sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Monárquicos aprisionados.

Há muitos monárquicos que estão aprisionados.
Não apenas porque muitos estão acomodados, outros resignados, muitos descrentes e confusos.
Esses estão, como a generalidade dos portugueses,já não acreditam nem no regime, nem no sistema político, não sentem, nem ouvem, nenhuma mensagem alternativa que os estimule, mobilize e lhes dê esperança.
Mas há também outros, que através da manipulação, da instrumentalização e da adesão a estratégias incoerentes, engrossam toda uma fileira de agentes políticos, cujo significado é apenas o de gerar ainda mais confusão e tem sempre como consequência derradeira, um bom contributo para a preservação do regime republicano e do actual sistema político.
Há assim, os que agora estão a ser mobilizados para aderirem a manipulações, que pretensamente querem alterações de um parágrafo de uma alínea da Constituição da Republica.
Como se isso fosse possível, através de uns escassos milhares de assinaturas, como se isso de alguma forma fosse um contributo sério, para o projecto monárquico, como se isso fosse coerente.
De que serve essa estranha ideia, de querer transformar uma Constituição da Republica, na Constituição de Portugal?
Não percebem esses arautos, de que isso seria ainda dignificar mais, o regime que afirmam querer mudar?
Substituir na Constituição da República, a noção que está expressa “ sistema republicano…”, pela outra “sistema democrático…”, seria uma enorme derrota para os monárquicos, na medida em que passariam a ser estes (monárquicos) os defensores da oficialização constitucional, de que democracia é sinónimo de regime republicano.
Pois é precisamente a antítese desta tese, que os monárquicos convictos defendem…
O regime Monárquico é aquele que melhor pode preservar a democracia politica representativa e aquele que salvaguarda as liberdades individuais.
Isso nunca poderá ser alcançado, através de mudanças pontuais e muito menos apenas de uma alínea de um artigo, pois há muitos outros preceitos estabelecidos na actual Constituição que defendem e preservam a Republica, o que de resto é absolutamente natural, uma vez que ela estabelece e regula, o regime republicano.
O Partido Popular Monárquico, ao delinear esta estratégia tem absoluta consciência do serviço que está a prestar á Republica e procura apenas através do nome que mantém, conseguir a sua sobrevivência no actual xadrês partidário, uma vez que os partidos dominantes lhe ficarão reconhecidos, pelos seus préstimos de mobilizar monárquicos incautos e o ajudarão na sua luta, contra a desejável e indispensável extinção.

Uma nova tentativa de manipulação surge agora através das candidaturas à presidência da Republica.
Lança-se a triste panaceia, de alguns destes candidatos são simpatizantes ou mesmo monárquicos convictos.
Muitos monárquicos são seduzidos para esta nova tentativa da sua manipulação.
Mesmo que se tentem encontrar justificações, através de argumentações sem consistência real, para justificar que não haverá qualquer contradição na coerência de um monárquico que se candidata a umas eleições para Presidente da República, então haverá sempre, que perguntar, qual é o seu objectivo político perante a mudança de regime.
Ou seja, Manuel Alegre e o Dr. Fernando Nobre, nos seus manifestos de candidatura, terão de se afirmar muito claramente, sobre a sua posição face ao regime político.

Perante estas duas tentativas de confundir muitos portugueses, que se afirmam como monárquicos, há que exigir também uma posição de clarificação das organizações monárquicas, nomeadamente da Causa Real e das Reais Associações.
Não podem continuar estas organizações, a manter a cabeça debaixo da areia, face a tão evidentes tentativas de confusão e de divisão entre os monárquicos.
A sua recusa e escusa sistemática, de intervenção sobre as questões políticas e sobre os graves problemas da sociedade portuguesa, têm ocasionado a descrença e o alheamento de muitos monárquicos e só tem contribuído para o surgimento de novas dinâmicas organizativas dos monárquicos que não se revêem neste inaceitável imobilismo de intervenção.
Mas agora já não se trata de mobilizar novas vontades e afirmações para uma Causa, mas sim de evitar uma divisão e uma manipulação de muitos dos seus fiéis aderentes.
Já não é apenas, pelo triste abdicar de serem os protagonistas de uma mensagem mobilizadora de que carecem todos os portugueses e de salvação nacional.
É que se não responderem e se não se afirmarem inequivocamente estarão também a ser cúmplices.
Este é o meu apelo, como monárquico e como primeiro subscritor da Petição para a realização da Convenção Monárquica 2010.
Uma afirmação esclarecedora, firme e consensualizada, da atitude e do projecto monárquico para Portugal, não pode ser mais adiada.
Unamo-nos então para libertarmos todos os monárquicos prisioneiros.
Afirmemo-nos na defesa da Liberdade para todos os portugueses.
Porque Portugal precisa de nós.
José J. Lima Monteiro Andrade

1 comentário:

  1. Subscrevam e divulgam esta importantÍssima tomada de posição pública.
    http://www.peticao.com.pt/convencao-monarquica

    Juntem-se à ACÇÃO MONÁRQUICA
    http://www.facebook.com/group.php?gid=180204645744#!

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