quarta-feira, 14 de julho de 2010

Portugal de hoje, país sem estratégia.

Toda a política nacional se processa sem perspectiva estratégica.
A União Europeia representa para o Portugal de hoje, a única via possível. Este é o rumo exclusivo que os partidos dominantes impõem a um país com nove séculos de história.
Para o PS e PSD, a União Europeia é a única via possível de viabilidade futura de Portugal e não admitem discussão sobre esta matéria.
O mundo para este Portugal “politicamente correcto” é a Europa, o nosso espaço natural como dizem, na sua permanente campanha de propaganda e controlo das consciências.
A crise que nos afecta, é Mundial. Se neste ano de 2010 o nosso desenvolvimento não consegue ultrapassar a medíocre performance do 1% de crescimento, logo temos a sua exclusiva comparação com os outros países da Europa e com média de crescimento europeia.
A Europa não consegue acompanhar o ritmo actual do desenvolvimento mundial que se aproxima já dos 5%. Mas isso não é noticiado, porque não convém.
Esta Europa velha, dominada por ideologias do passado, acreditou que poderia acompanhar o ritmo das novas potencias emergentes e até que lhes poderia impor o seu sistema politico.
Uma Europa sem identidade cultural e histórica, que progressivamente se afasta mais dessa ténue identidade através da ansiedade de alargamento, que baseia toda a sua unidade no interesse mercantilista, mas que simultaneamente insiste na preservação impossível, dos Estados providência, do bem-estar sem esforço, na teoria da economia social de mercado.
Uma União mercantilista, que insiste em querer ser uma União política, mas que para avançar nesse caminho teve e terá cada vez mais de acentuar o seu já gravíssimo deficit democrático.
Uma União que nestas condições só poderá originar um progressivo deficit de qualidade politica e uma progressiva dinâmica de reforço dos nacionalismos ou então da dominância de alguns países e a cedência da soberania de muitos outros.
Uma União fraca politicamente e mercantilista na sua essência doutrinária, em que o reforço dos poderes de uma Comissão não eleita, passam por ser facilmente dominados através dos interesses organizados do mercado mundial.
Poucos são os povos dos diversos países desta União, que acreditam neste projecto.
A média da abstenção nas últimas eleições europeias ultrapassou os 60%.
O projecto político da União Europeia está hoje a ser impulsionado pelos interesses mercantilistas e financeiros, onde a vontade e colaboração das populações foi dispensada e a sua revolta contida através da mentira que todos sabem ser insustentável, de manter a politica do proteccionismo social e do bem-estar, numa dinâmica económica global.
Portugal está fixo nesta perspectiva insustentável.
Alguns arremessos inconsistentes de outras mensagens já aparecem pronunciadas timidamente por quem as deveria assumir porque tem responsabilidades.
O Presidente da Republica fala do mar e da nossa vocação atlântica, mas não tem estatuto de figura política para reverter uma situação dramática de dissolvência nacional.
No actual regime político quem manda são os partidos dominantes e esses estão ao serviço dos interesses das suas filiações internacionais e daqueles que aparentemente dominam o mundo na actualidade.
Políticos marionetes, que nos enganam, que nos esmagam financeiramente e assim nos dominam.
Não temos alternativa e esta é a mais grave mentira.
Somos pequenos e esta é a falácia que nos engana.
Os ciclos da história têm sempre o seu declínio originados pela decadência das sociedades.
Os portugueses são o mais antigo povo da história moderna da Europa.
A sabedoria popular portuguesa será a nossa grande arma e Portugal por ter essa enorme riqueza, que é o seu povo, tem um desígnio marcado que irá cumprir.
Portugal e os portugueses não têm como vocação esta triste tentativa de adaptação a um mundo construído por outros.
Somos diferentes e encontraremos a nossa missão, que cumpriremos com a dignidade que a nossa referência histórica nos imporá.
É no reencontro com nossa identidade, que encontraremos a solução para Portugal.
José J. Lima Monteiro Andrade

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