quarta-feira, 12 de maio de 2010

A insolvência nacional e a traição a Portugal e à Democracia

Sócrates abandonou subitamente a sua persistência em levar por diante as grandes obras públicas.
A cimeira europeia a isso o obrigou.
Foi criado um Fundo europeu de sustentação do euro.
Foi criado um Governo Económico e Financeiro Europeu.
A partir de agora as Nações da zona euro, estão sujeitas às decisões da Eurocracia.
A soberania dos povos, a democracia passou a ficção.
A Europa determinou o fim da nossa Agricultura, das Pescas e estrangulou a pequena indústria e o pequeno Comercio.
A vocação nacional passou a ser os Serviços e o Turismo.
Uma vocação de servilismo perante os visitantes os interesses instalados.
Destruiu-se o nosso tecido económico base, a nossa sustentação e promoveu-se a nossa insolvência como País independente.
Tudo estrategicamente planeado, no sentido de deste pequeno quadrado secular, não ter condições de viabilidade e ser uma das extremidades bem amarradas ao centro do poder de uma Federação Europeia, que face ao progressivo cepticismo dos povos periféricos, os conduz nesse caminho através da obediência forçada pelas carências que lhe foram impostas.
Este sonho Europeu, que se alimentou na liberdade dos povos, na melhoria do seu bem estar e ansiedade natural da vivência em paz, condena-se a si próprio ao negar a participação das Nações, ao restringir o seu bem estar e a sua evolução económica e ao violentar os princípios democráticos que eram uma premissa do projecto.
Portugal, Grécia, Espanha e Irlanda, constituem o principal problema deste eixo Franco-Alemão dominante e dominador deste projecto europeu. Porque foram objecto de uma estratégia de dominação através de uma política indutora da sua insolvência económica, mas que constituem um enorme perigo para o sonho, pois todos eles são constituídos por povos com uma forte identificação e com uma secular existência como Nações, como uma história de lutas heróicas pela sua independência e sobretudo porque isto é a sua grande riqueza e potencialidade.
Portugal foi dominado pela traição e os traidores estão no poder ao serviço de quem lhes pagar melhor. Mercenários que usam a arma da mentira e da manipulação, usurpadores dos conceitos e dos valores.
Portugal não é pequeno, nem pobre e esta tem sido a mentira soberana que é usada como arma dos traidores.
A Europa quer ter a soberania total, sobre a nossa Plataforma Marítima Continental, porque sabe bem que aí estão reservas enormes de matérias primas e de energia, que lhe poderão dar no futuro próximo condições de desenvolvimento.
Portugal é hoje com a sua Plataforma Marítima Continental, o maior país da Europa e bastará perceber a razão pela qual este facto tem sido negado aos portugueses, para entender toda esta manobra europeia para nos retirar o sentido de Nação independente e soberana.
Portugal é uma Nação do mundo, porque tem mais de um terço da sua população nele inserida e porque tem laços culturais e fortes afinidades, que lhe garantem a sua sustentabilidade e o seu projecto de futuro.
Não tem qualquer sentido para os portugueses esta submissão à mentira e à traição.
Temos todas as condições para nos continuarmos a afirmar como Nação soberana e de voltarmos a dar uma lição de história à Europa.
Já o fizemos no passado e voltaremos a fazê-lo agora.
Temos um povo diferente, que sempre soube reagir em defesa da sua Pátria e na defesa dos seus direitos.
O engano dos traidores e dos seus instrutores é que este povo não foi anulado e o seu silêncio e a sua aparente resignação, não significa submissão.
Este povo aguarda as provas definitivas de toda esta traição.
A sua aparente apatia resulta de toda uma experiência histórica de sabedoria perante a oportunidade de acção.
Muitos dos mais conscientes, estão cada vez mais ansiosos e não compreendem esta atitude colectiva.
Desesperam pelo silêncio das lideranças expectáveis. Desesperam pela aparente resignação colectiva.
Mas o momento não é de acusação, pois é o momento de Acreditar.
Acreditar em Portugal, nos portugueses e na sua sabedoria.
Portugal não acabou, nem há-de acabar, não por vontade de alguns, mas pela vontade da maioria dos portugueses e pela sua Fé.

José J. Lima Monteiro Andrade

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