sexta-feira, 15 de outubro de 2010

A Ditadura das Finanças entra em Portugal pela mão do Partido Socialista

Esta semana é anunciada por alguns articulistas na Comunicação Social a transformação do sistema político nacional numa ditadura de características modernas.
Portugal é mais um país sujeito à ditadura das Finanças.
Um anúncio totalmente realista.
Há três meses o nosso incrível Primeiro-Ministro, apresentava Portugal como o campeão da recuperação da crise entre os países da União, hoje a crise é a justificação para o mais violento ataque ao rendimento das famílias portuguesas.
Sócrates mudou? Não, Sócrates foi obrigado a mudar.
Assim o recomenda e pressionou a Comissão Europeia e assim o exigiu a Chanceler Alemã.
Esta ditadura das Finanças é assim uma imposição externa … o antigo Reino de Portugal, está transformado num simples protectorado Alemão.
Mas o mais grave é que com isso será obrigado ao rigor e à disciplina alemã, o que convenhamos nunca se adaptará muito à identidade do povo português.
A exigência de rigor e disciplina é agora e por enquanto, apenas nas Contas Públicas.
Impõem-nos hoje um Orçamento que não só penaliza fortemente todas as famílias portuguesas, como obriga ao virar da agulha em 180 graus da atitude política do Primeiro- Ministro e origina uma onda de pressão de situacionistas sobre do líder da oposição, que naturalmente acabará por ceder.
Que importa as promessas de Sócrates de que não aumentaria os impostos e muitas outras, que importa a palavra de Passos Coelho num compromisso publico de que não viabilizaria o aumento da carga fiscal? Nada absolutamente nada, porque quem manda em Portugal, não são os portugueses.
Os Partidos dominantes estão sujeitos totalmente à vontade externa, também o Presidente da República, incapaz de se assumir nas suas responsabilidades, abdicando dos seus poderes constitucionais, deixando o país ser governado do exterior e pelos seus agentes nacionais, que lamentavelmente são os partidos dominantes de um sistema que se afunda assim numa Ditadura das Finanças sob a batuta dos Comissários de Bruxelas.
A adesão de Portugal à Comunidade Económica Europeia teve um argumento de peso que a União Europeia apagou. A defesa dum regime republicano e democrático parlamentar.
Se este dramático Orçamento para 2011, resulta de uma pressão Alemã e da Comissão Europeia, o próximo Orçamento já será previamente aprovado pela União e muito provavelmente seremos obrigados ao abdicar da nossa soberania Fiscal.
O que restará então de soberania nacional?
Esta ditadura das Finanças foi o resultado de uma louca caminhada de exageros que nos conduziu a um endividamento externo, público e privado insustentável.
Agora as medidas são apenas para por na ordem as Contas Públicas e já vamos sofrer muito.
Depois virão as medidas de contenção da dívida, porque será impossível dar garantias aos mercados e também à Alemanha apenas por esta via.
Iremos sofrer muito mais.
Todos somos já fantoches….o regime é uma fantochada.
Um Presidente da Republica que nada pode ou quer fazer.
Deputados que o único poder que têm, é o de sancionar as políticas que nos são impostas.
Partidos políticos submissos e que demonstram a todo o povo português que não têm condições de assumir na atitude as suas próprias decisões, nem as soluções que propõem.
Uma ditadura das Finanças, que conseguiu impor-se mantendo na aparência todas as estruturas das democracias.
Uma nova originalidade portuguesa que resulta da indiferença dos portugueses para com a política, associada a um nível cultural dramaticamente fraco, a uma total ausência de consciência cívica e sentido de exigência colectivo, que permitiu a progressiva adulteração e subversão dos conceitos, dos valores e dos direitos.
Neste período de 36 anos, passamos do sonho mobilizador e duma participação empenhada e activa, ao total alheamento colectivo.
Passamos do sonho, ao início dum enorme e prolongado pesadelo.
A doutrinação socialista dominante deste período, veio a originar o primeiro lugar no ranking das desigualdades sociais, de direitos e liberdades individuais entre os países da União.
Veio a originar esta ditadura, que nos é apresentada através da mentira de uma crise que os outros já ultrapassaram, mas que justifica toda a irresponsabilidade e os gravíssimos comportamentos éticos de muitos aproveitadores de políticas desastrosas.
A ditadura entra pela mão do Partido Socialista e pela eventual condescendência do Partido Social Democrata.
Não será temporária como nos querem fazer crer, através da repetição de que é a crise mundial que a justifica…a verdadeira justificação é a incompetência governativa, a ausência de patriotismo, o sentido de serviço numa subserviência aos interesses particulares e estrangeiros.
Obrigam-se a sacrifícios todo um povo em nome da fuga à responsabilização política e da continuação da oferta de privilégios imorais.
Mas preserva-se toda a politica anterior … o endividamento continuará a crescer, até nos retirarem de vez o cartão de crédito, o consumo interno baixará e também as exportações…é o caminho do empobrecimento e da miséria que não preocupa minimamente os nossos mandantes internos e externos.
Esta ditadura é bem mais desumana que as anteriores … não tem rosto e apenas critérios de obediência financeira onde não têm lugar sentimentos.
Como seria ainda tempo, se os portugueses tivessem a lucidez de entenderem este facto.
Seria também muito útil que Passos Coelho tivesse perfil de líder e o PSD fizesse uma opção por Portugal.
Não creio que vá ser assim e por consequência não vejo como através do actual sistema político poderemos lutar contra esta ditadura das finanças que toma a partir da aprovação do próximo Orçamento totalmente conta do nosso destino.

José J. Lima Monteiro Andrade

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