domingo, 28 de junho de 2009

Um equívoco

O senhor Presidente da Republica apontou como sendo um desígnio nacional, a candidatura de Durão Barroso a um segundo mandato como Presidente da Comissão Europeia.
Não sei ao certo, o que nos quer transmitir o nosso Presidente da Republica.
O Dr. José Manuel Durão Barroso não é uma personalidade politicamente fiável, pelo menos para mim, uma vez que nele votei e com esse voto, também contribuí para o compromisso de governação, que assumiu com o eleitorado português que não cumpriu, originando uma grave crise governativa, que veio a ter como consequência directa esta actual maioria absoluta liderada por Sócrates e o pior de todos governos da III Republica Constitucional.
Não acredito portanto, que Durão Barroso em nenhum momento possa fazer alguma coisa de particularmente favorável a Portugal, no exercício do seu cargo de Presidente da Comissão Europeia, pois dará sempre prioridade à sua carreira de político profissional.
O que leva o senhor Presidente da Republica a colocar esta questão como uma prioridade nacional?
Certamente não será apenas a sua ligação de amizade com Durão Barroso, haverá outras razões.
O Presidente da Republica não entende como traição a Portugal e à democracia a atitude do seu amigo, de se desligar de um compromisso de honra eleitoral, pois se assim o entendesse não se atreveria a levantar hoje esta questão. Também não pode ser apenas uma questão de fazer levantar um pouco do nosso orgulho próprio, pelo facto de estar num lugar tão importante um nosso compatriota, pois isso seria manifestamente insuficiente para que o máximo representante do Estado, levantasse a questão como desígnio nacional.
O senhor Presidente da Republica tem de ter outro tipo de preocupações, mais profundas e mais importantes. Porém o senhor Presidente da Republica não foi claro nem objectivo na sua afirmação. Deixou-nos a todos na dúvida e contribuiu para o clima de suspeição generalizado para que toda a sociedade portuguesa se tem rapidamente precipitado.
A minha suspeição, é de que o senhor Presidente da Republica está, tal como eu estou, preocupado com o caminho que cada vez dilui mais a capacidade de decisão nacional, ou seja o caminho da perda de soberania nacional. Mas não o diz com a frontalidade exigível e mais grave que isso, assume que é pelo facto de termos um compatriota como Presidente da Comissão, que poderemos ficar salvaguardados na nossa capacidade de decisão e de influência neste caminho obscuro que visa a Europa Federal.
Durão Barroso, faz parte de toda uma classe de dirigentes políticos que determinados numa carreira pessoal sob os auspícios de bandeiras partidárias nacionais ou internacionais, não têm como referência prioritária a Pátria onde nasceram. Eles seguem em cada momento do seu percurso, as dinâmicas das forças partidárias que os apoiam que lhes podem proporcionar a manutenção dos seus estatutos. Hoje é o Partido Popular Europeu, que representa essa referencia de prioridade para o Presidente da Comissão e não o interesse nacional.
Portugal está a deixar diluir progressivamente e de uma forma humilhante, toda a sua história a sua dignidade e em consequência a sua independência.
A Republica está a ser totalmente colaborante com este triste caminho.

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