sexta-feira, 22 de maio de 2009

Liberdade, Democracia e Tauromaquia.


Sinceramente não me preocupa muito o facto de alguns movimentos radicais, apesar de pouco numerosos em adeptos, obterem a simpatia dos órgãos de comunicação social e serem valorizados como muito mais expressivos, do que na realidade são.
O movimento anti-toiradas, é um desses exemplos.
Não me incomoda minimamente assistir na televisão a um chorrilho de disparates produzidos por incultos e desenraizados e também não me incomoda vê-los em manifestações à porta do Campo Pequeno.
Considero mesmo que estão no seu direito de se manifestarem contra praticas que não concordam, se bem que também ache que é muito poucochinho, abraçar causas desta natureza, quando há tantas outras bem mais importantes e decisivas para a vida dos portugueses.
São pequenos porque escolhem uma causa despropositada, utilizam argumentos sem qualquer consistência e são ou ignorantes ou apátridas, porque afrontam toda uma cultura secular de enorme significado histórico e social.

A democracia é isto mesmo, todos têm o direito de se expressar e manifestar, até de manifestar o seu ridículo espírito anti cultural.

O que já me aflige e preocupa muito, é quando os políticos entendem seguir estas modas dos pequenos e ignorantes.
Se considero até natural que sigam ideias de ignorantes…coitados seguem as suas referências… já não acho natural que tomem atitudes ou façam propostas que não podem ser enquadráveis numa democracia, próprias de ferozes ditaduras.

A questão das democracias serem ou não permissivas, a ideias anti-democráticas e á actuação dos seus agentes, é efectivamente um assunto da ordem dia, da politica nacional

Quando o Presidente da Câmara de Viana do Castelo decreta a cidade como “livre da tauromaquia” ou o Presidente da Câmara de Sintra declara a cidade como “ Livre dos Circos”, estão não só a cometer uma ilegalidade ou a dizer uma mentira, mas sobretudo a fazer um inaceitável afrontamento á liberdade dos cidadãos.
Ninguém obriga ninguém a ir a uma toirada ou circo. Ir a um espectáculo, é um acto de decisão individual, que até custa dinheiro, que é uma prova adicional dessa vontade individual.
Proibir cidadãos de poderem ir a espectáculos para os quais há indiscutíveis estímulos individuais generalizados numa sociedade, é um acto de pura coacção pelos mais elementares direitos de cidadania, numa sociedade democrática.

Quando os deputados, em plena crise, se debruçam sobre a necessidade de proibir os animais nos circos, estão apenas a demonstrar aos portugueses toda a sua debilidade intelectual e a contribuir fortemente para o desprestígio político da Assembleia da República e dos seus membros.
Ao avançarem para teses desta natureza, rapidamente caminharíamos para a mais feroz das ditaduras, uma vez que todas as marisqueiras teriam de ser encerradas e eliminadas todas as formas de produção intensiva de carne.

Tomei hoje conhecimento de um facto muito preocupante.
As Comemorações do dia 10 de Junho, dia de Portugal, irão decorrer em Santarém.
Santarém é a capital do Ribatejo, que se orgulha das suas tradições. Decorre em simultâneo em Santarém a Feira do Ribatejo e a sua tradicional Feira tauromáquica.
O senhor Presidente da República, que é o mais alto representante da Nação e por esse facto a maior referência na preservação da cultura portuguesa, costumes e das tradições populares, foi muito naturalmente convidado, para assistir à Corrida de Toiros do dia de Portugal.
Ao que me transmitiram, os seus assessores não quiseram encarar sequer este convite. Argumento…as Toiradas são uma questão polémica e que podem originar contestações.

Não sei se o senhor Presidente alguma vez vai ter conhecimento deste convite, nem sei se o vier a ter, qual vai ser a sua decisão.
Sei que todos os Presidentes da República anteriores, eleitos por sufrágio universal, nunca declinaram um convite desta natureza, quando das suas deslocações a Santarém e aí os vi e também, com muito gosto, em muitas outras praças de toiros do país.

Ainda tenho alguma esperança que o senhor Presidente da República, tome conhecimento do convite e o aceite.

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