumes e tradições;

- Todos os portugueses que sentem o seu Portuguesismo, que é Patriotismo, Humanismo e Mundanismo. Uma diferenciação e distinção de um povo glorioso, que pela sua afirmação criará a riqueza indispensável, que fará renascer a sua motivação, o seu orgulho, a sua felicidade, também a amizade e o reconhecimento de todos os outros povos;

- Todos os portugueses que exigem que o Serviço Público e Político retome o seu verdadeiro significado de Servir a sociedade, com o objectivo do bem-estar dos portugueses;

-Todos os portugueses que reclamam o mérito e a qualidade no exercício do Serviço Público e Político e que não abdicam do direito de exigência da responsabilização pública de todos os que se disponibilizem para a função enobrecida do Serviço Público e da Governação;

- Todos os portugueses que rejeitam como objectivo exclusivo, o usufruto dos bens materiais, o materialismo como finalidade da vida humana e realçam o humanismo e a espiritualidade, como factores determinantes da realização pessoal e colectiva;

- Todos os portugueses que reconhecem Portugal em todo o seu sentido histórico e actual como uma Nação do Mundo e que rejeitam toda e qualquer outra subalternização deste sentido de Portugal, que está naturalmente identificado pela opção de muitos que vivem e trabalham fora do Território Pátrio;

- Todos os portugueses que acreditam na distinta diferenciação de Portugal e do Povo português e que só foi possível manter essa diferenciação justificadora de Nação, pelo reconhecimento colectivo, por vezes intuitivo, mas verdadeiro, de que temos hoje, tal como tivemos no passado, um desígnio a cumprir que nos enriquecerá e glorificará.

A Nova Cruzada não é um movimento político, nem social, ou religioso. É a expressão de uma luta colectiva que unirá a maioria da sociedade portuguesa, com o objectivo da Libertação dos Portugueses e de Portugal:

- Uma mobilização colectiva contra a Mentira e a Manipulação;

- Uma mobilização colectiva contra o laicismo militante e a sua consequente descaracterização da sociedade portuguesa;

- Uma mobilização colectiva contra a corrupção e os compadrios;

- Uma mobilização colectiva contra os privilégios pessoais e partidários, que conduziram a uma inaceitável diferenciação da distribuição do rendimento nacional e a uma Oligarquia partidária onde os direitos são sonegados, espartilhados, em que se nega o surgimento de novas ideias e novas forças partidárias e se inibe a responsabilização política;

- Uma mobilização colectiva contra todos os aspectos que afrontam a nossa afinidade comum, numa atitude de firmeza e empenhamento permanente, de participação cívica;

- Uma mobilização colectiva de informação e testemunho pessoal ou associativo, capaz de mobilizar toda a sociedade e a ela levar a Esperança que carece para se impor na sua vontade;

- Uma mobilização colectiva contra a mediocridade da classe dirigente e um apelo constante e permanente à afirmação pública da qualidade ao serviço de Portugal e da sociedade portuguesa;

- Uma mobilização colectiva contra os espartilhos e condicionamentos da liberdade de expressão e em prol do sentido crítico, pois estas por vezes subtis formas de neutralização, representam as mais graves limitações actuais dos direitos e liberdades dos portugueses e formas de preservar os erros e as irresponsabilidades;

- Uma mobilização colectiva pelas mudanças urgentes… do Ensino Público obsoleto, pela exigência dos princípios prioritários do rigor, da exigência e da motivação. Da Justiça, que terá de ser independente e célere e pela simplificação legal. Da despesa corrente do Estado e do sentido do rigor dos Serviços públicos. Do sistema eleitoral, pela liberalização das candidaturas, pela eliminação do oligopólio partidário e pela responsabilização dos eleitos;

- Uma mobilização colectiva pelos direitos regionais a um desenvolvimento harmonioso e contra a desertificação ambiental e social;

- Uma mobilização colectiva pelo direito à segurança de pessoas e bens;

- Uma mobilização colectiva na defesa da igualdade de oportunidades e no enaltecimento do mérito individual;

- Uma mobilização colectiva na defesa do património nacional, do ambiente e dos recursos;

- Uma mobilização colectiva na aproximação dos portugueses e na sua mobilização para projectos nacionais. No aprofundamento dos laços culturais, económicos e sociais com os povos lusófonos.

A Nova Cruzada é assim a luta, que teremos de fazer em muitos e diversos campos de batalha, sob a bandeira comum de restaurar Portugal e o seu sentido como Nação do Mundo.

A Nova Cruzada é a libertação de Portugal, pela Verdade, pelo sentimento comum, pela razão que justifica a Nação, pela comunhão de todas as nossas afinidades e pela crença de que temos uma importante missão a desempenhar hoje e no futuro.

Serão lutas diárias, a que se associarão um vasto e diversificado conjunto de organizações e organismos cívicos, culturais e religiosos, que conduzirão à vitória esta Cruzada de salvação e libertação de Portugal.

Os libertados, empenhados na Restauração de Portugal e do seu profundo sentido histórico e cultural, disponibilizam-se para a Nova Cruzada e exortam todos os patriotas a unirem-se nesta luta de que se orgulharão os nossos filhos, os nossos netos e os seus descendentes.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Uma reflexão importante de Eduardo Prado Coelho

Precisa-se de matéria prima para construir um País
Eduardo Prado Coelho - in Público (2007)



A crença geral anterior era de que Santana Lopes não servia, bem como Cavaco, Durão e Guterres.
Agora dizemos que Sócrates não serve.
E o que vier depois de Sócrates também não servirá para nada.
Por isso começo a suspeitar que o problema não está no trapalhão que foi Santana Lopes ou na farsa que é o Sócrates.
O problema está em nós. Nós como povo.
Nós como matéria prima de um país.
Porque pertenço a um país onde a ESPERTEZA é a moeda sempre valorizada, tanto ou mais do que o euro.
Um país onde ficar rico da noite para o dia é uma virtude mais apreciada do que formar uma família baseada em valores e respeito aos demais.
Pertenço a um país onde, lamentavelmente, os jornais jamais poderão ser vendidos como em outros países, isto é, pondo umas caixas nos passeios onde se paga por um só jornal E SE TIRA UM SÓ JORNAL, DEIXANDO-SE OS DEMAIS ONDE ESTÃO.
Pertenço ao país onde as EMPRESAS PRIVADAS são fornecedoras particulares dos seus empregados pouco honestos, que levam para casa, como se fosse correcto, folhas de papel, lápis, canetas, clips e tudo o que possa ser útil para os trabalhos de escola dos filhos... e para eles mesmos.
Pertenço a um país onde as pessoas se sentem espertas porque conseguiram comprar um descodificador falso da TV Cabo, onde se frauda a declaração de IRS para não pagar ou pagar menos impostos.
Pertenço a um país:
- Onde a falta de pontualidade é um hábito;
- Onde os directores das empresas não valorizam o capital humano.
- Onde há pouco interesse pela ecologia, onde as pessoas atiram lixo nas ruas e, depois,
reclamam do governo por não limpar os esgotos.
- Onde pessoas se queixam que a luz e a água são serviços caros.
- Onde não existe a cultura pela leitura (onde os nossos jovens dizem que é 'muito chato ter que ler') e não há consciência nem memória política, histórica nem económica.
- Onde os nossos políticos trabalham dois dias por semana para aprovar projectos e leis
que só servem para caçar os pobres, arreliar a classe média e beneficiar alguns.
- Pertenço a um país onde as cartas de condução e as declarações médicas podem ser 'compradas', sem se fazer qualquer exame.
- Um país onde uma pessoa de idade avançada, ou uma mulher com uma criança nos braços, ou um inválido, fica em pé no autocarro, enquanto a pessoa que está sentada
finge que dorme para não lhe dar o lugar.
- Um país no qual a prioridade de passagem é para o carro e não para o peão.
- Um país onde fazemos muitas coisas erradas, mas estamos sempre a criticar os nossos governantes.
Quanto mais analiso os defeitos de Santana Lopes e de Sócrates, melhor me sinto como pessoa, apesar de que ainda ontem corrompi um guarda de trânsito para não ser multado.
Quanto mais digo o quanto o Cavaco é culpado, melhor sou eu como português, apesar de que ainda hoje pela manhã explorei um cliente que confiava em mim, o que me ajudou a pagar algumas dívidas.
Não. Não. Não. Já basta.

Como 'matéria prima' de um país, temos muitas coisas boas, mas falta muito para sermos os homens e as mulheres que o nosso país precisa.
Esses defeitos, essa 'CHICO-ESPERTERTICE PORTUGUESA' congénita, essa desonestidade em pequena escala, que depois cresce e evolui até se converter em casos escandalosos na política, essa falta de qualidade humana, mais do que Santana, Guterres, Cavaco ou Sócrates, é que é real e honestamente má, porque todos eles são portugueses como nós, ELEITOS POR NÓS. Nascidos aqui, não noutra parte...
Fico triste.
Porque, ainda que Sócrates se fosse embora hoje, o próximo que o suceder terá que continuar a trabalhar com a mesma matéria prima defeituosa que, como povo, somos nós mesmos.
E não poderá fazer nada...
Não tenho nenhuma garantia de que alguém possa fazer melhor, mas enquanto alguém não sinalizar um caminho destinado a erradicar primeiro os vícios que temos como povo, ninguém servirá.
Nem serviu Santana, nem serviu Guterres, não serviu Cavaco, nem serve Sócrates e nem servirá o que vier.
Qual é a alternativa ?

Precisamos de mais um ditador, para que nos faça cumprir a lei com a força e por meio do terror ?
Aqui faz falta outra coisa. E enquanto essa 'outra coisa' não comece a surgir de baixo para cima, ou de cima para baixo, ou do centro para os lados, ou como queiram, seguiremos igualmente condenados, igualmente estancados... igualmente abusados !
É muito bom ser português. Mas quando essa portugalidade autóctone começa a ser um empecilho às nossas possibilidades de desenvolvimento como Nação, então tudo muda...
Não esperemos acender uma vela a todos os santos, a ver se nos mandam um messias.
Nós temos que mudar. Um novo governante com os mesmos portugueses nada poderá fazer.
Está muito claro... Somos nós que temos que mudar.
Sim, creio que isto encaixa muito bem em tudo o que anda a acontecer-nos:
Desculpamos a mediocridade de programas de televisão nefastos e, francamente, somos tolerantes com o fracasso.
É a indústria da desculpa e da estupidez.
Agora, depois desta mensagem, francamente, decidi procurar o responsável, não para o castigar, mas para lhe exigir (sim, exigir) que melhore o seu comportamento e que não se faça de mouco, de desentendido.
Sim, decidi procurar o responsável e ESTOU SEGURO DE QUE O ENCONTRAREI
QUANDO ME OLHAR NO ESPELHO.
AÍ ESTÁ. NÃO PRECISO PROCURÁ-LO NOUTRO LADO.
E você, o que pensa ?... MEDITE!


EDUARDO PRADO COELHO ( 2007 )

segunda-feira, 24 de maio de 2010

A Raíz do Território Sagrado

A Raiz de Portugal

Portugal é um território onde foi plantada uma forte raiz.
Ventos gelados e as mais diversas intempéries,
Têm definhado o brotar da mais bela flor do mundo,
Uma forte raiz a quem se nega, o surgimento da arvore florida.
Muitos de nós nunca viram essa maravilhosa flor,
Nunca sentiram o seu perfume, nunca puderam apreciar a sua beleza.
Já muitos de nós dela não se lembram, já dela não falam a seus filhos.
Quem pode ter paixão pelo que se esquece e pelo que nunca sentiu?
Esta é a terrível arma do esquecimento, que impede a nossa paixão.
Uma violação da natureza, um pecado capital,
Traição dos insensíveis á beleza, ao sentimento, renegados sem coração.
Que renegam a si próprios a essência humana e obrigam outros a essa condição.
Traição ao humanismo, ao heroísmo dos antepassados e ao futuro dos seus filhos.
Vis traidores que apenas olham para seu umbigo asqueroso.
Ignorantes e pequenos, tão senhores do seu egoísmo, esqueceram-se de pensar.
A raiz é secular, é profunda e forte, foi plantada num solo sagrado.
Tão forte que bastará uma pequena clareira de sol aberto, para que o seu vigor volte de novo.
Esse dia de Primavera chegará breve, bastará seu anúncio pelos que têm essa lembrança.
O povo está saturado do vento frio, das tormentas e anseia pelo sol e ar puro.
Nesse dia todos jubilarão de alegria a ver a árvore a crescer e a ramificar.
O espanto daqueles que nunca a tinham visto, será transformado em sentimento,
Os que dela estavam esquecidos, reconhecerão a verdade dos convictos apaixonados.
Fugirão para longe para sempre desterrados os apátridas sem valor, nem sentimento.
A flor mais bela do Mundo, estará livre para se mostrar.
A Alma do povo ressuscitada, motivará de novo o orgulho, a honra e a glória.
Portugal voltará a afirmar-se no Mundo com todo o seu esplendor.
Porque os portugueses voltaram a ver, a sentir, a exprimir, a sua condição e a sua paixão.

José J. Lima Monteiro Andrade

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Portugal de hoje e a União Europeia de amanhã

A Europa precisa de salvar o euro como moeda forte. Este é o grande objectivo e a grande prioridade da política europeia.
Para que assim seja, todos os países da zona euro, têm de ter contas públicas sem derrapagens e controladas. Esta é a ordem política essencial da União Europeia.
O controlo do deficit e a sua aproximação para níveis da ordem dos 3% do PIB como limite é a imposição a que Portugal está obrigado, para poder continuar a manter os níveis do custo de seu endividamento e para continuar a aspirar na obtenção de novos empréstimos.
Mas o endividamento externo português e a estagnação do desenvolvimento económico, constituem os dois mais graves problemas nacionais.
A redução do deficit das contas públicas portuguesas é assim uma imposição de Bruxelas, que nos irá viabilizar a persistência do erro, que é continuar a recorrer aos empréstimos externos para pagar as despesas correntes do Estado.
A persistência neste erro, tem como consequência lógica o adiamento das reformas essenciais do sistema de Ensino público, da Justiça, do Estado providência, que são factores determinantes para o desenvolvimento económico e para a diminuição da despesa corrente do Estado.
Os aumentos de impostos que agora já são anunciados e as quebras de rendimentos subsequentes, irão penalizar ainda mais o consumo privado, a inexistência de poupança nacional e como tal penalizar ainda mais a nossa tendência de estagnação económica.
Dependentes a sermos os meninos bem comportados desta União disciplinada pelo rigor alemão, também somos simultaneamente induzidos a fazer-lhes o favor de continuar a obter e a pagar o dinheiro que os seus bancos nos facultam e assim promover o seu desenvolvimento e enriquecimento.
O nosso empobrecimento progressivo, é o nosso contributo para o seu enriquecimento.
O nosso desenvolvimento não lhes interessa minimamente, pois não contam com o nosso mercado para vender os seus produtos ou serviços.
A noção actual de solidariedade europeia é exclusivamente financeira e não de natureza económica e do bem-estar dos povos dos países que a integram.
Esta é uma profunda alteração da política da União, consequência directa do Tratado de Lisboa, onde países como Portugal perderam claramente a sua capacidade negocial e de influência política.
Este primado financeiro da política da União, terá o reverso da medalha inevitável no acentuar das disparidades do desenvolvimento dos países periféricos e a consequente revitalização das suas dinâmicas nacionalistas.
Ao alargamento precipitado da União, seguir-se-á o processo do seu desmembramento.
Políticas governamentais como a portuguesa são de tal forma insustentáveis em termos económicos e financeiros, que serão insuportáveis para o rigor financeiro que vai ser exigível à moeda única e na actual concepção europeia isso vai ser determinante nas escolhas de quais os países que têm condições para o assegurar.
A delicadeza deste gravíssimo problema, não pode levar a que Portugal mantenha a cabeça debaixo da areia e não o encare com realismo e antecipação.
Estamos a correr um risco demasiado elevado.
Não é tanto o que muitos pressentem de que a União tem os dias contados, pela sua incapacidade de subsistência face à globalização dos mercados. É que essa luta da União, vai originar critérios políticos de rigor orçamental muito apertados, para os quais Portugal, não tem qualquer hipótese de resposta, precisamente pela sua concepção de Estado. Um Estado que consome mais de 50% do Produto Interno do país.
O despesismo português, a macrocefalia do Estado, a nossa escassa produtividade empresarial, não são problemas que se resolvam com a celeridade que a crise da União imporá como exigência de adaptação, muito menos com o sistema político que temos.
Aos portugueses exige-se encarar a realidade e encontrar alternativas por antecipação.
Este debate público terá de começar a ser feito.
Não pelos mesmos que com mais ou menos responsabilidades continuam amarrados a preconceitos e a ideias fixas, mas pela massa critica competente e consciente, que por descrença neste sistema, tem sido marginalizada do debate nacional.
É a hora de surgir a terreiro a competência e a nova ideia.
José J. Lima Monteiro Andrade

terça-feira, 18 de maio de 2010

A falsidade repulsiva

A falsidade é a característica que mais me repugna num ser humano.
O que mais me chocou ontem no discurso do Presidente da República, foi ter percebido que quem estava a falar era falso e não se envergonhava dessa característica.
A decisão de promulgar a Lei do Casamento entre homossexuais, imediatamente após a visita do Papa a Portugal, apenas representa que as palavras e as condutas do Presidente da República durante a visita do Santo Padre, foram uma lamentável sucessão de falsidades de comportamento do sujeito Aníbal Cavaco Silva.
Lamentável comportamento, que fere toda a nossa sensibilidade, de uma pessoa que já tendo tomado uma decisão, faz-se passar pelo mais orgulhoso dos fiéis na presença do Papa e perante a alegria dos portugueses, para no dia seguinte ser um colaboracionista destacado, contra a essência da mensagem Papal e envergonhar a maioria dos portugueses, que tinha sido enaltecidos, como um povo glorioso.
Como pode um homem assim ser Presidente da República de Portugal?
Mas a sua falsidade tem ainda outra agravante. É que o que a ocasiona não é a consciência do sujeito Cavaco Silva, mas a necessidade de não provocar um debate com as forças apoiantes do seu concorrente às eleições presidenciais.
A falsidade tem origem política e representa a enorme falsidade da própria República.
Se o momento não fosse pré-eleitoral, ou se fosse pós eleitoral, ficamos todos a saber que a convicção de Cavaco Silva se tinha imposto, à sua dependência como candidato presidencial.
O regime republicano é assim. Toda uma sociedade vai sofrer uma afronta na sua essência porque há uma eleição presidencial que exige do candidato a atitude de falsidade.
Não nos temos cansado de fazer esta simples demonstração…com um Rei livre, isento e independente, nunca os portugueses ficariam sujeitos a este vexame.
O povo português não merece, ter como referências níveis tão baixos de valor humano.
José J. Lima Monteiro Andrade

sábado, 15 de maio de 2010

A "crise" portuguesa, somos nós.

A crise portuguesa somos nós.
Crise é hoje a palavra terrível, que todos pronunciam.
Mas o que é a crise, que crise? Conceito abstracto ou concreto?
Em Portugal ela ainda há bem pouco tempo era negada. Não convinha falar dela por motivos eleitorais.
Aparece subitamente vinda do exterior, gerada por uns vagos especuladores financeiros.
Apelidaram esta “crise” de internacional ou global. Politicamente ela é apresentada como a mãe de todas as outras, que entretanto iam chegando à luz do dia. A crise de emprego, a crise das empresas, a crise social, a crise financeira, a crise económica, a crise de valores.
Com a chegada de todas estas crises, tudo vale para impedir a crise maior, essa terrível crise política que seria a mais dramática de todas.
A “crise” é justificação, é desresponsabilização…é qualquer coisa que aconteceu fora de todas as previsões, que sobre nós se abateu e que teremos de ultrapassar. Ela encobre os erros, justifica a incapacidade e irresponsabilidade política.
Os portugueses aceitam resignados a sua apresentação. Basta a repetição “politicamente correcta”, que é a “crise” que nos impõe os sacrifícios, que origina o desemprego ou as falências, que todos teremos de aceitar essa malfadada circunstância, que nos caiu em cima como se de uma calamidade se tratasse.
A “crise” que nos caiu em cima, sem culpa de ninguém, é uma razão com tal consistência, que não vale a pena saber o que é, nem como veio, nem indagar das razões ou das responsabilidades.
Resta-nos chorar, talvez rezar e pedir a Deus que nos ajude.
Este conformismo nacional é o verdadeiro drama.
A “crise” está em cada um de nós e em todos.
O conformismo e a resignação, é afinal a essência da “crise nacional”.
Todos estamos disponíveis para aceitar as imposições de sacrifícios e quebra de direitos, como se de uma penitência se tratasse.
Penitência sobre pecados que não cometemos, que não quisemos que fossem cometidos e como tal tem apenas o significado de uma resignação. Um sinal de cobardia colectiva e de total submissão, que será inevitavelmente interpretado como apoio ou conivência.
Porém enquanto muitos sofrem e choram …. Alguns outros, a ela são indiferentes e dela continuarão a beneficiar. Porque não são responsabilizados, porque preservam os seus privilégios e o seu poder, porque podem continuar a esconder afinal a verdadeira face da crise portuguesa, porque ficam a salvo do julgamento sobre as suas responsabilidades.
Os pecadores conseguem assim a sua absolvição, condenando todo um povo, que por ser nobre não quer ainda acreditar, nesta violação dramática do mais elementar sentido da política, que é servir a população.
Muitos dos conscientes e até dos revoltados, acreditam na justiça das circunstâncias.
Também eles se mantêm em silêncio na expectativa de que toda a mentira se transforme numa situação de tal forma insustentável, que origine a sua queda final pelo abismo, para onde se conduziu este regime e este sistema político.
Outra forma de conformismo, mais grave ainda porque consciente.
A “crise” portuguesa somos nós e só a nossa atitude patriótica a pode resolver.
Esta é uma gravíssima crise, talvez a mais grave de toda a nossa História.

José J. Lima Monteiro Andrade

quarta-feira, 12 de maio de 2010

A insolvência nacional e a traição a Portugal e à Democracia

Sócrates abandonou subitamente a sua persistência em levar por diante as grandes obras públicas.
A cimeira europeia a isso o obrigou.
Foi criado um Fundo europeu de sustentação do euro.
Foi criado um Governo Económico e Financeiro Europeu.
A partir de agora as Nações da zona euro, estão sujeitas às decisões da Eurocracia.
A soberania dos povos, a democracia passou a ficção.
A Europa determinou o fim da nossa Agricultura, das Pescas e estrangulou a pequena indústria e o pequeno Comercio.
A vocação nacional passou a ser os Serviços e o Turismo.
Uma vocação de servilismo perante os visitantes os interesses instalados.
Destruiu-se o nosso tecido económico base, a nossa sustentação e promoveu-se a nossa insolvência como País independente.
Tudo estrategicamente planeado, no sentido de deste pequeno quadrado secular, não ter condições de viabilidade e ser uma das extremidades bem amarradas ao centro do poder de uma Federação Europeia, que face ao progressivo cepticismo dos povos periféricos, os conduz nesse caminho através da obediência forçada pelas carências que lhe foram impostas.
Este sonho Europeu, que se alimentou na liberdade dos povos, na melhoria do seu bem estar e ansiedade natural da vivência em paz, condena-se a si próprio ao negar a participação das Nações, ao restringir o seu bem estar e a sua evolução económica e ao violentar os princípios democráticos que eram uma premissa do projecto.
Portugal, Grécia, Espanha e Irlanda, constituem o principal problema deste eixo Franco-Alemão dominante e dominador deste projecto europeu. Porque foram objecto de uma estratégia de dominação através de uma política indutora da sua insolvência económica, mas que constituem um enorme perigo para o sonho, pois todos eles são constituídos por povos com uma forte identificação e com uma secular existência como Nações, como uma história de lutas heróicas pela sua independência e sobretudo porque isto é a sua grande riqueza e potencialidade.
Portugal foi dominado pela traição e os traidores estão no poder ao serviço de quem lhes pagar melhor. Mercenários que usam a arma da mentira e da manipulação, usurpadores dos conceitos e dos valores.
Portugal não é pequeno, nem pobre e esta tem sido a mentira soberana que é usada como arma dos traidores.
A Europa quer ter a soberania total, sobre a nossa Plataforma Marítima Continental, porque sabe bem que aí estão reservas enormes de matérias primas e de energia, que lhe poderão dar no futuro próximo condições de desenvolvimento.
Portugal é hoje com a sua Plataforma Marítima Continental, o maior país da Europa e bastará perceber a razão pela qual este facto tem sido negado aos portugueses, para entender toda esta manobra europeia para nos retirar o sentido de Nação independente e soberana.
Portugal é uma Nação do mundo, porque tem mais de um terço da sua população nele inserida e porque tem laços culturais e fortes afinidades, que lhe garantem a sua sustentabilidade e o seu projecto de futuro.
Não tem qualquer sentido para os portugueses esta submissão à mentira e à traição.
Temos todas as condições para nos continuarmos a afirmar como Nação soberana e de voltarmos a dar uma lição de história à Europa.
Já o fizemos no passado e voltaremos a fazê-lo agora.
Temos um povo diferente, que sempre soube reagir em defesa da sua Pátria e na defesa dos seus direitos.
O engano dos traidores e dos seus instrutores é que este povo não foi anulado e o seu silêncio e a sua aparente resignação, não significa submissão.
Este povo aguarda as provas definitivas de toda esta traição.
A sua aparente apatia resulta de toda uma experiência histórica de sabedoria perante a oportunidade de acção.
Muitos dos mais conscientes, estão cada vez mais ansiosos e não compreendem esta atitude colectiva.
Desesperam pelo silêncio das lideranças expectáveis. Desesperam pela aparente resignação colectiva.
Mas o momento não é de acusação, pois é o momento de Acreditar.
Acreditar em Portugal, nos portugueses e na sua sabedoria.
Portugal não acabou, nem há-de acabar, não por vontade de alguns, mas pela vontade da maioria dos portugueses e pela sua Fé.

José J. Lima Monteiro Andrade

domingo, 9 de maio de 2010

A Vitória do Benfica. Um bem haja ao Benfica de um Sportinguista.

Sou sportinguista desde que me conheço, sempre considerei o Benfica como o principal adversário do clube da minha paixão.
Impressionaram-me fortemente as manifestações de alegria dos benfiquistas e isso transmitiu-me uma forte sensação de alegria.
Tentei em mim mesmo uma resposta sobre essa estranha sensação, que pela primeira vez sentia.
Não me recordava de tão entusiásticas, esfusiantes e imediatas manifestações de alegria, por uma vitória encarnada.
Esta é uma vitória do mais popular clube português. Daquele que tem mais adeptos e simpatizantes. Uma vitória num campeonato nacional.
Exactamente, o campeonato nacional ainda é o mais importante campeonato de futebol para os portugueses. Num mundo de informação globalizada, ainda não vibramos nada com o campeonato espanhol, alemão, italiano ou inglês.
Ainda somos portugueses e ferrenhos pelas nossas bandeiras de paixão.
O Benfica é uma dessas bandeiras e símbolos nacionais mais importantes. A paixão de milhões de portugueses por Portugal, exprime-se através do seu amor clubista nacional.
Esta vitória desta bandeira simbólica, representa também a uma vitória sobre o clima de suspeição generalizado da sociedade português, fortemente presente no futebol.
Tem também este significado, de ser uma vitória sobre a suspeição da viciação ou manipulação das regras. Uma vitória do mais apto, do que ganhou sem favores, do que não precisou dessas manobras. Uma vitória da verdade.
Alguns dirão que futebol é a alienação do povo. Esses não compreendem nada, do fenómeno social e afectivo que representa o futebol e a sua razão de ser.
Alienação natural de um povo que precisa de ter a sua afectividade e o seu orgulho próprio alimentado. Uma escolha de um povo, que carente de outras referencias afectivas e de outros motivos de orgulho.
O que seria Portugal, se toda esta energia promovida pela paixão futebolística, também fosse canalizada para a Pátria?
Não é o futebol que é uma alienação. O futebol alimenta uma necessidade primária essencial dos portugueses, que a política lhe renega.
Os portugueses precisam de estímulos que alimentem o seu carácter apaixonado, precisam de motivações de luta e de expectativas de vitória e a política apenas lhes produz a frustração.
As suas referências essenciais de vitória e de orgulho estão no futebol.
É lamentável, evidentemente que sim, mas absolutamente natural.
As manifestações pela vitória do Benfica representam uma evidência magnífica.
Ainda somos um povo capaz de vibrar fortemente e que vibra com a sua paixão.
Bem hajam estes portugueses que se expressaram de forma tão genuína.
Bem haja o Benfica por ter contribuído para a sua expressão.
Portugal continua um dos países mais ricos do mundo, porque tem símbolos grandes, mesmo que não sejam estimulados os melhores e os mais apropriados para a nossa preservação como a mais distinta Nação do mundo.
Portugal continua a ser um dos países mais ricos do mundo, porque os portugueses são apaixonados e quando e sempre que motivados, dão respostas fantásticas que mais nenhum outros povo consegue dar.

José J. Lima Monteiro Andrade

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Unamo-nos na essência do sentido de Portugal

Patriotismo é o sentimento que nos voltará a reencontrar,
Que nos unificará pela paixão à nossa raiz, Portugal.
Portuguesismo é a expressão do nosso carácter colectivo.
A identidade de que nos orgulhamos.
Orgulho próprio que ressuscitará a nossa vontade e a nossa Alma.
O renascimento do sentimento patriótico,
A afirmação da nossa Identidade e diferenciação,
O orgulho e a honra que sentiremos,
Impulsionará a vontade dos descrentes, dos resignados e dos revoltados.
Abrir-se-á então a porta da esperança,
Por ela entrará a confiança, a nova Ideia e o projecto,
Que a todos motivará, que nos entusiasmará.
Com surpresa iremos então constatar…
Tanta oportunidade que desperdiçamos,
Por estarmos hoje vendados,
Encabrestados apenas num sentido.
Patriotismo, Portuguesismo e Orgulho,
É tudo quanto precisamos e tudo o que nos faz falta.
Esta é carência, que nos faz ser pequenos e fracos,
Coisa que nunca fomos e que não seremos.
Gloriosos heróis do mundo no passado,
Aprisionados pela inveja dos outros,
Uniformizados numa roupagem de prisioneiros,
Libertemo-nos dessa condenação.
Recuperemos o nosso equilíbrio,
O direito à nossa origem e vocação cristã
Libertemo-nos do materialismo,
Ressuscitemos em cada um de nós o nosso Humanismo,
Rejeitemos esta hibernação a que nos condenaram,
Esses apátridas, interesseiros, corruptos e traidores
Afirmemo-nos no que somos.
Portugueses do Mundo, arrojados e confiantes,
Unidos numa Nação distinta das demais,
Pelo Portuguesismo das suas gentes,
Pelo orgulho próprio no presente e honra do passado,
Pela paixão pelo nosso território, Portugal.
Cumpriremos assim o nosso desígnio,
Encontraremos o sorriso nas nossas crianças,
Cantaremos um novo Hino, ergueremos de novo a nossa Bandeira,
Morreremos a sorrir porque voltamos ao caminho,
Que desde há nove séculos percorremos,
Porque sempre acreditamos, porque nunca duvidamos,
Que somos diferentes e melhores.

Política é sentimento, é mobilização da confiança, é transmissão de esperança.
Viva Portugal : Vivam os Portugueses.
José J. Lima Monteiro Andrade

quinta-feira, 6 de maio de 2010

A inacreditável Sociedade Anónima…Portugal S.A.

Ninguém tem dúvidas que o “Chairman” eleito pelos grandes accionistas (PSD e CDS) tem qualificação suficiente para ocupar o cargo de Presidente da Sociedade Anónima.
Professor formado nas mais prestigiadas Universidades Keynesianas, é a pessoa indicada para dirigir uma empresa inviabilizada pela sua crónica falta de competitividade.
Para o Chairman Cavaco Silva, homem de profunda presunção, nada disto será um problema, pois como “keynesiano convicto” a economia é uma ciência exacta e não há fórmula matemática que não resolva o problema mais bicudo.
Chegada a hora de escolher o Director Executivo, o Chairman teve de ceder a um outro grupo de grandes accionistas (PS) e simultaneamente apaziguando alguma instabilidade que os pequenos accionistas (Bloco e PCP) poderiam vir a causar.
O novo Director Executivo (Sócrates) escolhido, é um rapazola muito bem integrado na sociedade pós revolucionária, que através das “passagens administrativas” e outras facilidades, encontrou uma mina de credibilidade “ curricular”, que os trabalhadores não reconhecem, mas que satisfez a generalidade dos accionistas, também eles “novos ricos”, compradores das acções a saldo, desta triste Sociedade Anónima.
Apesar do Chairman, que apesar de tudo tem uma ténue raiz de ruralidade (portuguesismo), não gostar muito das gravatas e das tendências, do nomeado Director Geral, na sua enorme presunção e douta qualificação, pela sua cabeça nunca passaram dúvidas quanto à infalibilidade das suas equações matemáticas e por consequência de o protagonismo na salvação da situação critica da Sociedade, lhe estaria reservado.
Pôs então o Chairman Cavaco, mãos à obra num profundo estudo sobre qual era a melhor equação matemática, que melhor poderia resolver o problema mais grave da SA, que era no seu conceito douto, ter uma variável terrível…os trabalhadores ( portugueses), variável tão diferenciada que teve dificuldade de encontrar nos seus tratados de economia, outra qualquer que se assemelhasse.
Para este trabalho alugou um apartamento em Lisboa ( sede da Sociedade), mas não quis viver no Palácio que lhe reservaram, porque cultiva a ideia da modéstia pública, mas sobretudo porque a sua esposa não gostava dos azulejos, que considerava feios e frios. Como não podia passar sem o conforto da sua esposa, lá se isolou no seu apartamento.
O Director Executivo, ficou então à vara larga. Manipulou a Assembleia de accionistas a seu belo prazer ( Assembleia da Republica), convencendo todos de que a Empresa vivia num clima de grande expansão de negócios, distribuindo benesses, empregos e bons ordenados a todos os accionistas e conseguindo empréstimos bancários que lá iam suportando todo aquele carnaval despesista.
O Chairman a nada assistia, pois continuava isolado no seu apartamento, tentando desesperadamente encontrar a equação onde colocar a tal variável (trabalhadores= portugueses) tão inédita e tão diferente.
A Sociedade ia de vento em popa. Não conseguia novos mercados, nem aumentava a produção, menos ainda a produtividade, mas havia dinheiro e isso é que importava. Cada vez eram mais os “amigos” que beneficiavam de toda esta espantosa forma de gerir a empresa.
Os membros da Assembleia Geral ( AR) estavam esfusiantes com a sua empresa. Tinham agora como nunca, bons automóveis e viagens para beneficiar. O Director Executivo era quase um herói para todos estes provincianos “novos ricos”, pois nunca tinham pensado em que o seu investimento lhes traria tão rapidamente um retorno tão profícuo.
Havia algum mal -estar entre os trabalhadores, pois estavam mal pagos, já tinham dificuldades em pagar a renda da casa e viam chegar e partir os “executivos” e accionistas, com alguma inveja. Estes, pouco preocupados com o que sentiam os trabalhadores ( povo) e nem sequer tinham qualquer despeito em disfarçar as suas mordomias de donos e gestores da empresa. Ostensivamente chegavam à hora da interrupção laboral, e quando todos podiam assistir, chegavam no último modelo do mais caro topo de gama, da Mercedes, esperavam que o motorista fardado a rigor lhes abrisse a porta, saiam com solenidade pacóvia e acenavam para assistência com o necessário distanciamento que a sua condição impunha.
O descontentamento de alguns trabalhadores (portugueses) originou uma nova onda de mudança nos quadros laborais e o seu rejuvenescimento. Despediram-se os mais insatisfeitos e mais velhos (indemnizações), trocaram-se estes, por alguns amigos, filhos e sobrinhos dos accionistas. Acalmaram-se assim os descontentes, também os que ficaram com trabalho garantido e apaziguou-se o clima de crispação na empresa.
Ao Director Executivo subiu-lhe à cabeça todo este poder empresarial. Ele tinha de ficar na memória histórica e tinha de conseguir uma obra tal, que viabilizasse o seu mais íntimo sonho de vir a ter uma estátua com o seu “especial” busto, á entrada da sede da empresa.
Os accionistas e alguns outros quadros da empresa, teriam de lhe ficar eternamente reconhecidos. Os estrangeiros que visitassem a empresa e sobretudo a sede (Lisboa) teriam de ficar impressionados com tanto luxo, com tanta modernidade.
Auto Estradas, TGV, Aeroporto, Pontes e mais Pontes, tudo obras para uso exclusivo dos accionistas, dos quadros das empresas e para sua glória, pois os visitantes dessas outras empresas vizinhas (União Europeia) ficariam impressionados com a sua demonstração de como se pode viver bem, sem ser preciso essa “ louca ideia” de ter de produzir riqueza própria.
Foi então que um grupo de reformados e despedidos dos quadros da empresa, foram bater à porta do Chairman, para lhe dizer o que se estava a passar e que o Director Executivo estava com sonhos megalómanos que poderiam levara a empresa à total falência.
Ficou muito surpreendido o Chairman com o que o lhe diziam.
Disse-lhes que estava preocupado, mas que estava quase a encontrar a “equação” que resolveria o problema.
Por ocasião da festa de aniversário da fundação da empresa (25 de Abril) fez essa mesma declaração aos accionistas….acreditem em mim e na minha douta qualidade, estou quase a encontrar a “ equação certa”.
Todos aplaudiram o seu esforço, acreditaram no seu empenho e na sua capacidade doutoral.
Com algumas dificuldades de dar “garantias bancárias” para novos empréstimos o Director Executivo lá continuou de roda livre a alimentar o seu sonho e a continua e cada vez mais necessária distribuição de benesses e mordomias aos accionistas ( militantes partidários).
Surge então o problema. Uma Sociedade do mesmo ramo de negócio ( Grécia) e com grandes semelhanças de gestão, entra mesmo em falência. Os bancos que emprestavam dinheiro fazem então a declaração de que para aquele ramo de negócio o crédito passará a ser muito mais caro, pois é um ramo de elevadíssimo risco.
Ou entram noutro ramo de negócio e com outros critérios de gestão ou não haverá mais credito e exigimos os pagamentos integrais do que devem.
Não acreditou o Director Executivo nesta ameaça, que considerou simples manobra especulativa. Voltou a pensar através da mentalidade típica dos “pato bravos” da decda de setenta….se nos apresentarmos á sua porta com um automóvel topo de gama, na dúvida, voltarão a emprestar-nos de novo o que precisamos.
Vamos então continuar a anunciar as nossas grandiosas obras e vamos simultaneamente cortar nos salários para os impressionar com a nossa capacidade de contenção das despesas de produção e demonstrar que o nosso produto pode ser competitivo e ter venda.
Foi assim que chegaram as greves à Empresa que a paralisaram totalmente.
A empresa está agora fechada e os trabalhadores esperam, a resolução da Comissão dos Credores. Têm alguma esperança que decidam sobre a sua reabertura, mas não têm grande convicção…estão porém determinados de que se isso não acontecer…tomarão conta dela em auto-gestão.
Se isso acontecer, pode ser que a Sociedade volte à condição de País.
José J. Lima Monteiro Andrade

segunda-feira, 3 de maio de 2010

O sacrifício da democracia

O sacrifício da democracia
Portugal pede sacrifícios aos portugueses.
O PEC, afecta rendimentos de toda uma classe média já de si endividada e empobrecida.
O PEC será insuficiente, todos os políticos e analistas o reconhecem. Novos sacrifícios vão ser exigidos.
A classe política mantém intactos os seus privilégios. Fundações e organismos públicos de duvidoso interesse garantem a milhares de privilegiados oriundos da esfera dos partidos dominantes rendimentos afrontosos neste momento em que se exigem sacrifícios.
Não há vergonha nesta classe política.
Neste momento critico, mantêm-se obras públicas megalómanas, comprometem-se os escassos recursos financeiros. Os portugueses não entendem, apenas se sujeitam porque estão sujeitados e dependentes, pois a maioria vive à custa do Orçamento do Estado.
Todos sabem que esta mentira não é sustentável por muito tempo. Todos estão preocupados e desiludidos. Mas não têm outro remédio senão em silencio tomar a única atitude que lhes resta….aproveitar as migalhas que ainda podem usufruir.
Estamos solidários com a Grécia e mantemos o TGV. Mais de 3,5 mil milhões de euros irão ser disponibilizados com estas duas atitudes que tentam preservar a imagem da mentira e da ilusão.
Não temos condições para acompanhar a solidariedade com a Grécia e deveríamos ser suficientemente honestos para o reconhecer.
Não somos ricos, não precisamos, não queremos fazer esse favor a Castela….não queremos andar nesse instrumento de destruição da nossa potencialidade atlântica que é o TGV.
A Assembleia da República marca uma sessão para discutir e analisar o decreto lei que permite o concurso público da linha do TGV, Poceirão a Elvas.
Os deputados têm o direito e o dever de tomarem posição sobre esta tão importante matéria. São eles que deveriam representar toda a população, que coloca todas as reservas face a esta obra.
Essa sessão é marcada para dia 28 do presente mês.
O Governo antecipa a assinatura dos contratos de concessão dessa obra para o final desta semana.
O Governo renega aos deputados a sua função. Renega a democracia.
Os interesses empresariais internos e os serviços políticos ao iberismo, falaram mais alto, que a democracia.
A democracia não está moribunda, já não é apenas um simulacro travestido, é um cadáver.
A democracia está morta e o seu cadáver foi atirado para uma vala, sem sequer ter merecido um funeral digno.
Ao menos uma simples lápide, para que ficasse na memória colectiva futura, que foi um sonho da maioria dos portugueses.
O que vai ficar na memória futura é toda esta agonia desesperante e empobrecedora.
Esta decadência indigna, será o que ficará gravado na lápide deste sistema, desta lamentável Oligarquia.
“ Democracia assassinada pelos privilégios da classe política e pela submissão nacional aos interesses externos.”. o POVO.
José J. Lima Monteiro Andrade

domingo, 2 de maio de 2010

A Neutralização da Democracia Portuguesa

A Neutralização da Democracia Portuguesa
Uma denúncia sempre esquecida.
Há sempre nas análises políticas algumas coisas que escapam à apreciação racional dos analistas, mesmo dos independentes, porque não tem na sua origem e prática, nenhuma consistência ou base legal.
Se analisarmos com independência os factores inibitórios do exercício democrático do actual sistema político, somos logo encaminhados para o actual quadro constitucional e legal, que efectivamente ocasiona espartilhos, que só por si já permitem classificar tudo isto, como uma Oligarquia de dominância de partidária.
Os portugueses pela lei estão assim desde logo, impedidos de um conjunto de direitos fundamentais, em especial no domínio da essência de uma democracia, que é a sua representação e representatividade.
Mas deixemos isso por agora e analisemos outras duas formas de dependência duma parte significativa da população portuguesa, de que resultam dependências absurdas, totalmente inibitórias da sua liberdade de expressão e participação cívica e política.
Falo da dependência financeira e da dependência psicológica.
A sociedade portuguesa está completamente controlada e abafada por mecanismos evidentes, que as análises racionalistas através da apreciação das leis, teimam em não ver.
Esse controle da sociedade tem dois instrumentos essenciais.
1-A neutralização dos Homens e Mulheres livres e da sua capacidade de expressão e intervenção cívica e política;
2- A dependência financeira da maioria da população, pois o Estado é o suporte exclusivo dos rendimentos de mais de seis milhões de portugueses.
Se é evidente que a dependência, desta grande maioria dos portugueses, é uma base da sustentação política do actual regime e sistema, também é evidente que quando Estado deixar de ter condições para o fazer, o regime e o sistema estarão condenados.
É esta percepção, que leva os actuais políticos dos partidos dominantes ao desesperado encontro de soluções que permitam a viabilização da continuidade dos empréstimos externos para pagar as despesas correntes do Estado.
A recente encenação conjunta da reunião dos dois líderes partidários após uma aproximação inédita tem assim esta razoabilidade. Baseou-se na necessidade da entendimento de qualquer forma para salvar o sistema político, ou pelo menos para adiar a sua derrocada. Teimam em manter tudo na mesma, mas garantir por algum tempo que seja, os ordenados dos seis milhões de portugueses que o Estado alimenta.
Sustentável? Não interessa. Estão aflitos e têm de salvaguardar isso, sob pena de irem eles ao fundo.
Foi ao fundo o discurso de mudança de Passos Coelho e espero até que já tenham retirado das livrarias o livro que publicou, para concorrer à liderança do PSD.
Mas deixemo-nos das análises políticas evidentes e já tão divulgadas e passemos ao mais importante.
O controlo psicológico, que neutraliza totalmente a liberdade individual.
A maçonaria tem uma técnica infalível, que promoveu em toda a sociedade.
A neutralização é total e porque é feita sob uma vestimenta de aparência democrática, transformou-se na sua principal arma de total domínio.
Definiram-se os parâmetros do significado do conceito…” politicamente correcto”.
Escolheram-se os seus arautos e colocaram-se estrategicamente em todos os órgãos de comunicação social e também nos partidos políticos e outras organizações da sociedade civil.
Divulgou-se então a esta técnica para a total neutralização.
Quem tiver veleidades de pensar livremente e saia fora dos parâmetros do “politicamente correcto” deve ser imediatamente neutralizado através da acusação simples e objectiva da sua “rotulagem”.
Os “rotulados”, ficam ou neutralizados ou segmentados nas gavetas das ideias condenadas ou menorizadas.
O importante é que não se permita a expressão do pensamento livre e da reposição da verdade.
Os “rótulos” têm sido inúmeros (comunista; fascista; conservador; radical; traidor; nacionalista; ….), enfim para todos os gostos e oportunidades, de forma a que ,todos os pudessem usar e passasse a ser a técnica mais utilizada para eliminar por completo a liberdade de expressão do pensamento. Desde a Associação do Bairro, até ao debate nacional da agenda política se divulgou este princípio inibitório e defensor do conceito e comportamento “do politicamente correcto”.
Todos fomos neutralizados. Porque o conceito foi expandido em todas as organizações da sociedade civil, de qualquer natureza.
A cultura da exigência foi colocada de rastos e o sentido critico quase inibido por completo.
Outro efeito malicioso deste princípio, é a transferência fácil que permite entre o sentido crítico e a acusação de ameaça. Isto preserva a mediocridade e a manutenção dos incapazes.
Qual é de nós, que não sentiu já o efeito pernicioso e inibitório deste bloqueio psicológico?
Basta uma simples análise um pouco mais diferenciada sobre uma atitude de uma líder instalado, para imediatamente nos vermos surpreendidos, não pela contra-argumentação, mas sim pela acusação de que somos seus adversários ou apoiantes de outros….a imediata “rotulagem” e respectiva neutralização.
Esta cultura da “rotulagem” foi uma arma decisiva na conquista da influência maçónica e constitui hoje o grande bloqueio para a afirmação dos Homens e Mulheres livres em Portugal.
Só a coragem, elevada como condição essencial de capacidade de afirmação dos Homens e Mulheres livres, pode originar a indispensável mudança na sociedade portuguesa.
Já não basta a simples condição de liberdade individual, que muitos ainda conseguiram preservar, mas é indispensável associa-la à coragem e determinação.
A paixão por Portugal ajudará.
A união dos Homens e Mulheres livres e patriotas, criará a motivação para o seu entusiasmo e para o seu empenho.
José J. Lima Monteiro Andrade