segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

O Caminho que todos conhecem... A Solução que não querem ver

Todos sabem que Portugal tem de mudar o seu Regime Político.
Todos sentem que a democracia está adulterada e cada vez mais reduzida no seu sentido.
Todos conhecem as soluções de mudança, que são exigíveis, para recuperar a sociedade portuguesa.
Que temos um peso da Administração pública insustentável, que teremos de privatizar os serviços.
Que temos um sistema eleitoral, que beneficia a irresponsabilidade política e a mediocridade.
Que temos um Regime, que é permissivo ao compadrio e à dependência dos interesses partidários, pessoais e dos interesses estrangeiros. Permissivo à corrupção e aos conluios dos interesses, que não garante a independência e autonomia dos poderes legislativo, governativo e judicial.
Todos sabem que a crise não é apenas económica, mas uma crise de valores e da sociedade.
Todos conhecem as soluções para o desenvolvimento económico, mas persiste-se em soluções insustentáveis.
Comprometem-se gerações futuras, hipoteca-se um país, através de projectos grandiosos, que não temos condições nem de pagar, nem de beneficiar ou usufruir.
Todos sabem que nenhum país sobreviverá, apenas com projectos de investimento públicos.
Que nenhuma retoma económica e social será possível, apenas com uma politica de fomento de serviços, sem uma actividade produtiva dinâmica.
Todos sabem que o estímulo empresarial individual, é a base essencial da recuperação, mas persiste-se no seu aniquilamento.
Todos sabem que o ensino público é a garantia do nosso futuro, mas é precisamente aí que prolifera a maior das desgraças e o declínio da formação académica é uma triste realidade.
Não está na falta de consciência dos políticos, o seu pecado. Pois todos conhecem a realidade e as consequências dos seus erros.
O problema está em que esses políticos, apenas podem dizer e agir, de acordo com o que é fácil e á agradável de ouvir.
Porque esses políticos são frágeis e apenas se conduzem pela suas carreiras e por consequência numa perspectiva de curto prazo.
Porque esses políticos não pagam nunca a factura dos seus erros…nem da sua falta de coragem para encarara a realidade.
Porque esses políticos são instrumentalizados e influenciados por grandes outros lobies estrangeiros.
Porque não há uma cultura social de exigência, que os obrigue a seguir a premissa do Serviço Público.
Não há essa cultura de exigência, porque ela não é conveniente.
Todos sabemos isso e a isso somos permissivos.
Um Presidente da República, dependente e reconhecido, pois foi eleito através de acordos partidários e a quem presentearam com um final de carreira política de prestígio, não tem assim nenhuma condição para fazer na sociedade este trabalho essencial e determinante, que é o de promover a exigência da sociedade civil, para com os que estão na política e no serviço público.
Um Presidente da República, apenas tem de ser reconhecido para com aqueles que o homenagearam e nunca irá também pagar a factura dos seus erros.
Preserva-se um sistema que não premeia o mérito na sociedade, nem o orgulho dos portugueses.
A descrença está generalizada, não há motivação, cada um carpe mágoas e faz acusações, sem a ilusão da mudança possível.
Como é possível então, que nem todos vejam o óbvio.
Só com um Regime, em que o Chefe de Estado, não seja temporário ou provisório, que assuma o pagamento das facturas e com isso comprometa também seus filhos e toda a sua família, poderemos aspirar a que se volte a falar verdade.
Só com um Chefe de Estado, que una todos no respeito pela nossa História e pela nossa Identidade como povo, poderemos aspirar a travar o caminho da dissolução.
Só com um Chefe de Estado, que permanentemente enalteça as nossas potencialidades e os nossos desígnios de futuro, o poderemos construir.
Só com um Chefe de Estado, livre de compromissos partidários e autónomo dos jogos e lutas político partidárias, poderemos aspirar à mudança e a que os políticos encarem com coragem e determinação a realidade.
Tal como dizia Alexandre Herculano…podem correr agora com o Rei, mas um dia terão de voltar a chama-lo
Tal como dizia Fernando Pessoa …é a Hora..

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