quinta-feira, 25 de março de 2010

Quem manda em Portugal? O povo ou as agências de rating?

A liberdade de cada um de nós depende, depende da forma como nos sabemos colocar na vida.
A dependência financeira, é na actualidade a condição e a razão mais condicinadora da nossa liberdade.
Para cada um de nós e para cada país.
A dependência financeira, coloca hoje enormes limitações, ao exercício da democracia.
Coloca interrogações, que minam os alicerces das democracias representativas e que irão originar crises profundas e graves, pois cada vez mais é evidente o dilema dos povos, entre a subjugação às lideranças financeiras mundiais e a sua capacidade de decidir e influenciar politicamente.
Nos países mais dependentes, como é Portugal dos dias de hoje, o dilema já pouco conta.
Os partidos políticos responsáveis pela colocação de Portugal, nesta triste situação de dependência financeira, só têm como objectivo, preservar essa situação.
Esta é a triste e redutora ideologia, em que se fixaram os partidos políticos dominantes em Portugal.
Quem manda em Portugal?
O povo ou agências de rating?
Uma agência de rating, veio antes mesmo da votação da Resolução sobre o PEC na Assembleia da Republica, anunciar uma descida da credibilidade do Estado português para cumprir os objectivos de equilíbrio orçamental.
Uma agência de informação financeira, levanta todo um problema político e condiciona a vida política nacional.
A ameaça é evidente. Ameaça ao Estado e todas as empresas portuguesas, porque os juros da dívida pública e do crédito às empresas poderá subir ou ser dificultado.
O Partido Socialista vê assim condenado o PEC que apresentou e tenta em desespero o compromisso mais alargado através de um voto do PSD, que impeça a rejeição política, desse documento de enquadramento legislativo, que irá ser muito penalizador para os portugueses.
Tenta-se em derradeira circunstância, já que não foi possível, nem houve essa vontade, apenas dar um sinal, a essas influentes agências do mercado financeiro de que o PEC, não é rejeitado.
O PSD é assim comprometido. Basta a sua abstenção num Projecto de Resolução, para garantir a manutenção do caminho escolhido da nossa dependência.
O PSD, tem porém na mentira política, o argumento para dar satisfação a toda esta dependência, para a qual contribuiu decididamente.
O PSD pode perfeitamente abster-se hoje, porque o seu líder de amanhã já anunciou que votaria contra e que fará renascer um novo partido e um novo projecto de mudança para Portugal.
Os dois partidos dominantes irão preservar o desastre nacional.
Irão condenar os portugueses e a democracia.
O PS, preserva o seu Governo, o PSD de hoje ficará ilibado, pelo PSD de amanhã.
A presunção é evidente.
Os portugueses só têm nestes dois partidos, a sua hipótese de governação.
Esta é a mais grave limitação da democracia portuguesa, que se deixou estrangular numa dominância partidária, que caracteriza esta Oligarquia em que se fixou a 3ª República.
Os portugueses já não têm voto na matéria.
Nem o caminho foi uma sua escolha, nem nunca foram chamados a decidir sobre esse caminho, apenas foram ludibriados pela propaganda eleitoral enganosa, por programas e promessas, que se deitam para o caixote do lixo, logo que a exigência externa o imponha.
Liberdade, Democracia?
Quando tivermos um sistema politico, que exija e garanta, a responsabilidade dos Partidos e dos políticos.
Independência e Futuro?
Quando tivermos um regime, que defenda e preserve os direitos e valores da sociedade portuguesa e defenda a dignidade do povo português.

José J. Lima Monteiro Andrade

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