sábado, 25 de abril de 2009

A Censura oficial



Alguns dirão que é exagero, que já não há censura em Portugal.
Infelizmente estão enganados os que ainda permanecem ingénuos.
A censura é feita com total descaramento, apenas de uma forma mais sofisticada, mais subtil e disfarçada.
Não há órgãos oficiais de censura do Estado, mas os Governos actuais são meros servidores de interesses particulares, seja dos partidos, dos seus membros ou das dinâmicas empresariais e sociais dominantes. Estas, em particular os agentes dominantes da economia, são também os dominadores da comunicação social. Como são dominantes e têm influência determinante nos políticos também são a favor do sistema que os levou ao poder e assim tudo fazem para impedir o aparecimento de ideias novas, em particular as credíveis, por serem soluções razoáveis.
Os órgãos de comunicação social e as suas redacções são quem com mais determinação, impedem a divulgação da ideia nova. Como já o afirmei, eles são os “Provedores do Sistema”, que defende a população da “invasão” de qualquer ideia “subversiva”.
O Programa da RTP, “prós e contras” de segunda-feira passada deu-nos mais uma admirável demonstração da censura descarada. Painel sobre as Eleições Europeias em que apenas foram convidados os Partidos com representação parlamentar, preterindo dois outros concorrentes pelo simples facto de serem Partidos Novos.
A distinta locutora do programa teve ainda o enorme descaramento de justificar esta ausência…disse “ os pequenos partidos terão proximamente a sua oportunidade…neste ou noutro programa da RTP”.
Esta justificação é esclarecedora de toda a incrível mentalidade dos profissionais da comunicação social portuguesa.
Há novidade política adjectiva-se imediatamente de “Pequenos”…há igualdade de oportunidades dá-se uma reposta vaga de “eventualmente terão oportunidade, numa outra ocasião”.
A censura existe e pior ainda é a sistemática propaganda do sistema, que nos entra pelas nossas casas dentro a toda a hora. São sempre os mesmos “fazedores de opinião”, os mesmos há tantos e tantos anos, que nos querem impingir essa mensagem retrógrada de que não outro sistema, que a única democracia possível é a que a nossa Constituição define e que estamos condenados a discutir apenas a política concreta das propostas governamentais, como se isso fosse verdade, como se isso fosse interessante, como se isso fosse o importante.

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