terça-feira, 2 de novembro de 2010

Da agonia à esperança.

Iremos para o fundo, numa terrível agonia colectiva.
Iremos ao fundo, se não encontrarmos a Referência que nos una.
Iremos ao fundo, se a Referência usar como arma, o silêncio.
Iremos ao fundo, se as nossas raízes fraquejarem.
Iremos ao fundo, se cedermos na condição humana.
Se olharmos apenas para nós próprios…
Para a satisfação imediata das ansiedades, que nos induzem.
Iremos ao fundo colectivamente, porque somos individualistas.
Porque somos oportunistas e desprezamos o passado e o reconhecimento…
Desprezamos a memória e a sabedoria…os sinais evidentes de desesperança.
Iremos ao fundo, pela indiferença à dor e à pobreza.
Iremos ao fundo porque não unimos a resignação, à revolta.
Porque não assumimos a herança, porque somos complexados.
Iremos ao fundo, porque acreditamos na mentira e desprezamos a realidade.
Porque temos medo da verdade e porque não amamos.
Porque abdicamos dos sentimentos, para satisfazer a vivencia dos momentos.
Porque somos egoístas e não amamos nossos filhos, como nossos pais nos amaram.
Porque já não nos interessa o amanhã, apenas o presente.
Iremos ao fundo porque desprezamos os valores da esperança…
A qualidade e o mérito…a honestidade, a sinceridade e a solidariedade.
Iremos ao fundo, porque não nos reconhecemos numa identidade.
Iremos ao fundo porque apagamos a memória colectiva…
Voltar a sentir essa identidade unificadora é a única salvação.
Amar essa identidade e ter orgulho nela …
Transmitir aos filhos os sentimentos.
Recuperar o sentido do esforço necessário, para tudo na vida…
Ter coragem e formar corajosos …
Com coragem de lutar pelos sentimentos e pelas raízes.
Lutar pela nossa Liberdade perdida…pois já ninguém sabe o que é a Liberdade.
Ser Livre é assumir em todos os nossos actos a plenitude de todo o nosso pensamento.
Ser livre em português, é sentir o prazer e o orgulho, de o continuar a ser.
Iremos ao fundo, porque perdemos o sentido de Portugal.
Que se apague o silêncio da Herança e se restitua a esperança ao povo português.

José J. Lima Monteiro Andrade

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