quarta-feira, 8 de junho de 2011

Saber entender o eleitorado, uma questão essencial.

Fazer uma leitura correcta dos resultados eleitorais, é determinante para a credibilidade da uma democracia.
Nas eleições legislativas de 2009, a errada leitura do Presidente da República penalizou Portugal e os portugueses, conduziu o país a uma situação de bancarrota, que nos obrigou à humilhação do pedido de resgate da nossa dívida externa.
Cavaco Silva, conhecedor da situação difícil que já encarávamos, não teve coragem ou independência, para colocar o interesse nacional como factor prioritário da análise dos resultados então obtidos e deu posse a um Governo minoritário, que nos foi fatal.
Porventura seguiu os conselhos e influências partidárias, numa demonstração de dependência evidente, que é uma constante nos regimes republicanos.
A leitura era evidente… o eleitorado tinha retirado a maioria absoluta a Sócrates e ao seu PS e o país, precisava de reforçar a sua credibilidade externa … a exigência que o PR de hoje faz, de um governo de maioria, não foi feita em 2009 e por consequência Cavaco Silva, partilha as responsabilidades de dois anos de desgoverno com a 1º Ministro agora afastado, por vontade expressa do eleitorado português.
Passo Coelho terá também de saber entender o significado prioritário do sentido de voto dos portugueses.
Houve um seu compromisso que claramente foi rejeitado pelos eleitores e por consequência será o seu primeiro grande teste de liderança política … saber reconhecer que na sua vitória, houve uma derrota particular, que está muito bem identificada nos resultados eleitorais pelo círculo de Lisboa.
O compromisso de eleger Fernando Nobre para Presidente da Assembleia da Republica (em consequência da negociação de este ser o cabeça de lista por Lisboa), originou o pior resultado distrital do PSD, a maior subida do CDS, destoando de toda a dinâmica nacional e este fenómeno só pode ser directamente imputado ao Nobre “fenómeno”.
A inclusão de Dr. Fernando Nobre nas listas do PSD, foi clarificada pelo próprio ao confirmar a sua ligação maçónica.
O CDS logo veio salientar o erro do PSD, afirmando que uma eleição para Presidente da Assembleia da Republica é um acto político da exclusiva competência dos deputados eleitos e dando assim a entender que nunca seria fácil a sua aceitação desse compromisso de Passos Coelho.
A questão não deixará de estar em cima da mesa das negociações do acordo parlamentar e de governo entre os dois partidos.
Esta questão assume assim uma importância enorme, pois será o primeiro sinal conhecido da capacidade de liderança de Passos Coelho.
Que ele seja capaz de entender o eleitorado e a confiança que este nele depositou…a mensagem é clara.
O eleitorado do círculo de Lisboa deu uma indicação inequívoca.
Seria muito bom para Portugal, que nesta primeira situação, pois a eleição do Presidente da Assembleia, será previa hà aprovação do programa de governo, que o novo 1º Ministro demonstrasse que sabe entender os portugueses e respeitar a sua vontade.
José J. Lima Monteiro Andrade

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