domingo, 2 de maio de 2010

A Neutralização da Democracia Portuguesa

A Neutralização da Democracia Portuguesa
Uma denúncia sempre esquecida.
Há sempre nas análises políticas algumas coisas que escapam à apreciação racional dos analistas, mesmo dos independentes, porque não tem na sua origem e prática, nenhuma consistência ou base legal.
Se analisarmos com independência os factores inibitórios do exercício democrático do actual sistema político, somos logo encaminhados para o actual quadro constitucional e legal, que efectivamente ocasiona espartilhos, que só por si já permitem classificar tudo isto, como uma Oligarquia de dominância de partidária.
Os portugueses pela lei estão assim desde logo, impedidos de um conjunto de direitos fundamentais, em especial no domínio da essência de uma democracia, que é a sua representação e representatividade.
Mas deixemos isso por agora e analisemos outras duas formas de dependência duma parte significativa da população portuguesa, de que resultam dependências absurdas, totalmente inibitórias da sua liberdade de expressão e participação cívica e política.
Falo da dependência financeira e da dependência psicológica.
A sociedade portuguesa está completamente controlada e abafada por mecanismos evidentes, que as análises racionalistas através da apreciação das leis, teimam em não ver.
Esse controle da sociedade tem dois instrumentos essenciais.
1-A neutralização dos Homens e Mulheres livres e da sua capacidade de expressão e intervenção cívica e política;
2- A dependência financeira da maioria da população, pois o Estado é o suporte exclusivo dos rendimentos de mais de seis milhões de portugueses.
Se é evidente que a dependência, desta grande maioria dos portugueses, é uma base da sustentação política do actual regime e sistema, também é evidente que quando Estado deixar de ter condições para o fazer, o regime e o sistema estarão condenados.
É esta percepção, que leva os actuais políticos dos partidos dominantes ao desesperado encontro de soluções que permitam a viabilização da continuidade dos empréstimos externos para pagar as despesas correntes do Estado.
A recente encenação conjunta da reunião dos dois líderes partidários após uma aproximação inédita tem assim esta razoabilidade. Baseou-se na necessidade da entendimento de qualquer forma para salvar o sistema político, ou pelo menos para adiar a sua derrocada. Teimam em manter tudo na mesma, mas garantir por algum tempo que seja, os ordenados dos seis milhões de portugueses que o Estado alimenta.
Sustentável? Não interessa. Estão aflitos e têm de salvaguardar isso, sob pena de irem eles ao fundo.
Foi ao fundo o discurso de mudança de Passos Coelho e espero até que já tenham retirado das livrarias o livro que publicou, para concorrer à liderança do PSD.
Mas deixemo-nos das análises políticas evidentes e já tão divulgadas e passemos ao mais importante.
O controlo psicológico, que neutraliza totalmente a liberdade individual.
A maçonaria tem uma técnica infalível, que promoveu em toda a sociedade.
A neutralização é total e porque é feita sob uma vestimenta de aparência democrática, transformou-se na sua principal arma de total domínio.
Definiram-se os parâmetros do significado do conceito…” politicamente correcto”.
Escolheram-se os seus arautos e colocaram-se estrategicamente em todos os órgãos de comunicação social e também nos partidos políticos e outras organizações da sociedade civil.
Divulgou-se então a esta técnica para a total neutralização.
Quem tiver veleidades de pensar livremente e saia fora dos parâmetros do “politicamente correcto” deve ser imediatamente neutralizado através da acusação simples e objectiva da sua “rotulagem”.
Os “rotulados”, ficam ou neutralizados ou segmentados nas gavetas das ideias condenadas ou menorizadas.
O importante é que não se permita a expressão do pensamento livre e da reposição da verdade.
Os “rótulos” têm sido inúmeros (comunista; fascista; conservador; radical; traidor; nacionalista; ….), enfim para todos os gostos e oportunidades, de forma a que ,todos os pudessem usar e passasse a ser a técnica mais utilizada para eliminar por completo a liberdade de expressão do pensamento. Desde a Associação do Bairro, até ao debate nacional da agenda política se divulgou este princípio inibitório e defensor do conceito e comportamento “do politicamente correcto”.
Todos fomos neutralizados. Porque o conceito foi expandido em todas as organizações da sociedade civil, de qualquer natureza.
A cultura da exigência foi colocada de rastos e o sentido critico quase inibido por completo.
Outro efeito malicioso deste princípio, é a transferência fácil que permite entre o sentido crítico e a acusação de ameaça. Isto preserva a mediocridade e a manutenção dos incapazes.
Qual é de nós, que não sentiu já o efeito pernicioso e inibitório deste bloqueio psicológico?
Basta uma simples análise um pouco mais diferenciada sobre uma atitude de uma líder instalado, para imediatamente nos vermos surpreendidos, não pela contra-argumentação, mas sim pela acusação de que somos seus adversários ou apoiantes de outros….a imediata “rotulagem” e respectiva neutralização.
Esta cultura da “rotulagem” foi uma arma decisiva na conquista da influência maçónica e constitui hoje o grande bloqueio para a afirmação dos Homens e Mulheres livres em Portugal.
Só a coragem, elevada como condição essencial de capacidade de afirmação dos Homens e Mulheres livres, pode originar a indispensável mudança na sociedade portuguesa.
Já não basta a simples condição de liberdade individual, que muitos ainda conseguiram preservar, mas é indispensável associa-la à coragem e determinação.
A paixão por Portugal ajudará.
A união dos Homens e Mulheres livres e patriotas, criará a motivação para o seu entusiasmo e para o seu empenho.
José J. Lima Monteiro Andrade

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