sábado, 9 de maio de 2009

A Oligarquia


Alguns articulistas da imprensa já classificam o sistema político nacional como Oligopólio dos Partidos com assento parlamentar.
Ainda estão presos à bitola do “politicamente correcto”, apesar de já estarem esclarecidos, quanto á necessidade de mudança.
Não há democracia sem Partidos políticos.
Também é verdade que limitamos gravemente o conceito de democracia, na justa proporção em que caminhamos para a exclusividade da representatividade dos cidadãos e da sociedade civil, aos Partidos.
Um Oligopólio é assim na linguagem “politicamente correcta” um “deficit democrático” e esta denúncia sobre o sistema português, já começou a generalizar-se, mesmo entre aqueles que ainda não afirmam que é necessário mudar o sistema político.
Os Partidos com assento parlamentar fizeram recentemente uma afirmação clara e inequívoca do seu sistema de Oligopólio.
A aprovação na Assembleia da República da nova Lei do financiamento partidário.
Este exemplo é aterrador.
Os partidos legislam para benefício próprio, mantêm receitas através do Orçamento do Estado, indexadas a valores superiores ao dos funcionários públicos, criam privilégios de receitas com dinheiro líquido, que não permitem noutras organizações ( Sindicatos, Associações…) também elas representativas da sociedade civil, dão um sinal de ostentação das suas despesas em momento de crise em que todos temos de fazer grandes sacrifícios.
O sistema político português fica bem melhor definido se o classificarmos como uma Oligarquia dos Partidos parlamentares.
O presidente da República tem agora uma grande oportunidade de transmitir uma mensagem de confiança, que tanto pede aos portugueses.
Vetando esta Lei, que para além de promíscua é totalmente extemporânea.
Se não o fizer, confirmará a nossa suspeição, que já não há nenhum órgão de soberania independente desta Oligarquia, ou seja, que esteja liberto da sua pressão, do domínio partidário e dos seus interesses.
Os actuais Partidos políticos com assento parlamentar, todos eles são incapazes de compreender a realidade, porque a apreciam o momento presente, à luz de ideologias do passado, ou dos exclusivos interesses pessoais dos homens que neles militam. Por isso não podem, não conseguem resolver nada e daí a irresponsabilidade dos políticos.
Essas dicotomias retrógradas entre “esquerda e direita”, entre “neo-socialistas e neo-liberais”, entre “mais Estado ou menos Estado”, entre “regulação ou liberdade do mercado”, reflectem apenas os espartilhos ou bloqueios mentais, que impedem a análise e a compreensão do mundo moderno.
São condicionantes do pensamento, da acção, das propostas e das soluções possíveis.
Se a situação já era bem grave pelo facto de sermos governados por uma Oligarquia partidária, que não aceita o aparecimento e a afirmação de novos Partidos e de novas Ideologias, ela é totalmente reaccionária, porque está dominada pela ideologia do passado.
Só gente nova, poderá protagonizar a Ideia nova.
Gente nova, não comprometida, qualificada, culta e patriota.
Cidadãos com convicções, inseridos na sociedade, com profissão e família, com problemas e ansiedades semelhantes a todos nós, que se disponibilizem para o serviço público da política.
Uma elite natural e responsabilizada, a quem os eleitores possam permanentemente exigir e confrontar.
Enfim, a política ao serviço dos cidadãos, protagonizada por Homens.

2 comentários:

  1. Meu Caro Zé
    Soube através do Vasco Branco deste teu "Desafio".
    Grande entrada na blogosfera!
    Textos interessantes e desasombrados com uma apresentação notavelmente cuidada.
    Apesar de retirado destas lides (http://minharicacasinha.blogspot.com em stand by), ainda dou um tempo à http://cortenaaldeia.blogspot.com, onde consta uma recordação simples mas sentida do teu irmão Manuel.
    Grande Abraço
    Antonio Torres

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