sábado, 16 de janeiro de 2010

Portugal ou os Partidos? … salvação ou mudança do Regime?

O que nos está a revelar, as negociações para aprovação do Orçamento do actual Governo?
Uma enorme preocupação dos partidos parlamentares, para consigo próprios.
Para eles, o essencial é a questão eleitoral. A nenhum partido convém as eleições antecipadas.
As negociações, fazem-se à volta de pormenores, “do tipo reduz este imposto e aumenta aquele outro”… de forma, a que no final, o Orçamento seja aprovado, com a abstenção de uns e apoio de outros, mas com o único e exclusivo objectivo de manter o país político a salvo de novas eleições.
Portugal e a sociedade portuguesa são assim absolutamente secundarizados, neste jogo de interesses particulares dos actuais partidos políticos, exclusivamente com o objectivo de preservarem o seu respectivo estatuto de influência e dominância.
Curiosamente é neste momento expressivo da subalternização dos interesses nacionais, dos actuais partidos parlamentares, face aos seus interesses eleitorais e de influência, que surge a afirmação da candidatura de Manuel Alegre, com um discurso, que para muitos é surpreendente.
O Discurso do patriotismo e do nacionalismo, feito por um candidato da área socialista e da esquerda tradicional.
Manuel Alegre, responde assim não apenas, à mesquinhez política dos partidos parlamentares, mas também, à caduca visão tecnocrática do actual Presidente da República e seu provável adversário nas eleições presidenciais.
Ele vem colocar-se como o arauto da defesa possível da 3ª Republica, através da única forma possível, que é a salvaguarda da independência nacional, da valorização de um povo com nove séculos de História, da identidade portuguesa.
Com este discurso pretende ser o grande salvador deste regime e reconheçamos que o seu discurso irá mobilizar uma boa parte da direita e tem fortes probabilidades de sair vencedor.
Este candidato presidencial, vem assim colocar no debate político a questão essencial para Portugal e os portugueses.
A questão do patriotismo, do amor por Portugal, a questão das soluções de futuro através da salvaguarda da nossa independência, autonomia e potencialidades próprias.
Manuel Alegre faz o discurso monárquico, para tentar regenerar e salvar a República.
Ele quer colocar-se na posição, em que só um Rei, como herdeiro legítimo da nossa história tem condições para se colocar.
Como um Chefe de Estado de todos os portugueses, independente, autónomo e imparcial, que por esse facto, coloca sempre os interesses nacionais acima dos jogos partidários.
Como um Chefe de Estado, com um verdadeiro magistrado de influência, sobre a sociedade portuguesa, que não está comprometido com nenhum partido, nem com os seus interesses momentâneos e as suas estratégias de influência e dominância.
Manuel Alegre faz o discurso do Rei Presidente, escolhido através de uma eleição.
Ou seja, este agora candidato à presidência da República, vem tentar salvar e regenerar o actual regime, através duma parte da essência da doutrina monárquica, substituindo-se à inépcia crónica dos monárquicos, que se continuam a entreter apenas com actos de bajulação, á única figura, capaz de personalizar com consistência e coerência este novo discurso.
Aos monárquicos portugueses compete e exige-se, que perante este novo discurso, uma atitude determinada de resposta clara e inequívoca.
Só D. Duarte de Bragança, tem o simbolismo e a indispensável independência política e ideológica, para cumprir este novo discurso de patriotismo e rejuvenescimento da alma do povo português.
Só a Monarquia pode restaurar a esperança portuguesa e assegurar com consistência e coerência, as mudanças essenciais que garantam o futuro de Portugal.
O desafio político, está assim colocado aos defensores e simpatizantes do regime monárquico.
Esse desafio é o da afirmação na sociedade portuguesa e no debate político nacional.
José J. Lima Monteiro Andrade

2 comentários:

  1. José Andrade, acertou em cheio, é isto precisamente que os Monárquicos têm de fazer ver à sua esfera de influência e fazer alastrar muito rápido, em sistema de Marketing de rede. Os meus parabéns e um forte abraço,
    Jaime Mena e Silva

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  2. JA: quando ouvi o Manuel Alegre pensei comigo "este tipo está entrar numa de salvar a república com um discurso próprio de um independente , que para a magistratura da Chefia do Estado só pode ser o Rei!" Sem tirar nem pôr.
    Preferia, por parecer mais correcto, que no
    texto acima se dissesse que "Manuel Alegre faz o discurso do Presidente Rei" em vez de "Rei Presidente".
    Não lhe parece?
    Um abraço.
    JFLZ.

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