quarta-feira, 28 de abril de 2010

A insistência na irracionalidade… o adiamento doloroso ou a condenação?

Tenho insistido que a crise portuguesa é muito mais profunda e grave, do que uma simples crise financeira. Pior, a crise financeira é o resultado acumulado de uma política insustentável, que impulsionou Portugal para uma situação de tal forma grave, que perante uma crise financeira internacional, nos vemos confrontados com uma total incapacidade de decisão autónoma que não seja cumprir os sacrifícios que nos impõem do exterior.
O que exigem de nós hoje, é contenção na despesa pública e a credibilidade necessária no cumprimento nesse objectivo.
O que nos exigem os mercados é apenas uma garantia real e credível para nos continuarem a emprestar dinheiro e não elevarem demasiado as taxas de juros desses empréstimos externos.
Exigem-nos moderação na despesa pública e receitas suficientes.
É preciso perceber que a moderação da despesa pública só vai ser possível, através da diminuição dos rendimentos actuais de mais de 6 milhões de portugueses, que vivem exclusiva e directamente do erário público.
É preciso perceber que estamos à mais de uma década em estagnação do desenvolvimento económico e que agora com todos os mercados em contenção, estamos ainda mais estrangulados nessa capacidade de crescimento.
É preciso perceber que estas questões determinantes para a situação crítica que agora vivemos, resulta de políticas insustentáveis protagonizadas por três partidos dominantes e irresponsáveis.
É preciso entender que a a ausência de credibilidade indispensável para assumir os compromissos que nos exigem os mercados, resulta do facto objectivo de que são esses mesmos partidos a querer manter a gestão das contas públicas.
A situação não pode continuar a ser escamoteada, nem adiada.
Tal como nenhuma entidade bancária continuaria a oferecer créditos a um empresário irresponsável e despesista.
Tal como nenhuma entidade bancária continuaria a dar crédito a uma empresa, que não tem mercado para os seus produtos, ou que não produz competitivamente para o mercado.
Tal como nenhuma entidade bancária continuaria a dar crédito a uma empresa para o pagamento de mordomias dos seus gestores e para despesas correntes, que não mostrasse garantias de produtividade.
Os actuais gestores das finanças públicas, os actuais governantes, os actuais partidos, não dão nenhuma destas garantias essenciais aos mercados.
A questão é assim exclusivamente política e não financeira.
Os partidos dominantes insistiram e comprometeram Portugal, num caminho insustentável.
São esses mesmos partidos que pretendem agora assumir a credibilidade internacional indispensável…uma impossibilidade.
A questão é assim de falência do sistema político e do regime.
Não podemos esperar que sejam esses partidos a reconhecer esta evidência. Eles são os responsáveis, mas também os beneficiários. Eles tudo farão para não perder o seu protagonismo e os seus benefícios.
Passos Coelho, o novo líder do PSD, dizia que votaria contra a proposta de resolução…mas agora presta-se já a aliar-se ao PS, na defesa do sistema.
Este novo líder, foi eleito no seu partido, através da mensagem de mudança.
Quem acredita hoje na sua credibilidade como protagonista dessa mudança exigível?
Não será o facto de dar a mão a Sócrates que irá aumentar essa credibilidade.
Nem nela acreditarão os portugueses e muito menos as “temerosas agências de rating”.
O resultado desta união política dos irresponsáveis que nos conduziram a este caos, poderá permitir um adiamento, mas nunca a solução, muito menos a mudança indispensável.
Os portugueses não serão mobilizáveis pelos causadores dos sacrifícios que os esperam, para o seu silenciamento e resignação.
Os portugueses exigirão responsabilidades a quem lhes retirou o sonho e a ilusão.
Esta defesa desesperada dos partidos dominantes e irresponsáveis, através da sua união promovida pela sua incapacidade de dar garantias externas suficientes, vai apenas originar o despertar das consciências dos portugueses, que terão de novo de voltar a assumir o poder da governação e dos destinos de Portugal.
Certamente irão surgir graves conflitos e agitações nesta expressão popular.
Os portugueses já há muito vinham sentindo que a ilusão teria de terminar, por isso a maioria já não se revê nos actuais partidos políticos e neles não acredita.
Estes partidos fecharam o sistema e o regime numa Oligarquia, que impede o surgimento de novas forças políticas e de projectos de esperança.
Ficamos bloqueados por este sistema que agoniza.
Que não tem crédito interno, nem internacional.
A tentativa desesperada de salvação, vai passar pela tentação de promoverem a transferência de credibilidade e de responsabilidade para a União Europeia.
Será o passo seguinte desta irresponsabilidade dos partidos dominantes.
Mas então a questão será ainda mais grave e preocupante…estaremos então a debater o verdadeiro e importante problema nacional.
A preservação de Portugal como Nação independente e soberana.
Esta é a grande questão histórica que se coloca aos portugueses, aos gregos, aos alemães e a todos os outros membros.
A União Europeia tem como única justificação humanística, a preservação da paz.
Mas a violência com que esta ambição legítima e natural, está a ser imposta em contraste com os direitos dos seus povos e das suas sociedades, constitui uma afronta gravíssima à sua dignidade e aos seus direitos de livre escolha.
Quem acredita que será possível a total submissão das identidades dos povos, perante objectivos que suscitam suspeições, dúvidas e retiram direitos, está redondamente enganado.
Acreditar em projectos que são germens de conflitos e não é defender o objectivo de paz.
José J. Lima Monteiro Andrade

terça-feira, 27 de abril de 2010

Razões com as quais me identifico

IDENTIDADE PORTUGUESA
Porque a Defendo
Porque sinto que a introdução do "Euro" não passa de um disfarce para o maior roubo monetário colectivo da História!
Porque sei que a "União Europeia" não é nem uma união nem europeia. É uma submissão conjunta a vontades "extra-europeias" que preparam o assalto global!
Porque dei-me conta de que a "lavagem cerebral" levada a efeito pelos media em Portugal apenas parece afectar a classe política, porque o povo, bem no seu íntimo, mantém-se intacto; simplesmente "está-se nas tintas"!
Porque vejo que quanto mais os "caseiros" - que ainda somos autorizados a escolher para "dirigir" o que resta - se afastam da convivência diária com o sentir da população, mais se aproximam de um divórcio onde já ninguém lhes liga!
Porque a identidade de um povo é criada por milhões de vontades individuais que, conscientes disso ou não, agem em conformidade!
Porque esta identidade não se limita a este pequeno rectângulo na berma da Europa. Estende-se, há mais de meio milénio, pelos oceanos fora, a um grande número de pessoas das mais variadas crenças, nacionalidades e cores de pele, que continuam a identificar-se com a lusa gente.
Porque o que junta um português a um finlandês são meramente interesses materiais ou a coincidência de partilharem a mesma "prisão". O que junta um português a um timorense é o coração, a língua, o facto de terem vivido juntos sob a mesma bandeira - durante séculos -, por ambos respeitada, e a vontade de continuarem ligados independentemente do que dizem os seus passaportes.
Porque a Europa, façam dela o que fizerem, é pequena demais para a alma lusa! Esta é gigante, abrangendo todo o globo de forma amigável, sem se impor!
Porque o gene luso é portador de uma espécie de "anarquismo positivo", sempre inesperado, imprevisível, cheio de capacidades de "desenrascanço"!
Porque nenhum outro povo se encontra mais capacitado, para liderar os sobreviventes da grande catástrofe que se avizinha, do que os descendentes de um Viriato, de um Nuno Álvares Pereira, de um Afonso de Albuquerque, Homens de grande visão!
Porque sinto orgulho de identificar com Portugal e sua gente, e de ser pai de cinco crianças lusas pelas quais me empenho para um futuro sem "algemas"!
Porque amo Portugal e vejo nos Açores o seu último reduto, a garantia da esperança de um mundo mais são!
Porque pela identidade portuguesa e pelo que ela representa lutarei, mesmo após a morte!

Num cantinho do que resta da Lusitânia, 7 Dezembro 2001
Rainer Daehnhardt

segunda-feira, 26 de abril de 2010

O Silêncio

O Silêncio

As palavras saem-me da alma,
Solto-as com força, boca para fora,
Encontram uma estranha calma,
Ninguém ri, ninguém fala, sequer chora.
Falo, escrevo e grito,
Assim hei-de continuar,
Falo e escrevo porque acredito,
O silêncio não me há-de calar.
Silencio maldito,
Que não sei interpretar.
Silêncio que me angustia,
Que não sei o quer dizer,
Se te ouvisse eu saberia,
Bem o que fazer.
É a angústia de uma luta,
Da consciência e da crença,
Que interessa se ninguém escuta?
Se já ninguém ouve, nem pensa.
Mantenho a minha esperança,
Acredito na mudança,
Um dia o silêncio há-de falar,
Grande será a minha alegria,
E a partir desse dia,
Deixarei de escrever e falar.

25 de Abril de 2010. José J. Lima Monteiro Andrade

Ressuscitar Portugal

Ressuscitar Portugal

Sociedade, estás a ser vencida,
Enganada e usurpada,
Pela ambição desmedida,
Pela mentira descarada.
Anulam-se os lutadores,
Os generosos apaixonados,
Dá-se destaque a traidores,
São favorecidos os acomodados.
É pecado o inconformismo,
É premiado o pecado,
Ridicularizado o patriotismo,
O apátrida é elogiado.
A inversão dos valores,
Já não há sequer … Senhores,
Tudo isso foi eliminado.
Sociedade tu perdeste o sentido,
Já não tens a tua referência,
Em que o orgulho já não é ferido,
Aceitas a total dependência.
Gente boa, simples e honesta
Que não sabe como reagir,
Gente resignada que não protesta,
A quem nada mais resta,
Senão voltar, a ter que partir.
Alguém tem de lhes dizer,
Que um dia poderão voltar,
Pois há que lutar ou morrer,
Para os conseguir recuperar.
É preciso que voltemos a sentir,
Que esta terra merece a paixão,
Paixão que nos voltará a unir,
Que ressuscitará Portugal Nação.

José J. Lima Monteiro Andrade

sábado, 24 de abril de 2010

25 de Abril . Mataram o sonho .

Mataram o sonho
36 anos depois

Cantaram-se hinos à liberdade,
Firmes promessas de igualdade,
Em que o Povo acreditou.
Encheram-se as ruas de alegria,
A única coisa que se ouvia,
Era que a ditadura acabou.

Foi um Abril de esperança,
Uma época de mudança.
E os acusados de traidores,
Que desde logo apareceram,
Em voz alta, prometeram,
Mudanças ainda maiores.

Quiseram esses novos senhores,
Impor-nos outros valores
Trazidos de uma terra fria,
Aquela era a sua oportunidade,
E em nome da liberdade,
Esqueceram o que o povo queria.

Apareceram então outros senhores,
Que falavam como salvadores,
Da vontade popular.
Prometeram dar voz ao povo,
E o que aconteceu de novo,
Foi que o povo voltou a errar.

Votou o povo em vendedores,
Que foram novos traidores,
Em que muitos acreditaram.
Património vendido e desperdiçado,
Um risco na história e no passado.
País sem rumo foi o que deixaram.

Com liberdade e pouco mais.
Começa o tempo dos ideais,
Mas pobre era a imaginação,
Todos falavam igual.
O socialismo era afinal,
Para todos a única solução.



Ficou apenas a democracia.
Mas como ideais, já não havia…
Que democracia podíamos ter?
Partidos que mais não são,
Espelhos da desmedida ambição,
ambição de riqueza e de poder.

É justo referir a excepção,
De generosos com ilusão,
Que não podemos esquecer.
Determinados e apaixonados,
Homens bem preparados,
Que acabaram por morrer.

Mas o que no fim ficou,
E o que mais a todos marcou,
Não foi nunca a qualidade.
Sacrificaram-se os inteligentes
Crucificaram-se os crentes.
Favoreceu-se a mediocridade.

Sem uma única boa referência,
Este país de longa existência,
Perdeu a sua identidade.
É hoje apenas uma região
Vivendo como pedinte e em ilusão,
Do país, nem sequer à saudade.

E o povo que em Abril vibrou,
Que generosamente acreditou,
Está incrédulo e desorientado.
Tem um Estado que o despreza,
Que o empurra para a pobreza,
Triste povo que está cansado.

A História o povo já não conhece
Sem uma identidade, padece,
Triste povo, que foi risonho.
De onde saiu a inteligência,
Pior ainda, a decência,
Que matou todo um sonho.

José J. Lima Monteiro Andrade

quinta-feira, 22 de abril de 2010

A Europa desmantelada

Europa desmantelada
A Comunidade Económica Europeia, foi alicerçada em três princípios fundamentais de que resultou o seu sucesso.
Unicidade de Mercado, Preferência Comunitária e Solidariedade Financeira.
As Nações mais arrasadas com a segunda guerra mundial, encontraram no alargamento dos seus mercados, na prioridade de consumo dos seus produtos nesse mercado único e no financiamento solidário dos investimentos, uma fórmula de êxito que originou um desenvolvimento extraordinário nas três primeiras décadas da segunda metade do século XX.
A ansiedade de partilhar tal êxito, alastrou-se aos países vizinhos.
Novas e progressivas adesões a esse projecto político, que tinha na sua origem uma exclusiva ideologia económica como base de sustentação e continuava a garantir a cada Nação as decisões sobre a sua soberania própria.
Esta construção Europeia, teve como mensagem e objectivo, uma grande influência política em Portugal. O sonho de pertencer ao mercado rico da Europa, de beneficiar dos seus princípios e pilares, foi a consistência determinante para as escolhas de regime político, que então se consolidaram.
Sem Império, não poderíamos ficar isolados e seguimos o sonho, aliciados pelo êxito que nos era apresentado.
A Europa também passou a sonhar com a sua União Política. Começou-se a por em causa a noção ancestral de Nações e generalizou-se como tese oficial política o caminho da Federação de Estados Europeus.
No Mundo emergiam então novos estímulos em que o comércio passava a ser dominante.
Criou-se a Organização de Comercio Mundial ( OMC) e a aspiração americana de conquistar mercados emergentes sobretudo na Ásia, impôs a lei da Globalização. A União Europeia é chamada a participar nesta nova ideologia mundial e alinha convencida de que a sua capacidade produtiva também tudo tinha a ganhar com a abertura de novos mercados.
Matou-se então dois dos princípios e pilares fundamentais da União.
Desapareceu a preferência comunitária, pela eliminação das barreiras alfandegárias e a unicidade de mercado foi amplificada ao mercado mundial.
Portugal não estava preparado para tão grande mudança, não tinha beneficiado da política de êxito europeia, pois tinha aderido, demasiado tarde. Obteve a compensação através do único princípio que ainda restava. Beneficiou dos Fundos Comunitários decorrentes do princípio da solidariedade financeira entre os Estados membros.
O princípio da solidariedade financeira, foi assim o sustentáculo quase exclusivo do benefício de Portugal, que não pode usufruir dos outros mecanismos que entretanto desapareceram.
A Agricultura e as Pescas são os sectores mais afectados e numa larga medida destruídos, com esta situação. As pequenas empresas produtivas e comerciais, em que se baseava a nossa economia, são também elas asfixiadas pelo choque brusco da concorrência mundial.
Conclui-se naturalmente que o princípio da solidariedade financeira é insuficiente para manter uma Europa de Nações, que têm enormes desigualdades de natureza económica.
Cria-se a moeda única e acelera-se a tentativa da Federação de Estados.
A exigência foi tão forte e a pressa passou a ser tão grande, que se esquecem e atropelam grosseiramente, os princípios elementares dos sistemas políticos das Nações.
A democracia é renegada e o Tratado de Lisboa, é um triste exemplo de como é possível sonegar todos os direitos dos povos, de Nações independentes.
A Europa criara entretanto um monstro burocrático, que se passa a afirmar como dominante em termos das suas decisões. A Comissão Europeia, que originariamente era um instrumento de apoio político, assume o protagonismo político, apenas sujeita a um hipotético e ténue controlo dos representantes dos povos das Nações e a uma negociação permanente com os seus dirigentes governamentais.
Uma Europa de dominada pelos Comissários e pelos Funcionários da Comissão, travestida com umas vestes de parecença democrática, que reforçam o seu poder, liberto do controlo dos povos das Nações e que permite domínio total sobre as decisões.
Esta poderosa Comissão Europeia dominante e dominadora, também é por esse facto, de uma enorme permissividade à influência dos actuais donos do mundo, que são a banca e as multinacionais.
Portugal, ficou assim totalmente dependente e totalmente fragilizado.
Faz parte de um clube de ricos (ou de ex-ricos), sem ter receitas suficientes para os acompanhar nos sonhos de despesa e de hábitos de vida.
Porém também o único pilar que restava desta União, é posto em causa, antes mesmo da sua consolidação política como Federação de Estados.
A crise financeira mundial, veio trazer a nu, algumas das debilidades e incapacidades europeias.
A União fomentou os Estados providência que absorvem de tal modo os recursos, ao ponto de inviabilizar as empresas na sua luta permanente de concorrência mercado mundial.
A questão política que se coloca agora à União Europeia é a da viabilidade do seu projecto político.
As empresas das economias mais sóbrias da Europa perdem competitividade no mercado mundial e o desenvolvimento sustentado das Nações está em risco.
Os países periféricos não conseguem suportar as suas despesas e a sustentabilidade das suas economias e dos seus regimes políticos é cada vez mais duvidosa.
Totalmente dependentes, estes países, como Portugal e a Grécia, exigem uma inequívoca expressão do princípio da solidariedade, o ultimo pilar de suporte da União Europeia.
A Alemanha, foi a Nação motora da moeda única e do princípio da solidariedade financeira, por razões de natureza nacionalista. A sua economia vivia do mercado europeu e a solidariedade representava a forma de garantir o mercado das suas empresas.
Os países periféricos não contam para este desiderato alemão.
Por razões de natureza nacionalista a Alemanha irá dar uma forte facada no princípio que sustentou. Não estará disponível para a solidariedade financeira e para ajudar os países periféricos.
A questão grega, portuguesa e eventualmente espanhola, vai também por em causa o último pilar da União Europeia.
A ameaça já é grande e já está muito divulgada. A Alemanha diz, que saiam do euro, pois o euro tem de ser forte e não pode estar sujeito a incumprimentos de alguns.
A saída da moeda única. A eliminação do princípio da solidariedade financeira.
Ao desabar o último pilar da construção europeia… o que fica como sustentação do seu projecto político?
José J. Lima Monteiro Andrade

terça-feira, 20 de abril de 2010

A visita do Papa a Portugal

A Visita do Papa
A visita do Papa vem estimular a expressão da essência da sociedade portuguesa.
De origem Cristã, a sociedade portuguesa preserva na actualidade, apesar de todas as perseguições, maioritariamente a sua crença religiosa.
Esta identidade claramente maioritária da sociedade portuguesa, é um direito histórico e simultaneamente moderno e actual, que foi renegado através do conceito de Estado laico e republicano.
O laicismo é assim um conceito republicano, que foi introduzido em Portugal desde 1820, que teve momentos de expressiva vitória e cujo intuito foi sempre determinado pelo objectivo político, de retirar um direito de influencia política à sociedade portuguesa.
O laicismo do Estado é assim apenas uma negação de um direito da sociedade, de forma torna-la mais permissiva a influências externas, à uniformização de conceitos e à diluição de identidades.
A extinção das Ordens Religiosas de 1834, as perseguições religiosas e os esbulhos património da Igreja de 1910, a declaração de Estado Laico e renegação da Concordata em 1975, são marcos particularmente significativos desta influência Maçónica, contra os direitos da sociedade portuguesa e a favor da dissolução da sua identidade.
O laicismo do Estado é assim, uma negação de um direito da sociedade.
Com ele arrastou muitos outros direitos da sociedade, neste conceito perverso do Estado dos cidadãos.
Direitos até de natureza patrimonial, de são exemplos um enorme conjunto de bens que o Estado se apropriou, da Igreja Católica e de muitas outras organizações da sociedade civil, que não passando de esbulhos à sociedade, muitos deles são carcaças em ruína, sinais evidentes do erro, deste conceito de Estado. Igrejas, Edifícios das antigas Juntas, Corporações e Federações, que este Estado não conserva, nem dá funcionalidade e até exige pagamento pela restituição da propriedade a quem tem direito e a quem está disponível para a sua recuperação e a dar-lhe o uso adequado.
O poder exclusivo dos cidadãos nesta concepção republicana de Estado, desrespeita a mais natural das concepções democráticas, que é a condição do exercício dos direitos de cada um, se condicionar aos deveres perante a sociedade.
A eliminação do enquadramento dos direitos da sociedade, nesta concepção republicana de Estado, entrega esses direitos ao poder discricionário do Estado, sobrevalorizando os direitos e os interesses dos cidadãos nas decisões e subjugando os direitos colectivos a essa concepção.
Pilares da sociedade, como a Família e o seu sentido, sofrem por esta via enormes fracturas destruidoras, mas também outros valores e direitos da sociedade, como o direito ao conhecimento do seu passado, o próprio território, a cultura genuína, as tradições e vivencias particulares.
A negação desta consciência social, é conseguida através da propaganda de uma associação de ideias, que são uma mentira e um grande embuste.
Associa-se Estado Laico e Republicano, a conceitos como democracia, modernidade e evolução, para através da sua repetição sistemática, evitar a percepção popular do logro de que estão a ser vítimas.
Matou-se o debate, mas o povo sobe preservar a sua essência de identidade.
O Estado Laico e Republicano, divorciado do povo, foi por ele derrotado.
O povo português, continua a manter uma profunda identidade própria, continua organizado numa sociedade maioritariamente cristã e católica.
A visita do Papa, será uma inequívoca expressão moderna, desta identidade histórica portuguesa, do povo português, que o receberá com entusiasmo, reconhecimento, veneração e na esperança de uma ajuda que induza ao reforço da sua afirmação.
“Pátria, Deus e Família” será de novo rezado em voz baixa.
Obrigado Fátima; Obrigado Papa…
De um agnóstico, mas português.
José J. Lima Monteiro Andrade

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Encarapuçados e vendados …decadentes e dissolvidos.

Colocaram-nos um carapuço, uma venda nos olhos e taparam-nos os ouvidos.
A propaganda da mentira e a obrigatoriedade de falar “politicamente correcto”, conduziu-nos a uma realidade antagónica face a todas as palavras e discursos políticos.
A democracia, asfixiou-se num esboço caricato, em que os partidos escolhem a seu bel-prazer os representantes do povo e os transforma, em meros ecos repetidores das estratégias de cúpulas interesseiras e oportunistas.
O socialismo e social-democracia, as mentiras mais propaladas, governaram em dominância, criando a sociedade das desigualdades, acenando com ilusões, originando a mais profunda diferença na sociedade portuguesa de sempre, entre as oportunidades e os rendimentos, numa realidade em que as diferenças entre pobres e ricos é escandalosa e em que os privilégios de alguns poucos são favorecidos em grau que não tem paralelismo histórico, nem comparação com nenhuma outra sociedade da Europa.
O Estado de direito, que mobilizou pelos discursos o entusiasmo dos portugueses, que é a essência da sua lei fundamental, mas que por falta de atribuição de meios à Justiça, também pela euforia legislativa, origina a impossibilidade da defesa dos direitos constitucionais, entrava o desenvolvimento económico e proporciona a corrupção e a promiscuidade política.
Uma República que se afirmou na mentira da representatividade eleitoral do Chefe de Estado que emana do povo e de que resultou a doutrina da divisão eleitoral de um povo, como forma de o dividir para governar e que se reduziu à exclusiva influência de alguns partidos, se transformou numa agência permanente da dissolução de sentimentos e vivencias colectivas, indutora da dissolvência de uma Nação e da decadência de uma sociedade com nove séculos de história.
Em Portugal já não são os portugueses que decidem nada sobre a sua governação.
Tudo nos é imposto e não temos sequer a possibilidade de escolher o nosso projecto de futuro.
Os portugueses não podem ouvir, nem ver a realidade.
O politicamente correcto é este sistema político, esta Oligarquia, esta Republica, esta Europa onde já somos os únicos que acreditam na sua viabilidade como projecto político.
Quando nos destaparem a carapuça e se proclamar nesta Europa do equivoco…salve-se quem poder, teremos ainda condições para nos salvar?
O mar continua à espera de que para ele sejamos novamente empurrados.
Mas neste momento já cedemos ao objectivo histórico de Castela. O TGV, vai finalmente proporcionar o objectivo estratégico de Madrid, abrindo-lhe as portas do Atlântico e negando a Portugal a sua grande vantagem estratégica de desenvolvimento autónomo e independente.
Na cidade de Valença já se içam bandeiras espanholas.
Os portugueses estão a ser violados na sua essência, pois que eu saiba apesar de todos as desvantagens de viver em Portugal, não há nenhum movimento natural dos habitantes das terras fronteiriças de tentação de ir viver para Espanha.
O que há e é muito preocupante é um movimento enorme de emigração da juventude portuguesa mais qualificada, que é rejeitada por não ter no seu país oportunidades.
O que há é o elogio político, ao investimento no exterior das nossas melhores empresas, que não têm condições favoráveis de investimento em Portugal.
Sem empresas e sem jovens de qualidade, não teremos futuro.
Sem acreditar em Portugal, estaremos condenados como país e como sociedade.
Restaurar Portugal, é assim a primeira das prioridades actuais.
O Reino de Portugal, a motivação colectiva que nos libertará da mentira.
José J. Lima Monteiro Andrade

terça-feira, 13 de abril de 2010

O sentido da revisão constitucional de Passos Coelho

O sentido da Revisão Constitucional de Passos Coelho
O novo líder do PSD, destacou como objectivo a revisão constitucional, a promover antes das eleições presidenciais.
A maioria dos observadores, acharam estranho uma vez que o tema não é mobilizador para os portugueses, bem mais preocupados com a crise financeira, económica e social.
Porém a tese pode ter a ver precisamente com a actual crise.
Vejamos.
Uma discussão à volta da questão da revisão constitucional irá colocar o PSD, como pivot de um acordo entre os outros dois partidos, PS e CDS, uma vez que qualquer revisão exige 2/3 dos deputados.
Essa negociação aproximará assim os três partidos por iniciativa central do PSD.
A moeda de troca do PS, para a viabilização desse acordo é a viabilização de todas as medidas incluídas no PEC - Plano de Estabilidade e Crescimento. O PDS fica assim com um argumento para viabilizar a passagem na Assembleia dessas medidas, caso o PS, aceite a revisão constitucional.
O lançamento do tema da revisão constitucional, tem assim a vantagem para Passos Coelho, de justificar a mudança do seu discurso contra o PEC, justificada pela superior importância da revisão da Constituição.
Para o CDS, a temática também é interessante pois o seu objectivo de reforçar os poderes presidenciais, terá agora um momento propício dada a fragilização do PS, onde a garantia de aguentar o governo, pode originar cedências nesse caminho.
Tudo isto feito antes das eleições presidenciais, que assim poderão decorrer, já numa perspectiva constitucional dos poderes presidenciais reforçados.
É claro que após essas eleições presidenciais e no caso muito provável de Cavaco Silva ser eleito, com poderes reforçados, estará aberta a porta através desta aproximação entre os três partidos dominantes do sistema, para um Governo de Salvação Nacional, que inclua elementos dos três partidos.
O presidencialismo republicano, dará assim um enorme passo na sua confirmação como tentativa de regeneração do regime.
Subtilmente os monárquicos estão neutralizados, uma vez que Passos Coelho, nomeou o actual Presidente da Causa Real, como coordenador de todo este processo da sua proposta de revisão da Constituição. Até pode acontecer que os demais partidos dêem de barato a alteração da palavra republica pela palavra democracia, que tem sido a essência da limitada estratégia monárquica oficial.
O futuro Governo de Salvação Nacional, que certamente terá outro nome pois alguns complexos impedirão esta designação, permitirá evitar as eleições legislativas. Ou seja, uma saída airosa de José Sócrates e a recomposição interna do PS e também satisfará Passos Coelho e seus apoiantes, na medida em que assim quando se apresentarem ao eleitorado, já se afirmaram na sua experiencia governativa, que é o deficit do actual líder do PSD. O CDS também terá a ganhar pois mais uma vez ocupará uma ou duas pastas da governação e as suas bases conservadoras ficarão reconhecidas pelo seu préstimo no reforço do Presidencialismo Republicano.
Aos portugueses restará esta simples atitude de se resignarem aos sacrifícios que lhes serão impostos, à manutenção dos escandalosos privilégios dos actuais políticos e directos servidores e ao adiamento de uma solução de regime, pela preservação de todos os equívocos que impedem a mudança.
José J. Lima Monteiro Andrade

terça-feira, 6 de abril de 2010

A Mudança. Ela não será possível através dos actuais partidos políticos.

Uma Republica é um regime, que pode ter distintas formas de expressão.
A sua característica essencial é que o Chefe de Estado é eleito.
As formas de eleição podem ser diversas, as escolhas dos candidatos também.
Na 1ª República o Chefe de Estado era eleito por um pequeno colégio eleitoral, por uma elite onde só alguns partidos podiam ter representantes. Os candidatos eram apenas propostas desses mesmos partidos. Um deficit democrático enorme, que se baseava na presunção da falta de preparação e cultura do povo e nos preconceitos da masculinidade.
Na 2ª República o Chefe de Estado era eleito pelo partido único ou pelo seu controlo do sistema eleitoral. Os candidatos eram escolhidos por decisão do chefe do partido ou por manobras de fraude eleitoral, como aconteceu nas eleições de 1958. O deficit democrático era evidente e não era disfarçado, pois havia uma polícia política e uma censura oficial.
Na 3ª República o Chefe de Estado é eleito pelos partidos dominantes, que através dos seus privilégios têm poderes de influência sobre o eleitorado que inviabiliza toda e qualquer veleidade de candidatura bem sucedida fora desse quadro de apoio. Pode haver candidaturas independentes, mas são sempre reduzidas a uma insignificância, pela capacidade legalizada do privilégio de influência política e social dos partidos com assento parlamentar. O deficit democrático é evidente através dos privilégios de intervenção partidária e o controle que exercem sobre a comunicação social e a sociedade.
A constante política do regime republicano em Portugal, é assim a restrição da liberdade de escolha dos portugueses ou seja o sistemático deficit democrático. No presente, este deficit ainda é mais perverso, na medida em que todo o controlo partidário é exercido através de mecanismos, que subvertem a teoria política em que se baseia a Constituição.
Pode-se dizer que o sistema político absorveu e adulterou totalmente, os princípios constitucionais.
Os partidos dominantes, com especiais responsabilidades para o PS, PSD e CDS, criaram mecanismos, um sistema, que domina por completo o regime. São os beneficiários exclusivos do regime e os únicos que têm condições de expectativa de governação. Transformam-se por esse facto em agências exclusivas de defesa dos interesses diversos da sociedade e nos únicos representantes possíveis da influência da população na governação e na definição do seu destino.
Uma Oligarquia partidária.
A corrupção, a dependência dos poderes, os escândalos permanentes, as prepotências, a mediocridade dos políticos, a irresponsabilidade e incompetência governativa, a diarreia legislativa, a quebra de valores e a mentira dos discursos e a sonegação dos objectivos, são tudo simplesmente consequências, deste sistema e deste regime, que de tão permissivo se deixou asfixiar totalmente.
Os mecanismos que os partidos criaram para todo este benefício que adultera o sentido democrático da sociedade portuguesa, são simples e são a chave mestra de todo o nosso problema.
Os privilégios dos partidos dominantes:
O seu financiamento pelo erário público e proporcional aos resultados. O sistema eleitoral proporcional e por grandes círculos eleitorais. A disciplina partidária.
Simples e eficaz.
Toda a sociedade fica assim controlada.
Os sindicatos e associações sócio profissionais, têm de se vergar a esta dominância, também o poder local, a participação cívica é desmotivada, ao Estado que passa a ser sinónimo de apenas alguns partidos, fica reservada toda a intervenção, as suas delegações de poderes, autárquicas, regionais ou civis, são meros actos de submissão e formas obvias de controle.
Empresas e comunicação social, são também obrigadas a este serviço público, que origina promiscuidades, que são antecâmaras de escândalos, que algumas nuances de independência e isenção, símbolos de coragem e resistência, ainda conseguem denunciar.
Mas o domínio e a dominância é tal, que nunca nada é conclusivo e os escândalos passam a ser banalidades aceites, pela sociedade resignada a toda esta ausência de democraticidade.
A toda esta situação, se vem adicionar duas crises em simultâneo. A crise do projecto político Europeu e a crise económica e financeira.
O sistema e o regime entram agora em grandes dificuldades perante a sua incapacidade de resposta.
A nossa dependência Europeia, foi resultado dum erro de objectivo político, protagonizado em sintonia pelos partidos dominantes, dependentes também eles da sua filiação internacional. A União Europeia como objectivo político exclusivo, vem agora revelar-se como um dos grandes problemas nacionais e estará na origem de projectos políticos de ruptura, de mudança radical da política portuguesa.
A crise financeira, vem demonstrar a impossibilidade da preservação do sonho de vivermos acima das nossas possibilidades e mais grave de termos uma forma de organização do Estado e dos serviços públicos, que nos empurram para a insustentabilidade.
A crise económica revela-nos uma evidência. Não produzimos, fomos redutores e aniquiladores da nossa base produtiva nacional, acreditamos no multi-nacionalismo empresarial como objectivo de sustentação e evolução. Erramos profundamente.
Tentam em desespero os partidos dominantes, pela mentira, pela sonegação de informação ou pela apresentação de propostas de reforma do sistema perfeitamente irrealistas e ineficazes, tentar salvar na aparência o sistema e por arraste o regime.
O PSD, através de um novo líder, que se tenta diferenciar apenas pelo uso da sua gravata, apresenta uma proposta que em teoria iria mexer num dos três pilares de sustentação dos privilégios partidários. Não tem porém coragem, nem a poderia ter, porque isso poria em causa o poder partidário de ir ao fundo da questão. Uma ideia que não põe em causa o sistema eleitoral proporcional, mas que lhe permite afirmar-se como agente de mudança. Mais uma atitude falaciosa, que nada irá produzir, senão debates de entretenimento e alienação, dos comentadores políticos.
A mudança deste sistema nunca será possível através de propostas dos beneficiários.
Como o regime se deixou dominar e enfeudar, pelos dominadores e beneficiários do sistema político actual, estamos perante uma evidente impossibilidade de pela via partidária podermos alcançar a mudança indispensável.
Só com uma proposta coerente e consistente, que se apresente como alternativa mobilizadora da descrença popular, será possível encontrar o caminho da mudança.
Uma proposta política de regime.
De um regime que apresente claramente aos portugueses as vantagens de voltar a ter um Estado democrático, aberto às novas ideias e novos projectos. Que garanta e promova, a liberdade de participação na vida colectiva de todos os portugueses. Que unifique os portugueses através do estimulo da nobreza de carácter do seu povo e mobilize as suas qualidades para um projecto nacional de futuro.
A recuperação do sentido do Reino de Portugal, será essencial, determinante para esse estímulo colectivo e para esse projecto.
José J. Lima Monteiro Andrade

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Portugal é uma Nação. Não é uma sociedade anónima do mercado global.

Portugal está afundado numa crise de valores.
Não encontra rumo político, porque não participam na política homens de cultura e de valor.
Não há homens e mulheres cultos na política, não há idealistas, não há historiadores, não há pensadores…apenas economistas, oportunistas e juristas.
Economistas sem imaginação, qualidade e experiência, que tentam apenas vender espaços para instalação de multinacionais, que não entendem a sociedade, nem conhecem os portugueses.
Oportunistas, que fazem carreiras políticas vertiginosas, são logo grandes gestores, enriquecem pelo uso e abuso dos privilégios, que o sistema lhes oferece.
Juristas, que se afirmam e são muito bem sucedidos, numa ânsia legislativa que suporta as incongruências e domestica a sociedade.
A política é assim apenas a gestão corrente, de uma sociedade que é encarada cada vez mais como uma Sociedade Anónima, de um mercado global.
Uma SA, dirigida por incompetentes e servidores, cuja formação foi consolidada através da premissa, de que estar na política é o aproveitamento das oportunidades.
Não há projecto nacional, nem pode haver com esta gente e com este sistema político.
A Alemanha, continua a ser Alemanha, a França, a Grã-Bretanha, a Suécia, também. Castela mantém a sua hegemonia em Espanha, reforçam-se as autonomias da Catalunha, do País Basco, da Galiza, da Andaluzia…mas em Portugal prevalece a propaganda da mentalidade, de que não fazem sentido as independências, nesta submissão à doutrina da globalização.
Enquanto todos os países estão numa União Europeia numa perspectiva de benefício, mas afirmam-se nos seus projectos, Portugal continua a olhar a União Europeia como a sua única hipótese, numa atitude de perda progressiva dos benefícios e de cedência de soberania.
Ignorantes estes políticos porque não conhecem a história, pacóvios porque não conhecem o mundo, apátridas porque não têm o respeito, nem sentimentos, como valores enraizados.
Sem visão política, porque apenas os preocupa a sua própria satisfação, a preservação do sistema e a sua visão é apenas de dar respostas imediatas. A solução redutora e dramática de gestão corrente.
Cedemos a todos os interesses e por isso estamos completamente dependentes.
Os objectivos políticos nacionais, passam por sermos o porto atlântico que serve o interesse histórico dos castelhanos, que sempre lhes negamos, por esse facto preservamos a nossa oportunidade e a nossa glória. Passam pelo sacrifício das gerações futuras cedendo a esta incrível falta de visão de Estado, de que é na Europa, que exclusivamente deveremos fixar os nossos objectivos políticos e económicos.
Gastamos mais do que produzimos, para manter uma ilusão e os privilégios de alguns, há custa de um endividamento externo, que já condiciona toda a nossa autonomia de decisão.
Teimamos em acreditar que estar na política é apenas gerir e preservamos um sistema, que promove os maus gestores e neutraliza a qualidade.
Portugal é assim desprezado nas suas potencialidades. Basta olhar para o desenvolvimento actual dos países que criamos, que emergem como grandes potências e então perceber, o que toda esta mediocridade promovida por este sistema, nos está a liquidar.
Portugal não é apenas Europa, nunca o foi e nunca o será.
Portugal é um país Atlântico, as nossas fronteiras num mundo global, não são apenas com Espanha, mas com toda a América e todo o Mundo, como o demonstramos há 500 anos, quando éramos um povo aventureiro e com desígnios.
Se isto foi a verdade que nos glorificou e nos preservou, cada vez esta verdade é mais verdadeira, num mundo cada vez mais aproximado, pela tecnologia.
A mais grave mentira política, que corroeu a nossa vontade colectiva, foi a mensagem de que os países independentes, já não fazem sentido na era da moderna comunicação.
Começou tudo e ainda se mantém, com o sonho de Estado Federado Europeu, projecto que entra em falência porque os povos não acreditam nele e porque as identidades das sociedades, ainda preservam em muitos países europeus a sua influência.
Em Portugal insistem estes políticos mal preparados e incultos, nesta mensagem que se reveste de uma intolerável propaganda diária, nesta mentira que apenas procura o declínio de uma sociedade, constituída por um nobre povo.
Povo em silêncio e aparentemente submisso e resignado, mas triste porque está a ser ofendido e desrespeitado.
Povo cujos filhos emigram e se continuam a afirmar-se com êxito no mundo.
Gente que no seu território vê as suas qualidades amordaçadas e o seu nobre carácter aventureiro, trabalhador, criativo e heróico, ser abafado e desprezado.
Povo que não merece esta traição à sua identidade, que não merece estar nesta prisão, neste bloqueio à sua qualidade.
Povo que saberá responder, quando se falar verdade e ouvir a mensagem de um projecto motivador.
José J. Lima Monteiro Andrade

sexta-feira, 2 de abril de 2010

A alternativa à dissolvência de Portugal

O tema Monarquia abandonou já a sua condição de ser uma ideia marginal e ao ganhar adeptos passa hoje já por ser uma corrente de opinião na sociedade portuguesa.
Esta afirmação como corrente de opinião, tem a ver com o descontentamento face ao actual regime e também com uma nova forma de apresentação da doutrina Monarquia moderna.
A mensagem curta “ Restaurar Portugal pela Monarquia”, vem ao encontro do sentimento popular de desagrado pela actual dependência externa de Portugal, da realidade que é a desigualdade do desenvolvimento entre as suas regiões, da incapacidade de afirmação da democracia que cada vez se espartilha mais na sua asfixia, dominada pela oligarquia de apenas dois partidos.
A mensagem moderna de que Monarquia representa uma outra concepção de Estado, responde a uma ansiedade nacional de voltar a dar sentido a Portugal, através da defesa dos direitos da sociedade, da preservação territorial, patrimonial, ambiental e dos valores essenciais em que se alicerça a vivência e o bem estar colectivo.
Este projecto de novo Estado, vai muito para além da actual concepção puramente materialista de regulamentação dos poderes e dos deveres dos cidadãos, que a actual Constituição da República impõem como forma de Estado e que nos encaminhou para a insolvência como sociedade diferenciada, como Nação autónoma e soberana e que não permite ter um projecto de futuro.
Esta nova concepção de Estado, que nada tem a ver com doutrinas materialistas, nem nacionalistas, mas sim com a associação, do respeito pelo princípio essencial da diferenciação, de cada um dos portugueses, de cada região e de Portugal, como país independente e soberano, com o direito individual de influenciar, de participar e de decidir, na gestão, na governação e na decisão do futuro colectivo.
Uma nova concepção de Estado, que respeite e reconheça a sua origem, a sua história e que através desse respeito adquira a respeitabilidade dos portugueses, que através da motivação da solidariedade social e do estimulo do orgulho colectivo, permita e induza à realização de grandes objectivos colectivos e origine novas aventuras e desígnios nacionais.
É a recuperação da segurança e do ânimo nacional, através desta nova concepção de Estado Monárquico, que transmitindo de novo, que o Estado só se justifica para servir o povo, induza de novo a paixão e promova a motivação colectiva.
Esta nova concepção de Estado, que restabeleça o Reino e o sentido de Portugal, que a todos orgulhou e que todo o Mundo reconhece como heróico e extraordinário, é uma alternativa muito distinta, muito mais mobilizadora, do que essa simples e ingénua ideia, de reformar o actual sistema politico e nele substituir o Chefe de Estado eleito, pelo Rei.
O discurso monárquico moderno, não pode ser senão alternativo ao actual regime republicano.
O discurso monárquico moderno, não pode ser refém de complexos do passado, porque é uma nova concepção Estado, um reforço das garantias de liberdade individual, das liberdades regionais, da separação dos poderes, da exigência ética, do sentido do dever, da respeitabilidade, da solidariedade e uma garantia da soberania do seu povo, sobre o seu território e na gestão autónoma das suas potencialidades.
O discurso monárquico moderno é alternativo e afirmativo, porque é consistente na sua proposta de um Estado moderno, que garante o sentido de Portugal e permite a sua verdadeira expressão, num projecto moderno de futuro.
Serão porventura os próprios monárquicos os mais resistentes na aceitação desta nova concepção de Monarquia. Preocupações de outra natureza, irão inibir que entre muitos monárquicos se aprofunde e se generalize o debate, sobre esta nova concepção monárquica alternativa.
Mas sendo já muito ténue a consistência e a convicção republicana, que terá de assumir as suas responsabilidades pela actual crise de insolvência nacional, será nesta dinâmica de insurreição cultural e social, que este novo projecto monárquico irá ganhando espaço, simpatias e adesões, em todas as classes sociais ou profissionais.
Esta oportunidade monárquica, que se vai afirmando como realidade política, também escapa a todos aqueles monárquicos tradicionais, que vêm apenas como referência motivadora da sua afirmação, a sua afectividade para com o simbolismo do Rei.
Mas que todos sejamos capazes de entender o essencial.
Monarquia só tem sentido como projecto político. Coerente, consistente e que por responder às ansiedades da maioria do povo, será uma conquista do povo.
Então que sejamos capazes de responder a essa ansiedade popular que é evidente na actual sociedade portuguesa.
Façamos o discurso certo, façamo-nos ouvir.

José J. Lima Monteiro Andrade

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Alma do Povo

Alma do Povo

Sou um caminheiro perdido
Procuro o que faz sentido
Luto desesperadamente…
Numa ânsia que me faz correr
Ânsia, que me surgiu de repente
Que me obriga, mesmo sem querer,
A Caminhar
A procurar e a lutar…
Insistentemente.
Inimigos e amigos, tenho de afrontar
Pois eu tenho de encontrar
A Alma perdida
Para a voltar a colocar
Como a Alma do Povo,
E de novo…
Restituir-lhe a vida.

José J.Lima Monteiro Andrade