O nosso mar transformou-se num imenso “latifúndio marítimo”.
As pequenas empresas de pesca receberam prémios de abate às suas embarcações.
A pesca artesanal já não encontra o peixe que justifique a saída para o mar.
Grandes arrastões passam esporádica e metodicamente, levando tudo nas suas redes.
Agricultura? Quotas de produção, subsídios de fomento à “não produção”, crédito e factores a custos insuportáveis, preços condicionados….façam apenas algum leite, algum vinho e umas hortas.
A reserva alimentar estratégica de Portugal, não dá para uma semana…uma dependência da nossa soberania inaceitável e muito perigosa.
250.000 pequenas e médias empresas nacionais, fecharam as portas em 4 anos.
Multinacionais vão-se embora, pois noutros lugares têm melhores condições.
A mensagem é a alta tecnologia. Os nichos do mercado mundial.
Um desafio muito delicado.
Empresas com sofisticados equipamentos electrónicos e informáticos estão sujeitas ao monopólio do fornecimento da energia eléctrica, que tem permanentes quebras de tensão….para toda a fábrica várias vezes ao dia, fica o produto muito mais caro.
Invistam em nichos de mercado, pois são essas pequenas e originais produções que os chineses não se sentem tentados a imitar.
Até as bandeiras que são vendidas às portas dos estádios de futebol já são fabricadas nesse oásis da globalização.
Riscos elevados para o empresário, que para além de todos os condicionalismos burocráticos que um Estado hostil lhe levanta, tem créditos muito caros e prazos de amortização curtos, para a concretização dos seus projectos e não pode nunca fazer a programação fiel do seu investimento, pois é demasiado frequente que o seu produto passe de um momento para o outro, “made in china” e a metade do preço.
Pertencemos a uma organização política e económica que está bloqueada por uma contradição.
As empresas produtivas da União, não conseguem ter capacidade de concorrerem neste mercado globalizado.
Acreditou-se na oportunidade que significaria a elevação do nível de vida dos chineses, desprezou-se a sua capacidade.
O que vai acontecer.
A Europa caminha para uma situação insuportável. Os pequenos países, como Portugal , têm esse mesmo problema e ainda o do bloqueamento produtivo, que a própria União impôs.
Aceita a China mudar de sistema político?
Aceitam os países da União, mudar os seus sistemas políticos?
Haverá condições para uma negociação no âmbito da Organização Mundial de Comercio, que possam responder a esta ansiedade essencial da Europa?
O que representa a União Europeia hoje, neste quadro político global?
Ou terá a União de voltar às suas políticas do passado e às medidas proteccionistas do seu mercado?
A crise não é apenas uma crise financeira, é uma crise muito delicada que exigirá uma afirmação clara da União e que terá consequências imprevisíveis na sua consolidação política.
As indecisões decorrentes do complexo sistema decisório europeu, vai levar a adiamentos, que se adicionam como motivos de preocupação.
Portugal está totalmente dependente, politica, financeira e economicamente.
Situação inaceitável, para um povo que tem de ver respeitada a sua dignidade.
É assim urgente a restauração de Portugal.
Restauração do seu sentido como Nação, do seu projecto autónomo de governação e de desenvolvimento.
A hora é a de construir esse projecto nacional.
José J. Lima Monteiro Andrade
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