O Chefe de Estado desprezou a sociedade portuguesa
Um país que não tem referências unificadoras dos valores consolidados da sua sociedade é um país à deriva e sem rumo.
O Chefe de Estado deveria ser a referência unificadora do sentido e dos valores identificadores da sociedade.
A atitude do Chefe de Estado ao promulgar a Lei sobre o casamento homossexual é desde logo uma violação desse estatuto, mas a justificação que transmite aos portugueses é muito mais grave, porque representa uma outra referência negativa e contraria ao verdadeiro sentido de Estado de um Presidente da Republica português.
Essa justificação de atitude para promulgar a lei, revela a mentalidade da pessoa de Cavaco Silva e a sua incapacidade de percepção do interesse nacional e de incompreensão da sociedade portuguesa.
O Presidente da Republica, justifica a sua atitude através da sua mentalidade materialista. Diz que um problema menor não pode desviar a atenção para os verdadeiros problemas de Portugal.
A questão é assim tão grave quanto isto…para Cavaco Silva a prioridade de toda a nossa atenção terá de estar no combate à crise, ao deficit e demais questões financeiras. As questões da sociedade, são para ele, questões menores, que não devem desviar as atenções da família portuguesa.
Como encara o português comum e a família comum esta visão e esta mentalidade?
Manuel o português comum, casado com Maria, constituindo uma família portuguesa repetirá se olhar para o Presidente como uma referência, que deveria ser, seguindo o seu exemplo de raciocínio justificativo perante os seus problemas familiares concretos.
Dirá Manuel a sua Maria… deixa-me de azucrinar a cabeça com essas questões dos filhos, deixa-me livre para só pensar como poderei arranjar-me para pagar as prestações da casa, quero lá saber se o nosso filho anda ou não na droga, tenho de me concentra no importante.
É assim que a referência do Presidente da Republica iria funcionar, se o Chefe de Estado fosse uma referência.
Felizmente que não o é. Pois lamentavelmente há muito que a Sociedade portuguesa não vê nos Chefes de Estado uma referencia essencial.
Mas uma sociedade sem referências é uma sociedade condenada à decadência.
Dizem os analistas políticos que a sociedade portuguesa irá perdoar a Cavaco Silva e voltará a elegê-lo como Presidente.
Espero sinceramente que estejam enganados, pois isso seria um sinal muito grave de uma total dependência da sociedade a um regime que obriga a maioria da sua sociedade a votar contra a sua consciência colectiva, por ausência de alternativas.
Optar por um mal menor já é muito mau e já estamos há tempo demais sujeitos a essa circunstância. Mas votar contra a nossa própria consciência e a favor de quem despreza os nossos valores, é uma violação da nossa própria liberdade.
Este regime, esta Republica não merece que nos violentemos a esse ponto.
Os portugueses terão de entender que há alternativa a este regime, que nos pode voltar a dar a possibilidade de sermos livres e de nunca sermos violentados.
As próximas eleições presidenciais são a oportunidade da sociedade portuguesa dizer não a esta Republica que lhe impõe valores que não são os seus.
Bastará que sejamos coerentes connosco próprios e sigamos a nossa consciência em liberdade.
Libertados de todas as pressões e chantagens emocionais, que cairão sobre nós, caberá a cada um de nós ser capaz de se afirmar na sua coerência… há momentos históricos em que a razão tem de se sobrepor ao temor.
Preservar esta Republica é votar nas próximas eleições presidenciais, exigir a recuperação de Portugal e do seu sentido, é pela abstenção, transforma-la numa vontade minoritária da sociedade portuguesa e abrir a janela da esperança para a mudança.
José J. Lima Monteiro Andrade
sábado, 29 de maio de 2010
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